Juventude entrega jogo abaixo e sai atrás contra o Grêmio

No sábado (22), a pouca torcida tricolor que ocupava as arquibancadas da Arena do Grêmio, em Porto Alegre, acompanhou um jogo bem diferente do confronto da primeira fase do Campeonato Gaúcho. Os donos da casa abriram vantagem no jogo de ida da semifinal que terminou em um 2 a 1 e deixaram a responsabilidade de buscar o resultado nas costas do Papão de Caxias.
Dono da terceira melhor campanha da fase de pontos corridos do Gauchão, o Grêmio que recebeu o Verdão em casa para essa semifinal em nada lembrou o time apático que perdeu por 2 a 0 para o Juventude na fase de grupos do campeonato. E pode até parecer estranho eu iniciar um pós jogo do Ju falando do rival mas, a verdade, é o que faz total sentido, já que todo o protagonismo do embate ficou com o Tricolor.
O Grêmio ditou o ritmo do jogo desde o apito inicial até o fim da partida. Manteve seu jogo rápido, com muitos passes e uma ofensividade que obrigaram o Ju a se adequar ao que os oponentes estavam fazendo. Logo aos 13 minutos, depois de um bate rebate dentro da área, o atacante gremista Braithwaite carimbou a rede jaconera com um gol indefensável. O passe para trás de João Pedro deixou o dinamarques num ângulo perfeito para fugir do campo de visão do goleiro Gustavo e abrir o placar, deixando o time da casa ainda mais à vontade.
Lá pelos 30 minutos, Monsalve recebeu a bola dentro da área e na hora de dominar levou uma entrada por baixo do zagueiro alviverde Abner. A jogada trata-se de uma possibilidade de pênalti bastante clara, porém o VAR decidiu não chamar após a revisão, o que fez a torcida e a comissão técnica tricolor reclamarem do lance como uma espécie de manipulação. Com toda a honestidade do mundo, quanto mais nós insistirmos em roubos mirabolantes e vantagens ilusórias, mais nos desviaremos do problema real. A arbitragem gaúcha está longe do nível técnico que o campeonato com rivalidades tão importantes merece. Os árbitros não são lobos maus querendo roubar o teu octa, eles só são profissionais despreparados para a pressão que apitar um dos maiores estaduais do país requer.

Pelo sim, ou pelo não, a arbitragem mandou seguir e três minutos depois Emerson Batalla deixou tudo igual. Jogando no erro do adversário, Jean Carlos lançou a bola em direção ao companheiro na entrada da área e Batalla finalizou em cima dos marcadores. O desvio fez com que a bola quicasse antes de entrar completamente no gol, tirando o goleiro Thiago Volpi da jogada. Logo depois do empate, a bola ainda sobrou com Jean Mágico no canto esquerdo da área. O meia finalizou forte, porém Volpi estava atento – o que foi uma novidade – e amorteceu o chute em suas luvas.
Mesmo administrando um jogo cadenciado e aproveitando a posse de bola superior à do adversário, o Juventude não conseguiu outras grandes chances. Nem no primeiro tempo, nem no resto do jogo. O segundo tempo começou turbulento, com um Grêmio que não parecia cansar, apesar do esforço de manter o giro lá no alto. Aos 6 minutos, em uma de suas primeiras interações com a bola, Amuzu serviu Cristian Oliveira em um passe de trivela e o Tricolor ampliou o placar.
Entre os vários problemas na marcação do Ju, o que mais chamou atenção foi a partida fraca do meio-campista Ênio, que teve dificuldades em dominar quase todos os passes que recebeu. Aos 12 minutos do segundo tempo, o jogador saiu para a entrada de Giovanny, que entrou acompanhado de Alan Ruschel no lugar do amarelado Marcos Paulo.
Fábio Matias tentou tirar todos os coelhos da sua cartola. Mandaca no lugar de Jean Carlos, Petterson no lugar de Batalla, mas nada parecia dar certo. O resultado não vinha e o desespero subiu ainda mais quando Edenilson marcou o terceiro do Tricolor. Mesmo o gol tendo sido anulado por conta de uma falta no meio campo – completamente ignorada pelo árbitro Jonathan Pinheiro – na origem da jogada, o posicionamento da defesa precisa ser colocado em alerta.
Não foi um jogo péssimo do Juventude, mas o time teve um desempenho muito abaixo do esperado. Faltas afobadas, passes incertos, domínios quebrados e a hesitação constante em entrar no jogo de forma ofensiva tiraram do Juventude a possibilidade de ir para o segundo jogo em uma situação mais confortável. O Papão recebe o Grêmio no Alfredo Jaconi, em Caxias, no sábado, primeiro de março, às 16h30, contando com a reversão do placar decepcionante do jogo de ida.
Um alento para a torcida é saber como os guris jaconeros são chegados a uma emoção em momentos importantes e o jogo contra o Pelotas nos deixou isso bem claro. Se fosse fácil, não era o Ju!
Por Luiza Corrêa
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.