No Gre-Nal de número 447, apesar de surpreendido, o Colorado manteve a invencibilidade e buscou o empate
Na noite deste sábado (19), Grêmio e Internacional se enfrentaram pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro, na contagem de clássicos o confronto de número 447 terminou em mais um empate, por 1 a 1, resultado que mantém a sequência de invencibilidade do Inter sobre seu fiho. Ainda que o Colorado de Roger Machado tenha mantido a invencibilidade nos confrontos, é importante ligar os alertas para um elenco que precisa de reforços e para uma postura que surpreendeu de forma negativa o torcedor colorado.
No pré-jogo a gente conversou sobre os fatores externos não poderem adentrar o vestiário, e num momento onde o arquirrival passou por uma troca de comando, por uma crise ou por um balançar de barco, tudo que a gente menos esperava do Internacional era entrar em campo achando que seria um jogo fácil e ganho, mas não foi exatamente o que se viu, e o Grêmio – que vem de uma sequência de jogos negativa – conseguiu surpreender o Colorado.
É verdade que o Inter soube buscar o empate, verdade que o Inter até pôs a cabeça no lugar e encontrou espaços para sobrepor o seu potencial técnico ao embate físico que propôs o Grêmio. Ah, mas a forma como entrou em campo o Internacional, ela denota que alguns alertas precisam estar ligados. O Colorado claramente entrou com a cabeça fora do jogo ou com aquele ar de “jogo que vai ser resolvido a hora que eu quiser”, mas parece que o principal ingrediente do confronto ficou de fora, era um Gre-Nal, o Gre-Nal por si é um campeonato à parte.
Os donos da casa logo de cara deixaram muito transparente que vieram para um jogo de embate físico e que a superioridade física teria de se sobrepor à qualidade técnica do Inter. O Grêmio soube executar a proposta dele pelo menos nos primeiros 20 ou 30 minutos iniciais, e a melhor chance do Internacional de marcar com a bola rolando aconteceu aos 32 minutos da primeira etapa, quando Valência chegou à frente e recebeu um cruzamento rasteiro do Bernabei, mas acabou ficando na defesa do Volpi. E logo na sequência isso custou muito caro, porque poucos minutos depois o rival respondeu, e a resposta do Tricolor foi bola na rede, ainda que o gol tenha saído num lance muito infeliz e que a bola tenha rebatido no Anthoni antes de entrar na goleira.
O Colorado por si não conseguiu produzir muita coisa no primeiro tempo, com Alan Patrick literalmente caçado dentro de campo, a criatividade do time não apareceu, fator também que nos deixou enxergar alguns outros pontos que precisam ser mencionados; a sequência de jogos importantes que o Inter teve até aqui após o início das competições nacionais pesa nessa bagagem, principalmente na defesa onde, se vê jogadores como Bernabei bastante abaixo da sua própria régua técnica.
Para a segunda etapa, Roger Machado não fez nenhuma troca no elenco, mas ficou mais uma vez clara a importância da conversa do vestiário, o Inter voltou sabendo que precisava buscar o resultado e sabendo que precisaria encontrar espaços, principalmente no meio de campo para se sobrepor tecnicamente. Foi um segundo tempo onde principalmente Alan Patrick e Fernando voltaram a aparecer no jogo, e são peças que não precisam de muitas explicações sobre seu acréscimo ao time.
O Inter chegou a marcar logo no início do segundo tempo, mas a arbitragem marcou impedimento no gol de Valencia. Aos 15 minutos, o professor promoveu as duas primeiras trocas: entraram Bruno Tábata e Gabriel Carvalho para as saídas de Wesley e Vitinho, a partir daí os corredores de ataque e de saída do Internacional ficaram nos pés de Bernabei e do Aguirre.
Com um pouco de fôlego renovado e com corredores novos o Inter foi chegando à frente, aos 20 minutos, em escape colorado, foi marcada penalidade para o Clube do Povo, após toque de mão na área por um defensor gremista, Alan Patrick, que já está prestes a registrar de forma oficial o GFPA em seu nome como filho, marcou mais uma vez em clássico e deixou o marcador igual.
Com novas trocas e com o placar igualado, o Internacional foi se crescendo na partida, porém, não o suficiente para encontrar o segundo gol e trazer os três pontos para casa, fato que amarga a partida, que tira o sabor de se manter invicto sobre o rival há quase dois anos. Não se soube aproveitar um bom momento para voltar a vencer e a partir daqui precisamos estar bem alertas e ligados, uma sequência importante de três partidas sem vitória no Brasileirão tem de ser lida com detalhes críticos.
Por Jéssica Salini
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo
