A primeira torcida organizada feminina do Brasil é beneditina e, literalmente, nunca abandona o time!
O Esporte Clube São Bento é um clube centenário e tradicional do interior paulista, que teve sua fase áurea nos anos 60, 70 e 80. . O Azulão revelou grandes jogadores para o futebol paulista e brasileiro. A lista é longa, porém três nomes merecem destaque: Paraná, ídolo do São Paulo, e Luís Pereira e Marinho Peres, a dupla de zaga da seleção brasileira na Copa de 1974.
Atualmente, conversando com torcedores do azulão, vemos que são poucos aqueles que conhecem a história dos três craques citados. Por outro lado, o que todos eles sabem é quem são as “Irmãs Ramalho”.
Essas “meninas” fundaram, em 1975, a primeira torcida organizada feminina do Brasil. O nome é o mesmo do mascote do clube: Tira Prosa. Trata-se de um pássaro azul.

Ganhando ou perdendo, jogando em Sorocaba ou a milhas distantes, elas sempre estão presentes, torcendo e apoiando. Elas já se tornaram conhecidas nacionalmente através de reportagens e foram homenageadas no Museu do Futebol no Pacaembu.
São “mulheres além do seu tempo” e que já entraram para a história do Bentão.
De algum tempo para cá, a torcida se transformou em “família Ramalho”, com a chegada de filhos, netos e agregados. Dizem elas que os maridos nunca se atreveram a pedir para escolherem entre eles ou o time.
Enquanto isso, fora de campo, o Bentão vive na gangorra desde o início dos anos 90. A equipe chegou a disputar a série B do brasileirão em 2019 e atualmente está fora das competições nacionais. No corrente ano, o time disputou a divisão A2 do Paulistão. A briga foi para não cair para a A3. No sábado (08), Dia Internacional da Mulher, o azulão precisava vencer o Rio Claro e torcer para a Portuguesa Santista não vencer o Votuporanguense, e foi o que aconteceu. O time sorocabano venceu pelo placar de 3 a 0 e o outro jogo ficou no empate sem gols. Assim, as irmãs Ramalho fizeram uma comemoração dupla.
O torcedor são bentista espera por fases melhores e elas sempre estarão nas arquibancadas. O apoio será sempre incondicional e a vaia nunca terá vez.
Celeste Gonçalves
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.