Uma paixão que não tem fronteiras
Falar do Grêmio é como descrever aquela partida inesquecível, onde cada jogada é carregada de emoção e cada gol é como um abraço e uma comemoração única. É um amor que corre no sangue, que te faz vibrar na arquibancada e sentir cada segundo como se fosse uma final de campeonato. Como disse o nosso eterno camisa 10 das palavras, Paulo Sant’Ana, há alguns anos:
“Ser gremista é um sonho ou a realidade concreta de não conseguir ser outra coisa.”
Ele estava mais do que certo. É só conversar com qualquer gremista, seja nas ruas ou no estádio, que você vai ver que essa paixão é tão inabalável quanto a melhor defesa Tricolor. Ser gremista não é apenas torcer por um time, é fazer parte de uma história, de uma família. É aquela sensação de entrar em campo junto com o time, sentir cada vitória como se fosse sua e carregar no peito o orgulho de ser imortal. É mais do que futebol, é um amor que não se explica – só se sente, até o último minuto do jogo e da vida.
Há 121 anos era fundado o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, o Grêmio da Baixada, do Olímpico e, agora, da Arena. O Imortal Tricolor, que já trocou de casa algumas vezes, mas sempre carregou consigo um lar bem maior: o coração de sua torcida. Mudaram os estádios, mas o amor e a lealdade nunca saíram de campo.
Seja nas arquibancadas da Baixada, onde tudo começou, nas noites de glória no Olímpico, e que noites! – ou agora, na Arena, o gremista sempre esteve ali, de pé e alentando cada um a característica de seu time. Cada estádio foi palco de histórias épicas, de jogos que ficaram na memória de quem fez parte desses 121 anos.
O que faz o Grêmio ser imortal não são apenas as taças levantadas, mas a paixão incondicional dos seus torcedores, que não abandonam o time, mesmo nas fases difíceis, que não foram poucas, porém sempre passam. Troca-se o gramado, troca-se o endereço, mas o coração gremista segue firme, batendo forte como sempre. Porque ser gremista é isso: nunca abandonar o time, onde quer que ele jogue.
O ano de 2024 veio para mostrar, mais uma vez, que ser gremista é muito mais do que torcer, é viver e respirar esse amor sem limites. Por força do destino e da tragédia que abalou o Rio Grande do Sul, o torcedor do Imortal Tricolor se viu de malas prontas, em uma mudança temporária, longe de casa. Mas como sempre, não importa onde o Grêmio jogue, a torcida que pode vai junto, sem medir esforços.
Dessa vez, adotamos novos lares, mas não deixamos a região sul. Passamos pela Serra Gaúcha, sentimos o calor ou melhor a chuva de Chapecó e vibramos em Curitiba, com a lembrança dos bons tempos do estádio Olímpico Monumental. Cada cidade, cada estádio por onde o Grêmio passou viraram palco para a mesma paixão que pulsa forte nas arquibancadas da Arena. Assim, em cada uma dessas moradas temporárias, o torcedor gremista mostrou que o amor pelo clube não tem fronteiras.
Seja no frio da serra ou do oeste, não importa o tempo e a distância, a camisa tricolor continuou sendo vestida com o mesmo orgulho. Porque o gremista é assim: onde o Grêmio está, ele está junto, cantando, empurrando o time e transformando qualquer campo em território imortal. A distância pode separar o time de sua casa, mas nunca do coração da sua torcida. Com isso, apenas uma frase define: “Como é bom ser gremista!”, como uma vez nosso grande Cacalo falou.
Por Noara Tainá
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.