Em casa, pela 9ª rodada, Internacional protagoniza mais uma noite de futebol decepcionante e se coloca em uma zona perigosa
Na noite deste domingo (18), o Internacional de Roger Machado recebeu a equipe do Mirassol no estádio Beira Rio. Em mais uma apresentação de futebol muito abaixo e de um esquema que está transparente não funcionar do jeito que deveria com as peças que a teimosia do treinador se agarra, o Colorado sofreu para arrancar um empate em 1 a 1 contra a equipe paulista.

Começamos a “chover no molhado” nos apontamentos de pós jogo de um time que parece ter se tornado inimigo das vitórias. Mas, falando assim, nem parece que o time venceu pela Libertadores no meio da semana em um jogo grande. O porém é, se só se sabe vencer na base da pressão e com a corda esticada, talvez precisem reentender o que é ser Sport Club Internacional.
Dentro das quatro linhas, foi o Inter quem assustou primeiro. Aos 2’, no que tinha tudo para ser um golaço de Ricardo Mathias, a trave se fez protagonista e a resposta do Mirassol veio tão breve quanto possível, no entanto, assertiva. Aos 7 minutos, Jemmes abriu o placar e mais uma vez o Colorado saiu atrás.
Se o time que tem uma agenda exaustiva, com viagens desgastantes e um departamento médico recheado de lesionados, se propõe a seguir correndo atrás de resultado com todo adversário que enfrenta, dificilmente se verá em um jogo confortável. Com todo respeito a equipe do Mirassol, que vem fazendo uma baita campanha no Brasileirão, se o confronto deste domingo não era jogo para jogar na tranquilidade, não entendo qual seja.
Atrás do placar outra vez, o time teve de correr contra o resultado e viu o Leão fechar a casinha. O Mirassol não se defendia como “podia” como se fizesse no sofrimento, se defendeu como deveria, estava postado à frente da sua defesa e na primeira etapa pouco suou para evitar um gol Colorado.
O Inter, por sua vez, penou para se encontrar em campo. Mais uma vez parecia estar perdido entre si, sem ligações, sem criatividade, sem assertividade em lances comuns, e assim o time demorou mais de meia hora para descobrir que o jogo já havia começado, que eles estavam em campo, e que a ideia de um jogo de futebol é colocar a bola na rede adversária.
Tal qual um quebra cabeças bonito, mas que se insiste em usar uma peça forçadamente encaixada de forma incorreta, o que era um futebol envolvente, bonito e eficaz, tem se tornado burro, sonolento e facilmente derrotado. Ainda que o empate tenha acontecido, a ideia desse Inter da forma como se coloca CLARAMENTE é vencida todo jogo.
Do intervalo, o Colorado retornou com Gustavo Prado no lugar de Thiago Maia e, bom, o time voltou mais “acordado”. As palavras de Vitão no pós jogo também refletem o “time só parece jogar quando vê a água bater na bunda”, com a corda esticada e sabendo que beira um lugar bem perigoso na zona de classificação, foi empurrando Mirassol para a defesa em busca do empate.
Aos 19 minutos da etapa complementar, Oscar Romero veio a campo no lugar de Bruno Henrique e parece que finalmente viu o time oferecer perigo no jogo de forma efetiva. Roger precisa rever sua idolatria e necessidade do camisa 8 em campo, Bruno não rende no esquema em que se agarra o técnico e antes que a água adentre o barco, ele precisa se desgarrar de uma destas ideias.
Mágica ou coincidentemente, o Inter cresceu na partida e o mais consciente do jogo, Romero trouxe opções criativas e com um Celeiro de Ases afiado, o Internacional chegou lá, em um lançamento preciso de Vitão para encontrar Ricardo Mathias, que não perdoou e deixou tudo igual.

Gustavo Prado até chegou a virar o jogo poucos minutos mais tarde, mas o VAR interviu e assinalou impedimento, deixando tudo igual novamente no resultado que definiria a partida.
Em casa, o Inter mostrou outra vez insuficiência em campo. Ainda que combativo até o final do jogo, se mostrou incapaz de ampliar o placar e arrancar a vitória dentro de sua própria casa. Fora de campo, o time se instala na beira da zona de rebaixamento, numa sequência de performances de um time que não parece saber reagir, independente do tamanho do adversário ou da situação.
Ainda se pode considerar a 9ª rodada como começo de competição? Ainda dá para viver no “ali na frente se ajeita”?
Por Jéssica Salini
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.