Palmeiras é derrotado pelo Botafogo e vê chances de título “sumirem”
Na noite de terça-feira (26), Palmeiras recebeu o Botafogo no Allianz Parque, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com o estádio lotado, o Verdão viu seu maior rival pela taça vencer a partida por 3 a 1. Marcação errada, ataque ineficiente e atuações questionáveis da arbitragem resumem como foi a final antecipada do Brasileirão.
No jogo que valia a liderança e era considerado pelos torcedores como decisivo, os jogadores do Alviverde tiveram mais uma atuação desastrosa, sem eficiência. Antes mesmo de mencionar a arbitragem, é preciso dizer: esses atletas já estavam mandando o recado de que não queriam o campeonato. Foram diversas chances de assumir a liderança e, quando finalmente o fizeram – na rodada anterior –, perderam logo em seguida, de goleada. Afinal, é impossível normalizar que, em um jogo denominado “final” pelos próprios atletas, um 3 a 1 seja visto como um simples placar.
Apesar da escalação inicial em que, mais uma vez, o técnico Abel Ferreira insistiu em colocar Rony no lugar de Flaco López e Felipe Anderson no lugar de Dudu, o Palmeiras começou o jogo entendendo a importância da partida e evitando erros defensivos naquele momento. No entanto, no ataque, repetiu os problemas apresentados nos últimos jogos.
A equipe ainda viu o adversário perder um de seus zagueiros aos dez minutos de partida: Bastos se lesionou. Aquele parecia o momento perfeito para aproveitar e atacar o Botafogo. Mas foi o rival que abriu o placar, em uma jogada inacreditável e inaceitável de ser realizada com tanta facilidade contra o Palmeiras de Abel, que já foi conhecido por sua defesa quase impecável e seu mental forte em decisões. É importante destacar que o lance que originou o gol veio de um escanteio que, na verdade, deveria ser tiro de meta para o Verdão. No entanto, o árbitro, após ouvir terceiros, resolveu ceder o escanteio. Ainda assim, isso não pode servir como desculpa para a marcação patética dos jogadores.
Aos 18 minutos, na cobrança do escanteio, Alex Telles encontrou Almada que ajeitou para Gregore marcar. O pior não foi apenas sofrer o gol, mas a forma como aconteceu: os três jogadores estavam completamente livres, sem que ninguém sequer tentasse diminuir os espaços.
Quatro minutos depois, o Palmeiras perdeu uma grande chance com Rony. Após cobrança de lateral, o camisa 10 recebeu e chutou, mas a bola foi forte demais, acertando a trave e voltando para a pequena área. O craque do Verdão só conseguiu se livrar da marcação e se destacar no final do primeiro tempo. Aos 45’, Marcos Rocha tabelou com Estêvão, disparou pela direita e cruzou. Mas John, goleiro do Botafogo, salvou o time no contrapé.
Na etapa final, Abel voltou com Flaco López no lugar de Felipe Anderson. Convenhamos, o argentino trouxe mais ritmo ao jogo, mas isso pouco adiantou, já que ele e o restante da equipe não conseguiam ser efetivos no último terço do campo. Apesar disso, até aquele momento o placar não era tão desfavorável. Pelo contrário, a equipe mostrava sinais de melhora e parecia mais próxima do empate.
Então, veio o lance que escancarou o colapso mental da equipe. Aos 24 minutos, o árbitro Wilton Pereira Sampaio foi chamado ao VAR para analisar uma possível agressão de Marcos Rocha. O camisa 2 acertou o rosto de Igor Jesus. Ainda que o contato tenha sido leve, por não haver disputa de bola, a expulsão era inevitável (mesmo que raramente vejamos decisões similares quando é o Palmeiras o beneficiado).
A partir daí, o Verdão se perdeu em campo e viu o adversário marcar o segundo gol apenas três minutos após a expulsão. Em um tiro de meta, John repôs a bola rapidamente para Igor Jesus, que ajeitou de cabeça. A desorganização defensiva do Palmeiras permitiu que, na saída de Weverton, o Botafogo ampliasse.
O Allianz explodiu em protestos. Gritos de “olé” ecoaram da torcida do Botafogo, enquanto parte da organizada do Palmeiras xingava Abel Ferreira de “burro”. Outra parte da torcida rebateu com vaias à manifestação, expondo que, infelizmente, a desorganização e a desunião não estão restritas ao campo.
Ainda houve tempo para o time carioca ampliar, em mais um escanteio, desta vez com Adryelson. Nos acréscimos, Richard Ríos descontou para o Verdão, mas obviamente era tarde demais.
A derrota devolveu a liderança ao Botafogo e deixou o Palmeiras com 70 pontos, agora em segundo lugar. Para continuar sonhando com o título, o Verdão precisa vencer as duas rodadas finais e torcer por um tropeço do rival.
O jogo é um reflexo de um ano deprimente para os torcedores, que sempre acreditaram no time, mas agora – ou já há algum tempo – começam a desconfiar da capacidade da equipe. Apesar disso, a torcida não deixou de cantar e apoiar os jogadores. Afinal, independentemente de tudo, o amor pelo Palmeiras transcende aqueles que vestem a camisa.
Foi um ano triste para a torcida, que mais uma vez perde a esperança de terminar a temporada comemorando o título. Ainda assim, os palestrinos seguem acreditando – alguns mais, outros menos – e, com toda certeza, continuarão amando e apoiando a Sociedade Esportiva Palmeiras. Tudo pelo P que carregam no peito e amam com todo o coração.
Seguimos e Avanti Palestra!
Por Tamara Ferreira
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.