Germano Krüger é o nome do estádio do Operário Ferroviário Esporte Clube, localizado em Ponta Grossa na famosa Vila Oficinas, foi inaugurado em 12 de outubro de 1941.
Antes da construção do GK o Operário mandava seus jogos em um campo próximo a Igreja São Cristóvão já em Vila Oficinas. Com o crescimento do clube e seu destaque no cenário municipal, o chefe da rede ferroviária Paraná-Santa Catarina Germano Ewaldo Krüger, sugeriu a construção de um estádio oficial para o clube.
A construção foi autorizada pela rede ferroviária e a mão de obra era dos próprios ferroviários, conta-se que Germano pagava horas extras em dobro para que o estádio pudesse ser “erguido” logo.
Germano Krüger foi presidente do clube por três vezes e entregou o estádio em 1941, o jogo de estreia foi uma goleada: 6 a 1 contra o Campo Alegre.
O primeiro nome do estádio foi “Estádio de Vila Oficinas”, nos anos 50 o estádio foi renomeado para Dr. Bento Munhoz da Rocha Neto, em homenagem ao governador do Paraná. Apenas em 1966 os associados do Operário propuseram a mudança do nome para Germano Krüger em homenagem o grande Operariano e praticamente “construtor” do estádio. Krüger faleceu um ano após a homenagem.
Nos anos 70 começaram as movimentações para a ampliação e modernização do estádio, em 1980 foi divulgada uma iniciativa para a construção da área social do GK.
Com ajuda da prefeitura, à época comandada por Luiz Carlos Zuk, foi realizada apenas metade da obra, já que faltaram recursos para a ampliação total da área social.
A obra foi entregue em 1981 e segue assim até hoje. Com o destaque do clube nos últimos anos, e os seguidos acessos nacionais o estádio passou por melhorias e adequações para acessibilidade e maior conforto.
Confesso que quando comecei a frequentar o GK aquilo lá era “tudo mato”, não existiam banheiros femininos usáveis, os acessos eram difíceis, mas de 2012 pra cá dá orgulho de dizer que aquela é nossa casa.
Dizem que jogar no GK lotado é difícil, a torcida fica muito próxima, aquela tradicional fumaça no começo do jogo, a Trem Fantasma não para um minuto, é um estádio especial.
O Germano traz as peculiaridades dos antigos estádios, arquibancada de cimento, alambrado, vendedores ambulantes, os carrinhos de pipoca e espetinho nas entradas. Bem diferentes das frias e enormes arenas, o GK ainda pulsa!
As divisões são claras, a reta é onde fica a velha guarda, os corneteiros, nos alambrados os sofredores com seus radinhos ouvindo a locução do jogo, na famosa “curva do diabo” fica a torcida organizada Trem Fantasma, atrás dos gols ficam as famílias. Os “ricos” ficam na social, e resto dos corneteiros ficam na ouro, gritando no ouvido do técnico e da arbitragem.
Um dos problemas que ainda existe no GK é o acesso da torcida adversária, pois a única entrada é por trás da curva do diabo. E é ali que já rolaram algumas tretas, algumas pedras já voaram na nossa direção. Mas sinceramente não vejo uma solução, teriam que reestruturar todo o estádio.
Encarar o Operário com casa cheia é tenso, o Santa Cruz que o diga, nem o Arrudão com 50k assustou tanto quanto o GK lotado.
A capacidade atual é 10 mil pessoas, diante de um futuro acesso o Germano terá que aumentar sua capacidade, já apresentaram vários projetos, mas nada saiu do papel, ainda.
São tantas boas memorias que eu até me emociono em falar sobre o GK, o acesso pra série C com milhares de luzes dos celulares me fez chorar como nunca.
A saudade que eu sinto de sentar no meu lugarzinho, com meus parceiros de arquibancada, comendo minha pipoquinha no intervalo, xingando o técnico ou a arbitragem.
Abraçar desconhecidos na hora do gol, cumprimentar o presidente, que costuma sentar próximo de nós, saudades de tudo, daquele ambiente, aquele frio, ou aquele sol de lascar, como faz falta.
Nossa casa, nosso lar! Mais de um ano longe e sem previsões para voltar, mas quando voltar pode ter certeza que vou valorizar cada minuto lá dentro.
Ir ao Germano Krüger não é um passeio, mas é uma experiência única, combinando a simplicidade de um estádio construído por ferroviário e a paixão pulsante de uma torcida que não para nunca.
Por Kamila Padilha, colunista do Operário Ferroviário
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