Domingo de renascimento


Pela primeira vez pela Série A, Juventude recebe o Mirassol em Caxias do Sul

Depois da goleada histórica que o Verdão sofreu diante do Flamengo no Maracanã, dois conhecidos recentes se reencontram na manhã deste Domingo de Páscoa (20), às 11h, nos gramados do Alfredo Jaconi. A primeira vez que o Ju encontrou o Leão Caipira foi nas oitavas de final da Série D, em 2011. 14 anos depois, o cenário é mais favorável aos dois – por conta de suas posições -, o Terror do Interior vem de uma vitória onde aplicou 4 gols em cima do Grêmio e o Papão vem de uma derrota dolorida onde sofreu 6 gols do atual líder do Brasileirão, o Flamengo. 

Juan Barbosa / Agencia RBS

Claro que toda derrota, ainda mais com um placar elástico como esse, dói demais. O comandante Fábio Matias, experiente como é, entende que o campeonato é longo e pede que os jogadores mantenham a cabeça no lugar. Humilde, como poucos treinadores do seu patamar são, o professor assumiu a culpa pelo vexame vivido na capital carioca e ainda se desculpou com o torcedor, deixando claro que essa é uma situação que não pode ser comum no Juventude. 

A partida contra o Rubro-Negro trouxe uma atuação que não se parece em nada com as performances anteriores do Papão neste Campeonato Brasileiro. O time que vinha marcando duro, atacando intensamente e desempenhando muito bem na hora de defender bolas paradas levou 3 gols em 10 minutos de jogo, apenas um com a bola rolando. O time estava irreconhecível e essa deve ser a narrativa. O Juventude que dominou Vitória e Ceará em Caxias e que jogou de igual para igual na derrota para o Botafogo fora de casa não pode se dar ao luxo de achar que a mediocridade apresentada na quarta-feira combina com o esmeralda do manto jaconero. 

Ao contrário do Juventude, o Mirassol vem de uma noite histórica onde aplicou uma goleada nunca antes vista no último jogo de Quinteros no comando do Grêmio. Com dois gols do ex-tricolor Reinaldo, a partida foi praticamente um acerto de contas entre o Terror do Interior e a soberba dos demais times acostumados com a Série A, sem contar o alívio que deve ter sido para o elenco imortal sair do jogo já com a notícia de que a cadeira de comando do time estava livre. Dois cenários bastante opostos. 

Fernando Alves/ECJ

Dois treinos foram realizados para fechar qual a equipe que inicia contra o Mirassol no domingo. Giraldo, volante afastado pelo protocolo de concussão no jogo contra o Ceará, está de volta aos relacionados de Fábio Matias e o centroavante Gilberto deve ganhar mais minutos, visto que ainda está voltando de uma pausa por lesão. Os 11 nomes iniciais para o próximo devem ser: Gustavo; Ewerthon, Abner, Adriano Martins e Felipinho; Giraldo, Jadson e Mandaca; Batalla, Giovanny e Ênio. Matheus Babi e Gabriel Taliari foram reavaliados na última sexta-feira por conta de um desgaste, mas o clube ainda não liberou demais informações sobre a situação dos atacantes. 

O jogo que vem por aí para o Juventude não tem o prognóstico mais positivo para o time gaúcho, mesmo assim, há de se ter um pouco de senso e esperança. Tanto a derrota trágica do Verdão, quanto a vitória extraordinária do Mirassol não são cenários comuns para ambos os times. Sim, os dois grupos são bons, com ritmo contínuo e bastante entrosamento, então é difícil prever qual vai ser a história contada no Alfredo Jaconi. O clima de crise não pode existir, afinal o foco deve estar acima de tudo no fato de que o Campeonato Brasileiro é um conjunto de jogos e não um resultado avulso. 

O Domingo de Páscoa marca uma história de renascimento que guia pessoas ao redor do mundo. A crença de que é possível sofrer, morrer e, do mesmo jeito, renascer depois de três dias é um símbolo de esperança que move montanhas e justifica o suor que desce pela testa de milhões. Levando isso em consideração, eu consigo, sem sombra de dúvidas, acreditar que na manhã deste domingo, às 11h, veremos um time do Juventude ressurgir diante de todos os seus seguidores, no seu solo sagrado, trazendo de volta toda a sua força e sua resiliência. O Papão não morre assim tão fácil, tudo são apenas pedras no meio do caminho. 

Eu não acredito no Coelhinho da Páscoa, mas tenho plena certeza que renascer é possível. Renasceremos juntos, com os nossos e por todos os nossos. 

Por Luiza Corrêa

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


Deixe um comentário

Veja Também:

Faça o login

Cadastre-se