O Estádio Governador Magalhães Pinto, popularmente conhecido como Mineirão, é um tradicional estádio de Minas Gerais, localizado mais precisamente na cidade de Belo Horizonte.
O Mineirão surgiu devido a necessidade de um estádio que acolhesse melhor a torcida mineira. Os três principais times já possuíam o seus próprios estádios, porém eram acanhados, desconfortáveis e já não suportavam a demanda dos torcedores. O Estádio Otacílio Negrão de Lima (Estádio da Alameda, na Avenida Francisco Sales), do América, o Estádio Antônio Carlos (localizado na Avenida Olegário Maciel), do Atlético, e o Estádio Juscelino Kubitschek (localizado na Avenida Augusto de Lima), do Cruzeiro não suportavam mais do que 15 mil torcedores.
Inaugurado em 05 de Setembro de 1965, teve sua primeira partida de futebol entre a Seleção Mineira (seleção com jogadores do Atlético, Cruzeiro, Siderúrgica e Uberlândia) e o time do River Plate da Argentina, a seleção Mineira acabou saindo com a vitória, o gol foi marcado pelo jogador atleticano Buglê.
Em 2010 o estádio passou por reformas para a Copa do Mundo de 2014, o Estádio foi uma das principais sedes. O maior fato da Copa aconteceu no Mineirão, afinal é impossível esquecer os 7×1 da Alemanha em cima da seleção Brasileira. Porém nem só de fatos tristes se vive o Estádio, afinal 1 ano antes da fatídica goleada, no mesmo estádio acontecia a final da Libertadores 2013, onde o Atlético se sagrou Campeão.
Quantas emoções foram vividas nesta Libertadores, sobre domínio atleticano, eu nunca vi o Mineirão em silêncio, pois mesmo quando as vozes se calaram, o Mineirão ainda assim podia escutar os corações alvinegros batendo, embalando o seu time rumo à vitória.
O Gigante da Pampulha é palco de muitas competições esportivas e também shows artísticos, foram muitos títulos comemorados nele, títulos Atleticanos, Americanos e também Cruzeirenses, afinal o Gigante é palco do futebol Mineiro, onde todos os times são abraçados.
Em tempos de pandemia, o gigante perdeu o seu brilho, afinal não existe estádio bonito sem torcida. Esses dias vindo do trabalho passei em frente ao estádio e ao fechar os olhos revivi alguns momentos que tive no Gigante, era de lei chegar sempre antes da hora jogo, ficava ali na rua do Peixe comendo um belo de um tropeiro e tomando uma cerveja, enquanto dialogava com os parceiros de jogos, ficávamos naquela adrenalina de saber como seria a partida, que falta que essa parte chamada FELICIDADE me faz.
Nunca imaginei que veria o Mineirão calado, nos jogos do Galo o Mineirão era embalado pelas vozes alvinegras, já vimos milagres serem feitos, vimos a terra tremer e na força do “eu acredito” o jogo virar.
No Domingo (11), tivemos o primeiro e talvez único Clássico desse ano, foi o jogo que marcou o centenário dessa partida e me fiz muitas perguntas, como seria se tivesse torcida? Afinal, em 100 anos, nunca houve um clássico de portões fechados, como muitos falam, “sempre tem a primeira vez” e infelizmente, para o Clássico Mineiro sem torcida, também chegou o momento. Se tivesse torcida, estaria rolando aquela provocação entre as duas torcidas, estaríamos cantando os nossos hinos em bom e alto som, empurrando o nosso time rumo à vitória. Não foi apenas a torcida atleticana que perdeu com tudo isso, quem perdeu foi o Futebol Mineiro.
Apesar de tudo que estamos vivendo existe algo que não se apaga, história e memória não desaparecem, permanecem vivas em nossos corações, voltaremos muito mais fortes, valorizando cada minuto que nos fizermos presentes ao lado do nosso time, o FUTEBOL é do POVO, é VIDA, o Mineirão respira futebol em seus pulmões.
Por Elluh Ferreira
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