ESPORTE CLUBE BAHIA: QUANTAS HISTÓRIAS CABEM EM 2023? 


Foto: Reprodução / TV Bahêa

Todo torcedor do Bahêa já inicia o ano com uma comemoração dupla. Além da virada do ano, no dia 1º de janeiro comemoramos a data de fundação do Clube. Em meio aos pedidos de um ano próspero, com muita saúde, paz e amor, desejamos que o ano seja repleto de mudanças positivas e conquistas para o Tricolor da boa terra. E com a aprovação da reforma do estatuto, o Bahia começou o ano fazendo parte do Grupo City, que é o mais novo dono de uma SAF no Brasil. Janeiro encerrou com um triunfo em cima dos rivais, pelo campeonato baiano. Mais à frente, levantamos a 50ª taça da competição e disparamos em títulos estaduais. 

Em Fevereiro, a torcida LGBTricolor fez história no país, tendo o apoio do Clube em comemoração ao Dia Nacional da Visibilidade Trans. O grupo se reuniu para assistir uma partida, fazer uma campanha de conscientização e fortalecer a presença de todos e todas no estádio. 

Com um belo marketing, mas um péssimo futebol. Dentro das quatro linhas, a equipe baiana deixou sua torcida preocupada ao fazer um Campeonato do Nordeste bizarro e ser eliminado ainda na fase de grupos. Em paralelo, também disputou a Copa do Brasil, onde deu uma melhorada, mas foi eliminado nas oitavas de finais, em uma disputa de pênaltis acirrada com o Grêmio. 

O primeiro turno terminou de uma forma amarga tanto para a equipe feminina quanto a masculina. As Mulheres de Aço fizeram um Campeonato Brasileiro pífio e foram rebaixadas para a Série A2. Entra ano, sai ano e o descaso com o futebol feminino continua. Mesmo com a entrada do Grupo City essa postura irresponsável do Clube não muda. Prometeram uma reestruturação, mesmo com mais um título baiano, a equipe segue com a mesma deficiência técnica, apesar de ter atletas boas, não têm muito peso para disputar um Brasileirão.

Já a equipe masculina, lutou desde o início da competição nacional para se afastar da zona de rebaixamento. Foi considerado o terceiro pior ataque da competição, dos números ruins da equipe no Brasileirão, destaca-se o ataque pouco efetivo. Em 19 jogos, foram 4 triunfos, 6 empates e 9 derrotas, 18 gols marcados e 25 sofridos. Apenas em 2012 e 2014 o Tricolor teve campanhas piores nesta altura da competição, ambas as ocasiões com 17 pontos ganhos.

Foto: Felipe Oliveira / ECBahia

2º TURNO

Depois de um primeiro turno horroroso com muitas inconsistências, se esperava uma virada de turno boa para o Tricolor, já que o clube faz parte de uma das maiores SAF do país. Mas o inacreditável aconteceu, a equipe baiana seguiu ladeira abaixo, o clube do povo passou por maus “bocados” na etapa final do Campeonato Brasileiro. 

Agora disputando apenas uma competição, o Esquadrão de Aço só precisava se ajustar e somar pontos na tabela, porém, o time não conseguiu evoluir e insistia com um treinador que perseguia os mesmos erros em campo. o Bahia entrava em campo sem armações táticas e técnicas, até começava bem mas rapidamente era tecnicamente neutralizado por seus adversários, e assim permaneceu até quase ser rebaixado. 

A guerra na Bahia passou a ser fora de campo,  diversas manifestações e protestos da torcida tricolor pelas ruas e redes sociais exigindo a saída do técnico Renato Paiva. Até que faltando cerca de 3 meses para o fim da temporada,  o grupo City decidiu demitir o então técnico e contratar um grande ídolo do futebol brasileiro para comandar o Esquadrão de Aço, a contratação do ex-arqueiro foi relâmpago. 

O técnico Rogério Ceni assumiu o Bahia em meio a uma grande crise. O time beirava ser rebaixado, agora era tudo ou nada. Assim como sua chegada, seu trabalho foi logo demonstrado. Em 10 jogos, Rogério Ceni igualou o número de triunfos que o Renato Paiva alcançou em 22 partidas disputadas. O novo comandante atingiu a marca de 50% de aproveitamento com 15 gols marcados em apenas 10 partidas a frente da equipe, o que antes era de 22 jogos com 33% de aproveitamentos e apenas 23 gols marcados. 

Do nada o Tricolor baiano passou a ter o melhor ataque do segundo tempo. Foi o respiro que o time precisava,  mas ainda tinha poucos pontos conquistados, já que no primeiro turno havia feito uma campanha péssima, a pior de sua história em tempos de pontos corridos.

Foi preciso muito trabalho e torcida para manter o Bahia na Série A. Ceni teve poucos dias para implantar seu jogo tático e técnico ao elenco, que a essas alturas já estava desgastado e precisou também de uma injeção motivacional, pois muitos já estavam psicologicamente abalados, o trabalho do treinador foi completo, dentro e fora de campo, para converter todo esforço em pontos.

Em meio a toda essa turbulência do cai ou não cai, o clube teve sua eleição para a Diretoria Executiva e conselheiros,  elegendo pela primeira vez na história um ex atleta como Presidente, Emerson Ferretti, ex-goleiro do Bahia, bola de prata defendendo o Esquadrão, venceu de forma surpreendente as eleições, já que não era o favorito. Ele contou com o apoio da torcida pelo seu ídolo e surpreendeu a imprensa baiana vencendo de “lavada” seus adversários, com uma campanha do boca a boca.

A última rodada chegou e o Bahia não dependia apenas dele mesmo para seguir na primeirona. Para que o Esquadrão de Aço se mantivesse na série A, dependia de combinação de resultados. A última rodada foi tripla, Vasco, Santos e Bahia poderiam cair, mas dos 3, o único que não dependia só de si era o time baiano. E o milagre aconteceu, com “99% de chance de cair é 1% de fé”, o Tricolor permaneceu na série A, depois de um triunfo espetacular sobre o Atlético-MG e um revés do Santos.

Reprodução Instagram

O aniversário do clube se aproxima, no dia 1⁰ de janeiro de 2024 completaremos 93 anos, que a virada seja o início de uma boa fase, se manter na série A é um bom começo. E que seja um ano repleto de realizações e PAZ! Pois há muitos anos a torcida do Bahêa não sabe o que é isso! São muitas emoções meus amigos. 

Por Thamires Barbosa e Suzane Pinheiro

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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