O INDEPENDÊNCIA, MEU SEGUNDO LAR


Ir ao Independência sempre foi uma das minhas diversões prediletas. Principalmente ao velho estádio,  que o América adquiriu por meio de comodato, do clube Sete de Setembro, em 1989.  

Naquele local simples, com suas arquibancadas de cimento pintadas de verde, em forma circular, pouca cobertura, eu vivi momentos felizes e de tristezas também. Queimei a pele no sol inclemente e senti frio nos dias de chuva. Nas horas mais tensas das partidas, eu subia e descia aqueles degraus, tentando aplacar meu nervosismo.

Encontrei e fiz amigos. A torcida ficava junta, apenas separada da rival por cones e alguns policiais. A gente chegava e entrava logo, já que naquela época era permitida a venda de bebidas e comidas. As barracas do tropeiro e bolinho de feijão tinham  sempre filas, pois eram as preferidas da torcida. 

Foto: Arquivo Pessoal

Neste campo, vi nascer para o futebol, craques como Eder Aleixo, Euller, Palhinha, Ronaldo Luís, Evanilson e Fred e, já no estádio novo, o Danilo e Richarlison. Todos eles jogaram pela seleção brasileira  e os dois últimos fazem parte do time de Tite.  

Ia sempre acompanhada por meu filho, filhas, sobrinhos, primos e amigos e se não achasse companhia,  ia sozinha mesmo.   

Quando o estádio foi fechado, para realizar obras visando a Copa do Mundo, os jogos dos três clubes da capital foram transferidos para a Arena Jacaré,  pertencente ao Democrata,  da cidade de Sete Lagoas.

Dois anos se passaram, desde o começo das obras e finalmente, no dia 25 de abril de 2012, o estádio foi reinaugurado. A expectativa era grande e fui logo providenciando meu crachá para participar do grande acontecimento. Trabalhava no jornal oficial do Estado e minha credencial permitia o acesso a todas as dependências.  

Fiz entrevistas com políticos,  diretores e pessoas famosas. Encontrei com ex-jogadores e colegas de profissão. Depois desci até o gramado e fiquei na porta do vestiário conversando e tirando fotos com os jogadores americanos, na maior felicidade. Mas alegre mesmo eu fiquei quando fui para a torcida e me juntei aos amigos.

Foto: Arquivo Pessoal

Em 2017, o Independência foi palco de outro momento importante para o América-MG, a conquista da Série B foi coroada em uma partida dentro de casa. O Coelho só precisava de uma vitória sobre o CRB para sagrar-se campeão e retornar a elite do futebol brasileiro, mas a equipe não facilitou, na disputa pela título está o Sport Club Internacional.

O estádio Independência jogou junto, com o recorde de público sendo batido com 22.481 torcedores, a equipe alviverde venceu o seu confronto e levantou o caneco.

Foto: Site Oficial América Mineiro

A reforma ficou bonita, uma estrutura moderna, maior capacidade, mas perdeu muito da interação entre os torcedores pois ficou dividido por áreas específicas.

O encontro da torcida agora é realizado no entorno, na rua Pitangui. Ali ficamos bebendo e comendo e cantando nossos cânticos de guerra e nosso hino. Confesso que sinto muita falta desse ajuntamento durante este tempo de pandemia.

Nome: Estádio Raimundo Sampaio

Local: Rua Pitangui – Horto – Belo Horizonte/MG

Capacidade: 23.018 espectadores

Data de construção: 1947 a 1950

Reinauguração: 25 de Junho de 2012

Proprietário: América Mineiro

Administrador: BWA/S.A.

Por Virgínia Boa Morte

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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