De forma inacreditável, o Verdão cede empate no Derby e se manter invicto foi o único consolo do pós jogo
O futebol é mesmo imprevisível, mas alguns erros são possíveis não apenas de prever como de evitar. E foram esses erros evitáveis que levaram o Palmeiras a empatar em 2 a 2 com o rival de Itaquera na noite deste domingo (18), na Arena Barueri.
A chuva que desabou no pré-jogo foi praticamente um presságio do domingo péssimo que o palmeirense ia ter. Foi tanta coisa errada que culminou no resultado, tão ruim quanto perder, que dá um misto de ódio e tristeza em pensar. Substituições erradas, impedimento duvidoso, acréscimo até empatar, cobrança de falta sem goleiro mal aproveitada, falta besta na entrada da área, goleiro que tira a mão na cobrança de falta e toma um gol no finalzinho.
Ali na reta final da segunda etapa “cabeça fria e coração quente” simplesmente sumiram e, em apenas 13 minutos, a festa da torcida que canta e vibra se transformou em incredulidade, o time que ama ressuscitar um defunto deu as caras e pôs tudo a perder. Eram dois gols de vantagem, eram dois jogadores a mais; fechar a defesa garantiria a vitória, marcar mais um mataria o jogo, porém, o Verdão fez aquela “parmerada” e deu o título “empatei com o Palmeiras” para os rivais.
Sabe um clássico para esquecer? É esse, mas infelizmente a gente vai lembrar dele por muito tempo. Não dá nem para dizer que o empate foi difícil de engolir, porque está entalado na garganta até agora. A coisa já começou a desandar quando Veiga foi vetado um pouco antes da partida devido a um problema nos olhos. Já com a bola rolando, o Verdão perdeu o capitão e zagueiro Gustavo Gómez, que havia sofrido uma falta dura nos minutos iniciais, sentiu dores e não conseguiu seguir jogando. Naves assumiu a vaga e foi bem.
Os primeiros 45 minutos foram do Palmeiras, que criou chances sem conseguir aproveitá-las, mas que também não deu espaço para o adversário incomodar. O domínio alviverde se tornou gol aos 43’, quando Endrick ficou com a sobra após erro do rival, chutou rasteiro da entrada da área e balançou as redes. Nosso golden boy ainda quase marcou o segundo, porém, parou na defesa de Cássio.
A equipa de Abel Ferreira voltou do intervalo com o mesmo ímpeto da primeira etapa, Marcos Rocha chegou a marcar aos 3 minutos, no entanto, o gol foi anulado por impedimento, bem duvidoso diga-se de passagem. Nem as imagens do lance foram convincentes. Aos 22’, Flaco López acertou sua cabeçada fatal e ampliou a vantagem alviverde.
Estava indo tudo muito bem, até Abel resolver fazer suas substituições e errar como nunca. O time ficou totalmente desorganizado, perdendo boa parte do domínio que manteve até ali. Para nossa infelicidade, o rival diminuiu a diferença no marcador, e aí começou o apocalipse que nem Veveta seria capaz de macetar. Cássio foi expulso por uma falta em Rony fora da área, e fez uma cera danada antes de sair de campo. Piquerez foi para a cobrança e achou de bom tom tentar acertar no ângulo sendo que os caras estavam sem seu goleiro.
Assim como Gómez foi tirado da partida por uma falta dura, Murilo também tirou Yuri Alberto com uma entrada mais forte. O acréscimo que já estava rolando foi aumentado ainda mais, e a partida ganhou ares dramáticos quando Rony, que deve ter achado que o clássico estava sem emoção, fez uma falta totalmente desnecessária na entrada da área, em um lance que tinha zero perigo. Na cobrança, foi a vez de Weverton entregar a paçoca ao simplesmente recolher os braços no momento de fazer a defesa. Sério que ele foi tão inocente (pra não dizer burro) de confiar que a bola ia para fora e não valia a pena ir nela?
Fim de partida e um placar de 2 a 2 na Arena Barueri.
Gostar de futebol traz muitas alegrias, mas às vezes é insalubre. Você sai da sua casa para ir ao estádio, ou faz um ritual em casa para acompanhar pela TV, para sua vida naquele intervalo de 90 minutos para torcer pelo seu time, e ele vai lá e empata de forma ridícula com um rival, que até poucos dias era lanterna e chacota da competição.
Enquanto eles comemoram como se tivessem sido campeões, seguimos p*tos, buscando culpados e sem perdoar ninguém. Mas só até a próxima partida, porque aí a gente esquece e se prepara para o ritual de torcer mais uma vez.
O fato lamentável da partida fica por conta de um dirigente do rival que quebrou o vidro do camarote onde estava. Torcedores que estavam abaixo do local foram atingidos por estilhaços, porém, até o momento não há informações de feridos. O Palmeiras, como mandante, registrou boletim de ocorrência.
Com o novo adiamento da partida contra a Portuguesa, o Verdão volta a campo somente no próximo sábado (24), para enfrentar o Mirassol, na Arena Barueri, às 18h.
“PALMEIRAS MINHA VIDA É VOCÊ!”
Por Vânia Souza
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.