O CRB opera milagre, vence o Palmeiras tanto no tempo normal, quanto nos pênaltis e está nas oitavas de final da Copa do Brasil
Saudações Regatianas!
Minha nossa senhora, um milagre aconteceu, meu Deus do céu: o CRB está classificado para as oitavas de final da Copa do Brasil.
O milagre Regatiano foi obtido contra o Palmeiras, em pleno Allianz Parque, de forma aguerrida, convincente, bonita e MERECIDA!
Quando ocorreu o sorteio da terceira fase do torneio e todos viram o confronto, o que eu mais li e ouvi foi: o CRB vai tomar uma sapatada. Outros diziam que estávamos acabados, que era chegada a hora do adeus da Copa do Brasil.
Gostamos assim, quando ninguém acredita no time Nordestino, de “pouca expressão”, com elenco limitado. Todos tinham noção que o CRB jogaria diante do considerado melhor time do país, mas jamais desacreditem no Clube de Regatas Brasil, pois mais uma vez, o Glorioso coloca seu nome na história da Copa do Brasil ao conseguir um feito histórico, que é chegar nessa fase da competição.
Revertendo a desvantagem
Como perdeu o jogo de ida por 1×0, o CRB entrou pressionado, pois só a vitória interessava. Caso vencesse por apenas um gol de diferença, a vaga nas oitavas seria definida através das penalidades máximas (algo rotineiro para o CRB nos últimos anos).
O Galão Matador jogou com a seguinte formação: Diogo Silva; Reginaldo, Gum, Frazan e Guilherme Romão; Marthã (Claudinei), Jean Patrick (Jatobá) e Diego Torres; Erik (Calyson), Ewandro (Dudu) e Hyuri.
O gol do CRB começou a ser desenhado ainda no primeiro tempo, quando Diogo Silva, o goleiro, deu um chutão, a defesa palmeirense não conseguiu cortar e a pelota sobrou para o nosso argentino Diego Torres, que mandou uma passe açucarado para Hyuri bater na saída do goleiro Weverton e correr para o abraço. Nesse momento o choro, a alegria e a festa tomaram conta da Nação Regatiana, que jamais deixou de acreditar no time.
Durante os “85” minutos restantes (fora os acréscimos), todos viram Diogo Silva trabalhar como nunca, não deixando passar nem sinal de wi-fi, pois todas as vezes em que foi exigido, fez defesas exemplares. A pressão do time da casa aumentou, mas a zaga estava impecável, com Gum e Frazan não deixando passar nada por eles. Até o apito final, houveram chances dos dois lados (tanto do CRB quanto do Time da barra funda), mas todo e qualquer esforço de nada serviu para mexer no placar. Palmeiras 0x1 CRB.
A agonia dos pênaltis
Pênaltis são legais de ver somente quando não é o nosso time que está com essa corda no pescoço.
Allan Aal não divulgou previamente a lista dos batedores, então até para nós os torcedores, foi uma surpresa.
O CRB começou cobrando com Diego Torres e marcou. O Palmeiras empatou. Guilherme Romão foi para a cobrança e meteu a bola na trave. Nessa hora o coração já disparou. O Palmeiras cobrou e colocou o 2×1 no placar. Hyuri, do nosso lado, se encarregou de empatar as cobranças em 2×2.
A partir desse momento, a estrela de Diogo Silva passou a brilhar e ofuscar a de todos os outros, pois com as mãos abençoadas, ele defendeu o pênalti batido por Lucas Lima.
Nosso lateral Reginaldo foi para a cobrança e o goleiro Weverton defendeu. Chegou a vez do time alviverde bater mais uma penalidade e Diogo Silva, esplêndido, defendeu mais uma, dando esperanças para a nação Regatiana. Dudu, que entrou no segundo tempo, foi para a última cobrança e nesse momento a gente nem respirava. Ele correu e… foi com tanta sede ao pote, que chutou a bola aqui na minha casa. Nessa hora eu praguejei tanto, coitado!
Era chegada a hora da verdade, a nossa esperança estava nas mãos de Diogo. Era ele contra Luiz Adriano, do Palmeiras. Luiz correu para a bola e… a trave salvou a nossa vida, pois a redonda explodiu nela.
A agonia e desespero continuariam, pois nas cobranças alternadas, quem errasse estava fora. Jatobá foi o escolhido por Allan Aal para bater o pênalti e marcou o gol. Os palmeirenses empataram. Diogo Silva, mais abençoado que nunca, mãos de ouro, teve a responsabilidade de correr para a bola e, com categoria, deslocar o goleiro Weverton, marcando o gol do Galo. Depois de cobrar, ele voltou para o gol, se concentrou, respirou e com uma frieza incalculável, esperou Marcos Rocha cobrar o pênalti e cair para fazer a defesa, esplêndida, memorável, que fez o Galão Matador vencer por 3×4 e avançar para as oitavas de final da Copa do Brasil.
Nesse que é o maior feito histórico do Galo na Copa do Brasil, o destaque maior vai para Diogo Silva, que assumiu a titularidade, se mostrou um pegador de pênalti sensacional, e ao final da partida, deu entrevista falando da vitória do Galo:
“A gente sabia que para passar nessa noite ia ser difícil. Tinha nos planos que tinha que ser aquele 1×0 no tempo normal e depois concentrar bem nas penalidades. Graças a Deus conseguimos a classificação. Agradecer a Deus, aos companheiros, à família que está em casa. Tenho muitos parentes palmeirenses. Tem dois especiais. Daqui a pouco estou no grupo aí, me aguardem (risos)”.
Antes de terminar esse pós-jogo, onde um time Nordestino venceu um time do SP, só queria dizer que nosso futebol merece respeito, que a nossa região tem times que podem jogar de igual para igual e que nosso futebol não é um lixo. O futebol nordestino é gigante e é assim que a gente responde ao preconceito: Dentro de campo.
Viva o meu nordeste, onde tenho minhas raízes e um viva ao Gigante Clube de Regatas Brasil!
Galo eu te amo, sou apaixonada por você”
Por Adriene Domingos
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.