Já faz mais de um ano que estamos longe. Longe do famoso “Bar dos Esportes”, tomando aquela gelada com os amigos, amigos dos amigos e desconhecidos que, após o terceiro latão do “3 por 10”, também viram amigos. Longe daquela resenha gostosa, que todo mundo vira treinador, trazendo suas escalações ideais para o jogo que começará em breve
Mais de trezentos e sessenta e cinco dias sem dar aquela olhada para o relógio e gritar “Ih já vai começar! Bora entrar”. Muito tempo sem tropeçar nas grades que dividem a fila de entrada, sem subir aquelas rampas imensas na dúvida de cantar com a galera ou de correr para não perder o apito inicial…
Uma saudade e vários sentimentos bem guardados ali no meio dos milhares de lugares daquela imensa arquibancada benzida com quilos e quilos de pó-de-arroz. Lugar batizado com lágrimas de tristeza por eliminações, vice-campeonatos… Mas também com lágrimas de alegria, com o Carrasco do rival no último minutinho levantando a taça; com a virada de um guerreiro, já no fim e com marcas de combate; até mesmo com uma barriga predestinada.
Ah, se aquelas cadeiras e as estruturas de concreto falassem… Quantas histórias teriam. Porém, poucas (ou nenhuma) como a de um tal Time de Guerreiros que venceu uma guerra com chance mínima de vitória. Lutou batalha por batalha e ali, naquela enorme arena de grama bem verde, venceu adversários até então imbatíveis.
Foi no Gigante Maracanã, que o Fluminense deu alegria à torcida brasileira, depois do fracasso no Mundial de 50. Ali, o Tricolor conquistou a Copa Rio de 1952, deixando para trás adversários gigantes para se colocar no topo do esporte.
É também no bom e velho Maraca, onde há o maior público da história do clube. Foi em um Fla-Flu, onde mais de 194 mil pessoas estiveram presentes em 1963. Além disso, dos três primeiros clássicos disputados no estádio entre os quatro grandes clubes do Rio de Janeiro, todos foram vencidos pelo Flu.
Quantas histórias, quantas glórias, quantos guerreiros e guerreiras por ali passaram, seja dentro de campo ou nas arquibancadas, todos e todas se fazendo presentes ali por um único objetivo: defender e lutar pelas três cores que traduzem tradição. Todos representando o Fluminense!
traduzem tradição. Todos representando o Fluminense!
A saudade que aperta no peito não é movida apenas pela falta daquela emoção de ver o Fluzão entrar em campo, ainda mais contemplando o retorno do capitão e ídolo Frederico Chaves Guedes. Essa saudade também aperta pela falta de estar ali dentro de onde passou a ser a segunda casa de milhares, que encontram parte importante de suas vidas, com alegrias, tristezas e até uma espécie de núcleo familiar.
Essa enorme e inenarrável saudade tem nome, sobrenome e endereço. Estádio jornalista Mário Filho, o gigante Maracanã, a casa do Fluminense!
Por: Viviany Marinho
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo