Na Neo Química Arena, o empate vale como derrota


Corinthians e Vitória empatam pelo Brasileirão

Na noite de domingo (01), a Neo Química Arena foi palco de mais uma atuação apática do Corinthians. Sob os olhos atentos de Carlo Ancelotti, novo técnico da seleção brasileira, o que se viu foi um empate sem gols diante do Vitória, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro — e, para os torcedores do Timão, um empate sem alma, sem ideias e sem desculpas.

O primeiro tempo teve o ritmo de um amistoso morno. A única cena digna de nota veio aos 19 minutos, quando Memphis Depay, em uma rara aparição ofensiva ultimamente, finalizou com força dentro da área, obrigando Lucas Arcanjo a fazer uma defesa corajosa com o rosto. Foi mais uma defesa de reflexo do que de técnica, mas bastou para manter o zero no placar. E o que parecia ser vontade de ganhar, logo se mostrou mais do mesmo.

Foto: Fabio Giannelli/AGIF

A etapa final até trouxe um pouco mais de movimentação, com o jogo abrindo nos minutos finais e os dois goleiros sendo exigidos. Hugo salvou o Corinthians em duas ocasiões: em chute forte de Renato Kayzer e num cruzamento traiçoeiro de Fabri. Já Garro, em lance de bola parada, obrigou Arcanjo a desviar para a trave, quase arrancando o grito preso da torcida.

Mas o que se ouviu após o apito final não foram gritos alegres— foram vaias (e poucas ao meu ver). Elas não vieram por um jogo isolado. Vieram do acúmulo. De esperança de dias melhores que não acontecem. O Corinthians foi eliminado de forma vexatória em duas competições internacionais em 2025 após classificações históricas em 2024. Mas vendo agora, acho que nem foram tão históricas assim. Foi um breve momento de reação em que nós, meros torcedores, acreditamos ser o presságio de um ano melhor. E não vem sendo.

Foto: Jhony Inácio / Meu Timão

Agora, o mínimo que exigimos são atuações convincentes, partidas que ao menos justifiquem a esperança depositada.

A escolha por sacar Memphis e manter Garro levanta uma dúvida incômoda: será que Dorival Júnior já entendeu o que é o Corinthians? Porque ontem, ao que parece, não. A substituição foi um erro, e o time perdeu sua principal válvula de escape ofensiva neste jogo, justo quando precisava decidir.

O empate deixa o time com 15 pontos, preso no meio da tabela. E pior: sem mostrar futebol para sair dela. O Vitória, que somou seu décimo ponto, ainda vive o drama do Z-4, mas foi quem teve postura de time que luta por algo.

Antes da pausa para a Data Fifa, o Corinthians ainda tem compromisso: visita o Grêmio no dia 12, em Porto Alegre. E precisará mais do que ajustes — precisa reencontrar a vergonha, a vontade e o futebol. Porque empatar em casa, sem criar, sem lutar, sem convencer, é pouco. Muito pouco para um clube do tamanho do Corinthians. Empate em casa não é empate, é derrota!

Por Roanna Marques

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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