SELEÇÃO BRASILEIRA: GOLEADA EM CAMPO, MAS, FORA DELE MAIS UMA DERROTA


CBF

A partida entre Brasil e Guiné neste sábado (17), seria um jogo comum, mas foi cercada de simbolismo. O confronto amistoso, marcado para acontecer na Espanha, ganhou novo significado, após os insistentes episódios de racismo sofridos pelo brasileiro Vinícius Júnior, tudo diante dos olhos do mundo. 

Algumas medidas foram adotadas pela federação espanhola, após uma enxurrada de críticas contra a La Liga, onde Vini atua com a camisa do Real Madrid, e a CBF também resolveu se posicionar como antirracista neste jogo. A Seleção entrou em campo com uma camisa preta, como forma de protesto e de defesa à Vini Jr. 

No Brasil, a campanha de marketing desenvolvida pela comunicação da nossa maior instituição do futebol é “com racismo, não há jogo”. Dentro de campo, o minuto de silêncio foi respeitado e os jogadores ficaram de joelho e punho erguido, como gesto antirracista, E o jogo aconteceu, normalmente, às 16h30, com uma goleada da Seleção Brasileira por 4 a 1, inclusive com gol de Vini. Os outros gols brasileiros foram marcados por Richarlison, Rodrigo e Militão e Guirassy descontou para o Guiné.

Alex Caparros/Getty Images

Mas, fora de campo, momentos antes, (mais!!!) um caso de racismo atingiu o nosso camisa 10 atual. O amigo e assessor do atleta, Felipe Silveira, acusou a equipe de seguranças do estádio Cornellà-El Prat após ter sido abordado por um funcionário que tirou uma banana do bolso, dizendo: “mãos para cima, essa daqui é minha pistola para você”. Felipe e a equipe de Vinicius logo se revoltaram e chamaram a polícia para relatar o caso. Uma confusão se formou e o homem tentou sair do local com ajuda dos demais colegas. A assessoria de Vini pedirá as câmeras do local e levará o caso à Justiça espanhola, mais uma vez. 

Será que, ao manter o amistoso na Espanha, alguém imaginava que uma partida envolvendo Vinícius Júnior, representando o seu povo nas terras que já tanto o atacam, teria um desfecho sem mais um crime tão doloroso? É impossível pensar em “trégua” do racismo contra o nosso craque, nenhum dia sequer, infelizmente. 

Mais uma vez, nosso principal jogador foi colocado na “vitrine” para ser alvo de uma forma absurda e bem desnecessária. Ao invés de camisas e ações de marketing, a CBF e as demais federações responsáveis devem atuar para combater o racismo com a principal arma que a sociedade tem: o rigor da lei. 

Vencemos dentro de campo, mas a batalha fora dele, principalmente contra o racismo, precisa ser combatida todos os dias. FORÇA E BAILA MUITO, VINI!

Por Rayssa Rocha

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo


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