Time alviverde tem bom desempenho, mas não foi o suficiente para garantir os três pontos da rodada
Nem sempre o melhor jogo do Coritiba significa uma vitória gloriosa. Nesta segunda-feira (21/04), o Coxa entrou em campo contra o Remo, no Mangueirão, e sofreu uma derrota amarga: o placar de 1 a 0 será – com o perdão do trocadilho – remoído por muito tempo. Foi a primeira vez que o Coritiba perdeu para o time paraense, e mais um tabu quebrado para a conta da Treecorp.

O Coritiba jogou com um time organizado e concentrado, mas que falhou nas finalizações. No primeiro tempo, tivemos 60% de posse de bola, 12 finalizações e nenhum gol. Lucas Ronier e Gustavo Coutinho criaram boas chances, mas todas pararam no travessão, na falta de pontaria ou no goleiro Marcelo Rangel, que fez boas defesas durante a partida. O gol do Remo, aos 47 do primeiro tempo, veio para ilustrar a máxima do futebol: quem não faz, toma.
O segundo tempo não foi diferente. Apesar de o adversário estar apenas administrando a vantagem, o Coritiba criou boas oportunidades com Sebastián Gómez, Josué, Alex Silva e Vini Paulista – que enfim foi aproveitado –, mas nenhuma delas resultou em gol. Parece que, para o Coxa, sempre falta algo. Se agora temos um time unido, com raça e obcecado pelo acesso, falta habilidade e pontaria para nos tornarmos uma equipe implacável.
Com a derrota para o Remo, o Coxa perde a invencibilidade e cai para a nona posição da tabela.
Mozart, o otimista
O técnico Mozart não cansa de surpreender pelo otimismo e pela falta de responsabilidade. Para ele, a partida – que teve como resultado uma derrota histórica – foi a melhor atuação do time desde que assumiu o comando, em janeiro.
“Fico triste pelo resultado. Foi o nosso melhor jogo, disparado, sob o meu comando. Em uma escapada, eles fizeram o gol. Tivemos o domínio nos dois tempos. Finalizamos três vezes mais, e o goleiro deles foi o melhor do jogo”, disse.
Consegue imaginar como vai ser a nossa pior partida? Se jogando o nosso melhor nós não conseguimos passar pelo incrível Remo… Socorro!
Para piorar, Mozart ainda disse que “infelizmente a única coisa que importa é o resultado”. É, realmente… quem diria que, em um esporte, os pontos vêm das vitórias? Ninguém liga para desempenho, né? Apesar da derrota, ele acha que temos potencial para brigar na parte de cima da tabela. Conto ou será que alguém vai contar?
Enquanto ele insistir em deixar no banco nomes como Geovane Meurer, Carlos de Pena, Vini Paulista e João Almeida, não vejo muitas alegrias no horizonte alviverde. Pelo menos um acerto o Mozart teve: ele finalmente colocou Lucas Ronier mais à esquerda, e o camisa 11 teve uma atuação mais positiva e dinâmica – provavelmente por perder menos tempo ajeitando a bola para a “perna boa”, como costuma fazer quando joga pela direita. Ainda assim, ele falha e confunde o papel que precisa assumir no Coxa. Ronier deve ser o atacante em quem a gente confia que vai marcar assim que receber a bola — e não aquele que perde tempo driblando os adversários e não finaliza.
Próximo Confronto
A próxima partida do Coritiba acontece no sábado (26/04), contra o Operário-PR, no Couto Pereira. Os guerreiros alviverdes terão a semana inteira de treinos – ou pelo menos é o que se espera – para buscar a vitória com desempenho. Mas, sinceramente? Eu não me importo de ganhar na sorte.
Se o técnico Mozart pede um voto de confiança para o torcedor comparecer ao Alto da Glória, eu peço que cada um leve seu amuleto ou a camisa que “dá sorte”. Porque, no momento, não dá pra depender só do desempenho. Que venham os três pontos – com técnica, raça ou reza. O importante é voltar a vencer.
Por Raphaella Heinzen
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