SANTOS, SANTOS, SANTOS


Hoje, no céu, o soco no ar está liberado! Viva o Santos!

Foto: GE

Sou mineira, cruzeirense e, hoje, resolvi homenagear o Peixe. Nasci em 1961 e qualquer brasileiro que viveu aquela década vai entender o respeito que tenho pelo time da baixada.

Naquela época, o assunto nas rodas de conversa era Pelé, Seleção Brasileira e Santos. O feito do mineiro de Três Corações pelo futebol nacional é irreplicável. O Santos, por sua vez, era tão temido que foi um título do Cruzeiro sobre ele, em 1966, que fez nascer os cruzeirenses da minha família.

O tempo passou, o Rei aposentou, mas o Santos nunca deixou de ser o “time do Pelé” e passou a abastecer o futebol mundial de jovens e promissores jogadores. Assim surgiu os chamados “Meninos da Vila”. De Juary a Neymar, foram muitos os nomes criados ou lapidados pelo Alvinegro Praiano. A geração Neymar, ao conquistar a Libertadores de 2011, proporcionou ao Rei a sua última volta olímpica no Pacaembu. Foi uma cena emocionante, inesquecível e única.

No ano seguinte (2012), Pelé precisou passar por um procedimento cirúrgico no quadril, não se recuperou totalmente e novas doenças surgiram. A chama começou a se apagar. O Santos ainda se manteve iluminado até 2016, ano do último título.

O melhor jogador do século 19 foi saindo de cena e o Peixe começou a tropeçar nos torneios que disputava. O Rei morreu em 29 de dezembro de 2022, e foi se a chama que mantinha vivo o Santos. O resultado foi a queda no Brasileirão de 2023.

O clube começou 2024 com novo presidente, recompôs o elenco, chegou ao vice-campeonato paulista e começou bem na série B. A diretoria optou por um grupo mais velho. Trouxe alguns jogadores “cascudos” como Giuliano (campeão mundial pelo Internacional em 2010), Gil (campeão brasileiro pelo Corinthians em 2015), William (bicampeão brasileiro pelo Cruzeiro 2013/2014) e Otero que literalmente desequilibrou na reta final do campeonato. Também repatriou ex-jogadores como Diego Pituca e Serginho, esse último um ex-menino da Vila.

O técnico Fábio Carille, também contratado no início do ano, conseguiu um excelente aproveitamento no primeiro turno quando o time conseguiu 34 pontos em 19 jogos. Com o andamento do campeonato começaram a surgir as contusões e isso causou uma certa instabilidade no início do segundo turno.

A torcida, que apoiou muito, tanto nos jogos fora como dentro de casa, chegou a pedir a saída do técnico. Isso foi compreensível. Não era fácil ver o time no lugar em que ele estava e o medo do não conquistar o acesso era algo que causava pavor.

A partir da rodada 31, quando venceu o Mirassol (3 a 2), concorrente direto na tabela de classificação, o Peixe começou a nadar em mares mais calmos. A vitória no confronto com o também concorrente Ceará (1 a 0), na rodada 33, foi fundamental mais uma vez.

Os 3 a 0 na rodada 35 sobre o Vila Nova, no final de semana de Todos os Santos, foi o sprint final para a conquista do tão esperado acesso, que se tornou apenas uma questão de tempo. E, finalmente nesta segunda (11), fora do Alçapão da Vila, mas junto da torcida, o Santos voltou a respirar no ambiente da elite do futebol brasileiro após a vitória de 2 a 0 sobre o Coritiba.

Embora o futebol não seja uma ciência exata, o título da série B deve vir na próxima rodada, no domingo (17), diante do CRB, na Vila mais famosa.Parabéns para a torcida que é quem mais sofre com os momentos ruins do time.

Parabéns aos jogadores que cabiam em muitos times da série A e aceitaram o desafio de recuperar o time do Rei Pelé. Parabéns ao técnico pela resiliência nos momentos difíceis, não abandonando o barco. Certamente não faltaram propostas de trabalho em outros clubes.

Bem-vindo de volta, Santos! Conquiste títulos, revele craques! Ajude a manter viva a memória do Rei!

Por Celeste Gonçalves

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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