UM 2024 ATLETICANO PARA SER ESQUECIDO…


Era uma vez o Galo do povo

Foto: Reprodução

De um início esperançoso para um fim de temporada desesperador. Isso resume o que foi o ano de 2024 para o Clube Atlético Mineiro e sua massa apaixonada. O início de ano foi maravilhoso, técnico novo e a conquista do penta do Mineiro de virada, na Lagoa da Pampulha, com o mando do adversário e torcida única.

O início do Milito foi bastante promissor: título, um Atlético avassalador e com um futebol bom de se ver, gerando bons resultados na Libertadores e Copa do Brasil, mas com um Brasileirão um pouco capengo, assustador e que já dava sinais.

O até então, o comandante do clube enfrentou uma série de desfalques por lesão, suspensão e convocados para a Copa América. E assim como os antigos treinadores, caiu no conto do vigário de que teria reforços e eles não vieram.

Enquanto desistia de disputar o Brasileiro por falta de peças e levando goleadas dolorosas, o clube alavancou nas copas batendo fortes e favoritos adversários e chegando a grande final. Um feito belíssimo para Gabriel Milito e seu elenco, era a chance de todos cravarem seus nomes na nossa história. E até foi feito, mas de forma bem negativa…

O Atlético finalista da Libertadores e Copa do Brasil chegou a 12 partidas sem vencer, sendo 4 empates e 8 derrotas. Duas dessas foram a final da Copa do Brasil, com o jogo decisivo na nossa casa, e para piorar, nos minutos finais virou uma guerra nas bancadas e o time tomou uma grave punição de 10 jogos com os portões fechados.

E outro revés foi a final da Libertadores, jogando os 90’ com um jogador a mais. Exatamente isso, jogamos uma tão sonhada final com um jogador a mais durante todos os 90’ mais os acréscimos, e jogando com 3 zagueiros ainda, para deixar tudo pior.

O que era um sonho de temporada perfeita se tornou um completo pesadelo quando Gabriel Milito saiu do Galo na última rodada, e o time foi a campo, sem torcida, correndo risco de rebaixamento. Logo com quem no comando do alto pelotão do clube? Ele mesmo, Ricardo Guimaraes.

É até difícil descrever algo sobre essa temporada do Atlético quando o sentimento que mais predomina é a tristeza. Estamos vendo essa SAF acabar com nosso clube bem na nossa frente e não estamos fazendo nada, e depois infelizmente será tarde demais. 

Nem vou entrar a fundo nas questões das dívidas porque são coisas e contas surreais, e ficaria muito maçante relatar. Mas vale a pena frisar um ponto: eles pegaram o Atlético com um Shopping em um dos bairros mais caros de Belo Horizonte e com uma dívida menor, agora o clube nem shopping tem mais e as dívidas não param de crescer. 

Chegamos ao ponto que as próximas notícias do Galo sempre vão ser as piores, e olha que as competições já acabaram. 

A perda dos títulos não foi nem de longe o maior vexame do time nesta temporada. A SAF juntamente com a diretoria acharam de bom tom vender nosso camisa 10, uma peça importante no nosso elenco para um rival direto, e ainda pegou dois caras que vieram “chutados” de lá. Vieram com a falsa promessa de que teríamos 4 Hulks no elenco e temos apenas nosso Givanildo, e ainda por cima jogando lesionado por falta de opção no banco de reservas. 

Lá em 2020, prometeram que em 5 anos o Atlético seria uma potência no futebol, e no próximo ano vamos simplesmente disputar a Sul-Americana. E nem tem nenhum tipo de desrespeito com a competição, mas todo mundo sabe que o foco e a obsessão é na Copa Libertadores.

Sucatearam o time vencedor de 2021 por 2 pastéis e 1 caldo de cana, e ainda por cima sem direito a reposição. Não satisfeitos com isto, eles estão fazendo o mesmo com o elenco de 2024. Não existe reforçar um adversário direto, não existe cogitar vender alguma peça importante do time por pura incompetência, ainda por cima sem reforçar o elenco e vir com o falso discurso que está trabalhando sem alardes, como se a torcida fosse burra de cair nessa história. 

Fechamos o ano com uma arrecadação absurda, a ausência do Galo na Libertadores é por pura incompetência de SAF e diretoria que insistem em primeiro ver retorno no time para depois contratar, e não o contrário, e o que tem mais lógica. 

