Tite: do Rio Grande do Sul para o mundo


O futebol gaúcho tem um belíssimo histórico, especialmente quando se trata da hegemonia de treinadores na Seleção Brasileira. Pela quarta vez seguida, um representante do Rio Grande do Sul dirige o Brasil.

Estamos falando de Adenor Leonardo Bachi, ou simplesmente Tite. Ele nasceu na serra gaúcha na localidade de São Bráz, um distrito de Caxias do Sul. É filho de um humilde casal de agricultores. Seu pai, dizia que o mesmo tinha físico de atleta, e nesses moldes o futebol surgiu na vida de Tite, especialmente quando ele precisava de um meio para ajudar na renda familiar. Por diversas vezes devido a dificuldades financeiras, o mesmo nem conseguia ir treinar com o time na cidade, e nem por isso desistiu, tratava de fazer seu próprio treino em sua casa.

Sua carreira teve início como volante no Caxias no ano de 1978, onde jogou por 121 jogos. Em meados de 1984 foi vendido para o Esportivo de Bento Gonçalves, depois foi para Portuguesa. E em 1986, já no Guarani, alcançou seu auge como jogador sendo vice-campeão no Campeonato Brasileiro daquele ano e, também no Campeonato Brasileiro de 1987 (Copa União), além de também ter sido vice-campeão no Campeonato Paulista de 1988. Anos após, com apenas 28 anos de idade, Adenor teve que encerrar prematuramente sua carreira de jogador, graças a uma série de lesões nos joelhos, inclusive com ruptura de ligamento, perdendo a mobilidade de uma das pernas.

Eis que desse fato surge um grande treinador!

Foto: Pedro Martins/ MoWA Press

Além de fazer história nosso amado Estado, ele está sendo conhecido em todo o mundo. Tite iniciou a carreira no Ypiranga de Erechim (RS) e logo depois foi trabalhar no Caxias, e lá ele conquistou o Campeonato Gaúcho em 2000, colocando o clube na elite do futebol. Depois da conquista no Caxias, ele ficou conhecido pelo seu trabalho e despertou interesse do Grêmio. Ah Caxias! Obrigada.

No nosso amado Tricolor ele redigiu uma das páginas importante de nossa história. Sagrou-nos tetra campeões da Copa do Brasil, no ano de 2001, em cima do Corinthians, onde já ganhamos o apelido, hoje atual, de Rei de Copas.

Tite montou o Grêmio e sabia como fazer com que ele vencesse e fosse campeão. Nós contávamos com Ronaldinho Gaúcho, mas vimos ele saindo para o Paris Saint-Germain, e ainda ficamos sem centroavante já que estavam irregulares na competição, mas o nosso técnico não se abalou e soube exatamente o que fazer. Com a irregularidade dos centroavantes Warley e Cláudio Pitbull, Tite optou por uma dupla de atacantes de movimentação, Luís Mário e Marcelinho Paraíba, alimentados pelos passes de Tinga e Zinho e pelos ofensivos laterais Anderson Lima e Rubens Cardoso. Para dar suporte a essa intensa movimentação no ataque, Tite armou a defesa com um terceiro zagueiro na sobra. Fazendo o Grêmio uma equipe equilibrada e ofensiva.

Depois deste fato, o Brasil começou a olhar o Tite de uma maneira diferente. Até então ele só tinha ganhado um único estadual pelo Caxias. Depois do título em cima do Corinthians, começaram a olhar e perguntar: “Quem é esse cara?” – Isto porque no primeiro jogo da final, no Olímpico, a partida acabou de forma igualitária (2×2) e no jogo de volta, o Grêmio surpreendeu (3×1), vencendo por 5×3.

Time escalado campeão da Copa do Brasil em 2001

De certa feita, depois desse grande título com nosso Grêmio, o Brasil acordou para a maestria de Tite que foi consagrado e tido como ídolo no Corinthians por diversas conquistas nacionais e internacionais. Como ótimos bairristas que somos, não há como falar nesse grande técnico, que já está fazendo história no Brasil e que sabemos que irá fazer no mundo, sem lembrarmos que corre em suas veias o sangue do bravo povo gaúcho.

Foto: EDISON VARA/Placar/Dedoc

Povo este que não se omite aos obstáculos impostos pelo destino, tampouco desiste dos seus sonhos e objetivos! Sim gente, o grande Tite é gaúcho, o grande Tite nos trouxe o tetra que ninguém esperava. O grande Tite, que ainda não teve nenhuma derrota com a Seleção Brasileira é nosso, é do Rio Grande do Sul e isso ninguém nos tira.

Este Caxiense está recuperando o orgulho do futebol Brasileiro após o humilhante 7×1. Ele está resgatando o amor e o orgulho em vestir a belíssima camisa verde e amarela, e além disso, tem o árduo objetivo de dar mais um enfeite a ela: a sexta estrela acima do escudo do Brasil. E essa estrela será, se Deus quiser, adornada por esse grande gaúcho conhecido por Tite!

Fontes: Globo Esporte, Correio do Povo, Veja, Zero Hora.

Por Bethania Formighieri e Kamila Costha


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