Ficamos no lucro, mas o alerta está ligado


Com defesa de pênalti de Hugo e gol de Yuri Alberto, Corinthians empata fora de casa, mas tem razões para se preocupar 

Danilo Fernandes

Em meio a uma maratona de jogos, o Corinthians foi ao Allianz enfrentar o rival da Barra Funda pelo Paulistão, e ficou no empate por 1 a 1. Apesar da sensação de “vitória” pela forma com que conquistamos o ponto, com um jogador a menos e pênalti defendido, mais uma vez a postura do alvinegro em clássicos decepcionou, ligando o alerta para a Libertadores. 

Clássico é sempre um misto de sentimentos, onde a ansiedade e a agonia se misturam e se traduzem no mais profundo amor ao Corinthians. Ainda que sintamos esta aflição diante dos rivais da Baixada e do Morumbi, nada se compara ao duelo com a equipe da Barra Funda. Contra eles é guerra. Não aceitamos menos do que sangue no olho e camisa encharcada, ainda que muitas vezes tais anseios fiquem apenas no imaginário do torcedor. Porque este sim, se entrasse em campo, ostentando o manto alvinegro, iria ao seu limite.

Não podemos negar o progresso da equipe de Ramon Díaz. O Corinthians é outro, bem diferente daquele de Mano e Antonio Oliveira. No entanto, quando o assunto é clássico, a postura do time decepciona, dá nos nervos. O time é passivo e parece que esquece todo o trabalho tático.

Mesmo com o retorno dos titulares, o alvinegro jogou mal. O adversário tinha a posse de bola e controlava as ações, não à toa abriu o placar ainda no início da primeira etapa. O gol de Maurício aumentou o ímpeto dos donos da casa, e Estevão fez o que queria com a defesa da equipe de Parque São Jorge.

O Corinthians pouco se apresentou ao ataque e quando tentou, Weverton parou Yuri Alberto e André Ramalho. Lá atrás, Hugo evitou o pior em lances de Estevão e Richard Rios. E de um erro de Ríos, o alvinegro chegou ao empate após passe de Memphis para Yuri Alberto. 

Danilo Fernandes

Tentando melhorar a equipe, Ramon sacou Alex Santana e colocou João Pedro Tchoca. O time seguiu mal e tudo piorou quando Yuri Alberto acabou expulso quando recebeu o segundo amarelo por simulação. Expulsão contestável.

Seguimos como presa fácil, inertes, sem levar perigo à meta adversária. O adversário cercava a área, mas nada de gol. Eis que com o fim da partida chegando, Estevão fez fila e cavou uma penalidade. Clauss, que não tira o apito da boca diante do Corinthians, marcou o pênalti. Na batida tivemos novamente o herói: Hugo Souza. O goleiro se esticou e defendeu a cobrança de Estevão no canto direito. Na sobra, Tchoca afastou o perigo.

Empate com sabor de vitória? Em partes. Ficamos “na vantagem” porque não correspondemos em campo, mas não podemos esquecer a postura tática medíocre. Yuri e Hugo demonstraram garra, seja na comemoração ou não se escondendo diante das provocações da torcida do rival.   

Às vésperas da Libertadores temos um alerta ligado, afinal, diante de adversários da elite patinamos nas duas oportunidades. Demos muito espaço, principalmente pelo losango no meio de campo. Ponto para Abel, que armou o rival com três zagueiros e congestionou o meio, permitindo que Estevão flutuasse como bem quisesse. 

Ramon tem muito o que fazer, já já teremos outro clássico e depois a Libertadores. Garro está voltando e trará qualidade a armação alvinegra, mas sabemos que precisamos de contratações para o setor defensivo. 

Por Mariana Alves 

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo 


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