Para fechar o ano da pior forma possível, o Clube foi rejeitado por uns 4 treinadores e foi logo atrás do pior de todos, Alexi Stival. Poderia até falar que é pior por sempre abandonar o trabalho na metade, deixando todo mundo na mão, mas o buraco é bem mais embaixo.

O “escândalo de Berna” é um caso absurdo, inaceitável, nojento e cruel, e o indivíduo sai andando por aí como se não fosse nada, e ainda por cima tem uma legião de fãs que defende com unhas e dentes, uma vergonha para a sociedade.

Faltam palavras cabíveis e respeitosas para expressar todo o sentimento em relação a volta do mesmo ao comando do Galo, não existe cenário no mundo onde eu apoie a volta de alguém com esse histórico extra campo, com alguém que ficou anos se esquivando da justiça e depois quer pagar de bom moço usando camisa religiosa e a fala mansa.

Me preocupa esse cara ainda ser visto como o salvador da pátria, me preocupa o tanto de gente que defende e preocupa mais ainda como a diretoria não dá a mínima para a opinião da torcida, e depois querem fazer textos no dia 8 de Março e falar que o Galo é um time de todos.

Foto: Reprodução

O Galo sempre foi da massa, do povão, sempre foi carregado pelo povo preto e branco que tem orgulho desse escudo que carrega no peito. O Atlético está vivo hoje em dia por conta da torcida que mesmo vendo seu rebaixamento em 2005 em pleno Mineirão lotado, cantou a plenos pulmões o sincero UMA VEZ ATÉ MORRER, e agora quase 20 anos depois, estamos vendo os donos do clube afastar a torcida de tudo, sem um mínimo de respeito e transparência. 

São anos de amor ao Clube Atlético Mineiro e em troca temos ingressos em valores absurdos, torcedor sendo expulso da bancada, torcedores bloqueados e até mesmo ameaçados porque vão contra essa gestão, e na minha visão, o mais absurdo de todos foi a desistência da Massa no jogo que virou o mais importante na temporada: nossa luta contra o rebaixamento. E para piorar, foi colocado tapumes em torno do estádio.

Tivemos duas perdas de título, uma na nossa casa e outra com um jogador a mais e ninguém deu as caras para falar com a torcida, ninguém chamou a responsabilidade para dar uma explicação, ninguém a público para assumir que tiveram erros. As notícias que saem é uma pior do que a outra e o sentimento é que estamos largados por aí, a Deus dará, no famoso “salva-se quem puder”.

Em janeiro, o time inicia uma pré temporada como se o calendário desse tempo para essas coisas. Para piorar, não temos atacantes e nem sabemos ao certo se vamos ter um elenco mesmo até lá. Nos prometeram um estádio com uma baita acústica e fomos feitos de chacotas, prometeram um grande elenco e não temos nem banco de reservas, prometeram a potência mundial com vários títulos e perdemos 2 no mesmo mês, e um jogando os 90’ com um atleta a mais.

Fomos de uma torcida que já protestou no centro da cidade, que impediu a contratação de um jogador, para uma organizada que se vendeu a troca de nada, se vendeu em troca de um jogo no péssimo gramado da Arena, um kilo de carne e ingressos de graça. Está na hora do verdadeiro povão do Galo aparecer e ir lutar por esse time antes que seja tarde demais e voltamos a acompanhar uma partida em plena terça-feira, com o estádio gritando um “vamos subir, Galo”.

Poderia ficar horas e horas falando as absurdas coisas que estão fazendo com o meu time que faltariam palavras e sobraria tristeza. O amor pelo Galo é uma coisa inenarrável e como é difícil acompanhar tudo que está acontecendo com meu time, aos nossos olhos. Em 23 anos de Clube Atlético Mineiro, esse sentimento está sendo bem pior do que goleada em clássico, eliminação para rival na Copa do Brasil e até mesmo perda de título.

O amor pelo Galo sempre vai existir, nosso hino já diz que é “uma vez até morrer”, mas é inegável não sentir que não temos mais identificação com esse clube, que não pertencemos mais ao Atlético e que o time não é mais nosso, que a torcida não tem mais importância em nada que acontece nesse time.

Esperamos e oramos por dias melhores, por SAF melhor e que devolvam o Galo para a verdadeira massa atleticana. E aos que se venderam por ingressos e uma “pelada” no estádio, não reclamem quando for tarde demais, as peças importantes saírem almejando algo melhor e nosso grande reforço for um artilheiro da série C.

Sentimento, amor sincero ao alvinegro!

 Por Thais Santos

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo


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