Contra tudo e contra todos!


Apesar da atuação da arbitragem, Juventude busca o empate em Santa Cruz do Sul

Fernando Alves

Eu sou uma pessoa contrária a ideia de acreditar em teorias da conspiração, que dizem que “certos times” recebem ajuda de federações e confederações. Conhecendo a arbitragem brasileira e seus vícios é completamente crível que erros grotescos possam acontecer em meio a correria do jogo. Crucificar árbitros não resolve problemas internos em times que simplesmente não conseguem vencer. Entretanto, esse não é o caso do Juventude e não foi o caso do jogo desta quarta-feira (12), pelo Gauchão contra o Avenida,  que terminou empatado em 1 a 1.

Com uma formação mista, porém não tão surpreendente, Fábio Matias colocou seu time em campo contra a pior campanha do campeonato com apenas uma meta: manter a liderança e barrar qualquer chance do Internacional acabar a primeira fase como primeiro colocado. As expectativas eram de um jogo calmo que não traria muito perigo ao Papão, afinal, são 15 anos de invencibilidade contra o Avenida. Mesmo assim, os donos da casa mostraram que não estão dispostos a se entregar ao “Quadrangular da Morte” tão fácil e proporcionaram um início de partida bastante agitado, porém equilibrado.

Tal agitação deu espaço a um lance polêmico já aos 7 minutos da primeira etapa. Caíque Castillo, do Avenida, tentava se desvencilhar da marcação de Cipriano quando acabou dando um toquezinho para atrás. Buscando retomar a posse de bola, colocou-se entre as pernas do zagueiro do Ju e tombou ao chão dentro da área. Francisco Soares, o árbitro da partida, não hesitou em marcar a penalidade. Mesmo sendo chamado pelo VAR – e após quase cinco minutos de checagem do lance -, o juiz se manteve convicto. Caíque bateu com paradinha e converteu, deixando o visitante em um lugar mentalmente complicado.

Poucos foram os destaques positivos de um jogo nervoso e ansioso pelo lado do Juventude. Marcos Paulo tentou o que pôde para frear os avanços do Avenida, que se sentia cada vez mais em casa. O fato de o alambrado onde fica a torcida ser extremamente perto do campo não ajudou, já que os comentários depreciativos dos mandantes eram facilmente ouvidos. Ewerthon e Batalla tentavam cruzamentos e inversões que dificilmente chegavam em seus destinos. Se existe algo mais ansiogênico que isso, eu desconheço. 

Fernando Alves

O Papão voltou para o segundo tempo com Jean Carlos e Giovanny como titulares. As mudanças pareceram dar um certo gás para a equipe. Giovanny entrou perigoso, se movimentando com mais facilidade, porém foram dois nomes que já estavam participando da partida que fizeram a diferença. Aos 17 minutos, na tentativa de fazer o que parecia ser o milésimo levantamento para a área, Batalla cruzou direto na cabeça de Erick Farias, que cabeceou e deixou o goleiro Rodrigo Mamá procurando a bola. É inegável que Erick é o artilheiro de gols decisivos.

Três minutos depois, o Juventude até teve mais uma chance de marcar outro gol de cabeça, mas o capitão Jadson acabou finalizando para fora. Não, o jogo não foi perfeito, contudo eu me pergunto como poderia ter sido, caso o árbitro decidisse acatar a opinião do VAR – e da maioria dos internautas que comentaram o lance nas redes sociais. Como é impossível saber, me mantenho firme acreditando que o título ainda é possível. 

A noite um tanto frustrante ainda foi coroada com a perda da primeira posição na tabela de pontos gerais após a vitória por 3 a 1 do Internacional em cima do São Luiz de Ijuí. No momento, a expectativa é que o Juventude receba o Grêmio em casa no primeiro jogo da semifinal. Independente disso, o clima de crise não tem lugar nos vestiários do Verdão. 

A dificuldade é grande, mas só não peleia quem tá morto – e nós não estamos. Vamos pelo caneco. Contra tudo e contra todos.

Por Luiza Corrêa

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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