ALÉM DAS 4 LINHAS: O BRASIL COMO SEDE DA COPA DO MUNDO DE FUTEBOL FEMININO


Fonte: Divulgação FIFA

Em fevereiro de 2019, a FIFA anunciou a abertura das inscrições de candidatura de país sede da Copa do Mundo de 2023. Na época, segundo Sarai Bareman, chefe de escritório de futebol feminino da FIFA, “O interesse pelo futebol feminino continua a crescer e, após a Copa do Mundo Feminina da FIFA na França, é certo que alcançará um recorde histórico.”

Não é nenhum segredo que a Copa do Mundo de 2019 foi um divisor de águas para a modalidade. O torneio que aconteceu entre junho e julho superou todas as expectativas e conquistou novos recordes.

Foto: Divulgação FIFA

Segundo o relatório divulgado pela FIFA, foi a maior audiência televisiva da história e a maior venda antecipada de ingressos. De acordo com os dados, em todo o torneio, mais de 1,12 bilhão de pessoas assistiram aos jogos através da televisão ou internet. O jogo entre Brasil e França superou a marca de 50 milhões de espectadores e, na final, a audiência mundial ultrapassou 80 milhões. O Brasil representou o maior crescimento de audiência com 81 milhões de pessoas a mais que na última edição e, somente na América do Sul, tivemos um aumento de 560% se comparado à última Copa.

Os números não foram expressivos apenas na audiência. Em 2019, Mark Parker, CEO da Nike, revelou que o uniforme da seleção feminina dos EUA foi o mais vendido da história da empresa considerando, inclusive, os materiais masculinos.

CANDIDATURAS

A afirmação de Sarai Bareman estava correta. A FIFA recebeu um número recorde de candidaturas para a sediar a Copa do Mundo de 2023. Além do Brasil, outros 8 países demonstraram interesse. São eles: Argentina, Austrália, Bolívia, Colômbia, Japão, Coreia do Sul, Nova Zelândia e África do Sul.

Dos nove que iniciaram o processo de candidatura, apenas Brasil, Colômbia, Japão e Austrália e Nova Zelândia (com candidatura conjunta) seguem na disputa.

No dia 5 de dezembro de 2019, a CBF confirmou o envio dos documentos necessários e, segundo a entidade, caso ganhe a disputa, teremos oito cidades prontas para receber o evento: Manaus, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo.

Pelas palavras do presidente Rogério Caboclo, a FIFA já demonstrou que confia na capacidade do Brasil em realizar eventos de grande porte e que a CBF está focada em receber o maior número possível de eventos a partir de agora.  

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Em continuidade, Caboclo também citou que o projeto brasileiro conta com mais de 60 centros de treinamento, mil hotéis, estruturas espalhadas por todo o país para realização de eventos e workshops e uma expectativa de gerar mais de 40 mil empregos diretos e indiretos.

Os números mostram de forma clara que, mesmo com o descaso e o baixo investimento na modalidade, o futebol feminino está conquistando seu espaço e provando por A+B seu potencial e importância.

Se o Brasil for escolhido como país sede, além de termos em mãos a oportunidade de movimentar a economia do país através do turismo e geração de empregos, também será a chance de abrir os olhos para quem mais precisa: nossas jogadoras.

Já passou da hora de existir investimento real e estruturação da modalidade. Não basta reutilizar algo já existente para justificar a capacidade de realização de grandes torneios, é necessário colocar a mão na massa e valorizar todas as possibilidades e todas as atletas que temos. É isso que se espera do país que deseja receber um evento como a Copa do Mundo.

Por Gabrielle Bizinelli


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