PARECIA QUE NÃO IA, MAS FOI, O BRASIL ESTÁ NA SEMIFINAL 


Brasileiro não desiste nunca, e a persistência da Seleção Brasileira Feminina avançou para a semifinal das Olimpíadas 

Nem o torcedor mais otimista esperava uma vitória, principalmente após a dolorosa derrota para a Espanha, mas o Brasil foi lá e mostrou que é possível, venceu a França por 1 a 0. Numa partida brigada e com acréscimo até as donas da casa empatarem, as brasileiras foram fortes e seguraram a vitória até o final.

Parecia que não ia dar, afinal, a partida contra a Espanha foi duríssima, Marta foi expulsa e o Brasil foi derrotado por 2 a 0, jogando um futebol muito abaixo do esperado. Mas diante da França a rainha esteve nas arquibancadas mandando forças, e quem esteve em campo entregou tudo, principalmente Lorena. A goleira não só defendeu um pênalti como fechou o gol no tempo normal e nos acréscimos, que pareciam nunca ter fim.

Mais uma vez, Lorena é gigante e defendeu pênalti. Foto:  Robert Cianflone/Getty Images

Confesso que, assim como boa parte da torcida, já estava conformada com uma eliminação pelo futebol apresentado diante da Espanha: uma seleção que se cansou rápido e que não conseguia pressionar as adversárias. Além disso, a França é uma rival pedra no sapato, daquelas que o Brasil nunca tinha ganhado. Mas fomos surpreendidos com garra, raça e entregas das jogadoras.

Aos 11 minutos veio o primeiro susto para a torcida verde e amarela: pênalti para as francesas. Após longa análise do VAR, a penalidade foi confirmada. No entanto, a demora para a revisão do lance parece ter esfriado Karchaoui, e isso se juntou ao fato de termos a gigante Lorena embaixo das traves, que se esticou e defendeu a cobrança rasteira. A goleira brasileira não foi só gigante por suas defesas, mas também porque claramente não estava 100% fisicamente e em alguns momentos da partida demonstrou estar com dores.

A primeira etapa terminou zerada e a etapa complementar começou bem movimentada. Ainda nos primeiros minutos Rafaelle, que vinha dando um show de desarmes, sentiu e pediu para ser substituída. A França brotou pressão, mas o que passava pela marcação não passava por Lorena. Tamires cometeu uma falta ao segurar Cascarino pela camiseta, recebeu um soco em troca, porém somente a brasileira recebeu amarelo. Dois pesos e duas medidas.

Os minutos iam passando e nada das redes balançarem (de preferência para o lado do Brasil), e a possibilidade de prorrogação começava a ficar mais perto de ser real. Já na casa do 35’, Bacha cobrou falta perigosa pela direita, mas ela, a gigante Lorena fechou o gol mais uma vez. Foi então que,  no minuto seguinte, a seleção canarinha mostrou a que veio: Gabi Portilho aproveitou muito bem a confusão da defesa francesa, entrou livre na área e mandou para o fundo das redes.

O Brasil tinha a vantagem e tentou aumentar, aos 44’, Portilho deu aquela carimbada na trave. Para nosso desespero, a arbitragem deu 16 minutos de acréscimo, praticamente uma prorrogação! Acréscimo até a França empatar? Não aqui. As brasileiras mostraram força de vontade, sangue no olho e o espírito de nunca desistir. Lorena continuou salvando até que, aos inacreditáveis 63 minutos do segundo tempo, veio o apito final.

Gabi Portilho é o nome do gol da vitória brasileira. Foto: Reuters

Alívio e alegria definem o sentimento após o fim da partida. Uma vitória com gostinho de revanche, essa foi por 2019 e 2023, estava entalado, e saiu no grito de gol. Pela sexta vez o Brasil está em uma semifinal olímpica. 

Agora é se preparar e trabalhar duro, pois a próxima adversária é novamente Espanha, às 16h desta terça (6), em Marselha.

JUNTAS PELA MEDALHA, VAI BRASIL!

Por Vânia Souza 

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, à opinião do Portal Mulheres em Campo.


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