FICOU NO G-4, MAS PODIA TER ALCANÇADO A VICE LIDERANÇA


Na Neo Química Arena, Corinthians e Internacional ficaram em mais um 2 a 2 

Foto: Ricardo Duarte/ SC Internacional 

Existem confrontos e confrontos no futebol, pesos e pesos em duelos que na estatística valem os mesmo 3 pontos.

Em Itaquera, o Colorado começou atento e precisou de 48 segundos para balançar as redes. Após cobrança de lateral, o Inter avançou com Alemão que não temeu o chute e abriu o placar, 1 a 0 para o Colorado.

Aos 4′, Wanderson avançou e chutou de fora da área. O time parecia não temer buscar o gol, mas a vantagem construída muito cedo fez o time da casa ter de buscar a recuperação e o Colorado, por sua vez, relaxou mais do que o permitido. O Inter se fazia mais presente, mas aos 12′, em uma cobrança de escanteio, Balbuena deixou tudo igual. Pouco depois, Daniel decidiu vacilar mais uma vez e depois de um bate e rebate dentro da área, a bola sobrou para Yuri Alberto, que colocou o Corinthians na frente.

Com o placar contra, a equipe se afobou, e deixou os donos da casa comandarem a partida com maior facilidade, ditando um maior ritmo e expuseram o Inter a maiores erros. Aos 42′, Johnny roubou a bola na entrada da grande área e encontrou Maurício pelo lado, que chutou cruzado, a bola teimosa carimbou a trave e chegou a sobrar para Wanderson, mas na finalização a bola foi maltratada.

Para a segunda etapa, Mano Menezes decidiu por mais experiência na equipe, optou por Alan Patrick no lugar do camisa 14, Carlos De Pena, que não vinha fazendo uma boa partida. O time voltou mais consciente e atento ao jogo, já aos 3 min o camisa 10 deixou na trave Corinthians o seu cartão de visitas.

Do lado de lá a troca de tempo também trouxe alterações na equipe, Rafael Ramos, aquele mesmo, substituiu Fagner. A presença do lateral em campo não durou muitos minutos, Rafael sentiu na sequência e foi substituído por Bruno Mendez.

O Colorado foi muito mais consistente na etapa complementar, a entrada do camisa 10 foi muito importante para o jogo e para a construção do resultado. Aos 21 min, Alanpa deixou a defesa corinthiana em modo observação e marcou um golaço para desenhar o placar da partida.

As equipes ainda perderam boas chances de ambos os lados, os gostinho da vitória beliscou os dois times que viram “o quase”, teimosamente, não dar a vitória nem para um lado, nem para o outro.

O terceiro 2 a 2 em sequência do histórico de confrontos entre as equipe tem histórias para ser contada e questionada além do campo, outra vez. A torcida da casa que se orgulha muito de sua Democracia e do “Time do Povo” e viu jogadores como Sócrates levarem bandeiras importantes na história do futebol. Mas, aos 19 minutos da segunda etapa, talvez hajam aqueles que tenham esquecido de parte de sua história, tenham se cegado por ódio ou só tenham deixado desperto algo que não condiz com a alcunha.

Edenilson, que já foi campeão pelo próprio Corinthians, substituiu Johnny. Quando anunciado, o jogador que está envolvido como vítima em investigação de injúria racial cometida por Rafael Ramos foi não só vaiado como sumariamente xingado pela torcida do Time do Povo. 

Pedro H. Tesch/AGIF

Como apaixonada por futebol, como torcedora do Sport Club Internacional, como alguém que jamais admitirá racismo, mas também como alguém que já viu na história do adversário momentos que o tornaram importante em tantas lutas fica o questionamento de até onde o ódio por alguém que veste uma camisa diferente da minha é maior do que quem se é de verdade? A partir de que momento o ódio por alguém que apontou um erro dentro da nossa equipe é maior que a própria história do time que defendemos? Vale qualquer coisa ?

O Colorado terminou a rodada na 4ª colocação.

Por Jéssica Salini

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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