Derrota para o Atlético-GO mantém o jejum como visitante, aumenta a pressão sobre o time e deixa o G4 ainda mais distante na tabela da Série B
A sina longe de casa continua. Na noite deste sábado (1º), o América-MG foi derrotado por 1 a 0 pelo Volta Redonda no Estádio Raulino de Oliveira, em partida válida pela nona rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O gol da vitória dos donos da casa veio nos acréscimos do segundo tempo, frustrando mais uma vez a expectativa do torcedor americano. Foi a quinta derrota consecutiva do Coelho como visitante — uma sequência que acende o alerta: o time segue sem vencer fora de casa e se afasta cada vez mais do pelotão de cima.

De acordo com Leandro Colombo, para O Tempo, a derrota amplia a pressão sobre elenco, comissão técnica e diretoria, que ainda não conseguem transformar posse de bola em vitórias quando estão longe do Independência.
Para o confronto no Raulino de Oliveira, o técnico William Batista promoveu mudanças na equipe titular. Com desfalques importantes, como o meia Miguelito, convocado para a seleção boliviana, e o volante Jhosefer, suspenso, o Coelho iniciou a partida com: Matheus Mendes no gol; Mariano, Júlio, Lucão e Marlon na defesa; Cauan Barros, Miqueias e Fernando Elizari no meio-campo; Stênio, Figueiredo e Willian Bigode no ataque. As alterações visavam dar mais mobilidade ao setor ofensivo e preencher as lacunas deixadas pelas ausências no meio-campo.
Apesar das mudanças promovidas, o América pouco produziu durante boa parte do confronto. Ainda no primeiro tempo, Stênio chegou a balançar as redes após rebote de chute de Willian Bigode, mas o gol foi anulado por impedimento na origem da jogada. Já na segunda etapa, foi a vez do Volta Redonda ter um gol anulado: aos 6 minutos, Gabriel Bahia finalizou cruzado da direita e Heliardo completou para o gol, mas a arbitragem assinalou impedimento do centroavante. Quando tudo caminhava para mais um empate morno na Série B, veio o castigo final. Praticamente no último lance da partida, aos 52 do segundo tempo (97 minutos de jogo), Matheus Lucas desviou um chute vindo de fora da área e decretou a vitória do Voltaço por 1 a 0, ampliando o drama americano fora de casa.
A derrota escancara mais uma vez os problemas recorrentes do América como visitante. A equipe ainda não venceu fora de casa nesta Série B e, pior, não demonstra evolução em campo. O volume de jogo é inofensivo, as transições ofensivas são lentas, e a tomada de decisão no último terço do campo segue errática. O elenco, apesar de nomes experientes, parece emocionalmente abalado e desconectado das expectativas vendidas no início da temporada. Com o resultado, o Coelho estaciona nos 9 pontos e vê o G4 se distanciar ainda mais — a diferença, que já era desconfortável, agora beira o abismo. A sensação é de um time que caminha em círculos, sem respostas dentro de campo e cada vez mais distante do objetivo que a diretoria jurava ser prioridade: o acesso.
Diante de mais um resultado desastroso fora de casa, o técnico William Batista optou por mirar a arbitragem como principal responsável pela derrota. Em entrevista coletiva após a partida, o comandante lamentou o fato de o árbitro ter deixado o jogo seguir até os 52 minutos, quando o gol do Volta Redonda foi marcado. Na visão do treinador, o apito final já deveria ter soado um minuto antes, o que teria garantido o empate e evitado o baque no apagar das luzes. No entanto, a declaração soou como tentativa de desviar o foco daquilo que realmente preocupa: um elenco que não rende, uma diretoria que não se posiciona, e um treinador que, ao invés de assumir responsabilidades, prefere terceirizá-las.
Para o torcedor, que acompanha rodada após rodada a repetição do mesmo roteiro, a justificativa beira o deboche. Afinal, não foi o cronômetro que deixou o time apático em campo — foi a falta de futebol mesmo. E a noite foi ainda mais amarga para os torcedores americanos que se organizaram, se mobilizaram e se deslocaram até Volta Redonda para apoiar o time de perto. O que receberam em troca foi mais um espetáculo de horrores dentro das quatro linhas e um discurso desconectado da realidade no pós-jogo. A sensação, mais uma vez, é de frustração e abandono.
O América volta a campo no próximo sábado, dia 7 de junho, às 16h, quando enfrenta o Ferroviário no Estádio Independência, em Belo Horizonte, pela décima rodada da Série B. A partida é vista como uma chance urgente de reencontrar o rumo e tentar resgatar a conexão com a torcida, cada vez mais frustrada com os rumos do clube dentro e fora de campo. Depois de tantos tropeços e desculpas, o que o torcedor quer — e merece — é um time que vença, convença e, acima de tudo, respeite a camisa que veste. Porque a esperança resiste, mas não aguenta tudo.
Laura Assis Ferreira – Colunista do América no Portal Mulheres em Campo
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