Enfim, chegou a hora da verdade para o Colorado
Os treinos foram programados, a escalação é sabida e não se deve variar de: Rochet; Hugo Mallo, Vitão, Gabriel Mercado e Renê; Johnny e Charles Aránguiz; Maurício, Alan Patrick e Wanderson; Enner Valencia. Mas esse jogo em especial é feito além da tática, do XI e da forma com que rola a bola.
Aproximadamente 907.200 batidas de um coração, cerca de 10.080 minutos, 168 horas entre aquele apito final no Estádio Maracanã e o apito para a bola rolar na Avenida Padre Cacique na noite desta quarta-feira (4).
Fora de casa, o Clube do Povo trouxe um empate com gosto azedo contra o favorito do Brasil. O time do técnico da Seleção Brasileira teve que suar sangue para buscar a igualdade no placar e a choradeira de um time que achava que golearia facilmente o Internacional ecoa até hoje.
Em Porto Alegre, nesta noite de Libertadores entram em campo muito mais do que 11 jogadores. Ainda que eu, tu ou o maior dos nossos colorados não toquem na bola, estaremos juntos a cada respiração de um deles dentro das quatro linhas, nos gritos de Coudet, nos sinais pedindo mente fria de Rochet.
Na Avenida Padre Cacique, naquele 891 à beira do Rio Guaíba, a canção é outra. A batida, o batuque, o tambor, a reza e a fé se unem em um único tom. Nas arquibancadas vermelhas e brancas onde se pede raça aos jogadores, também se proclamam as mais doces juras de amor, as mais fervorosas promessas de fé.
Assim que o juiz venezuelano soprar o apito e autorizar que a bola role, haverá naquele santuário somente uma fé, e ela se chama Sport Club Internacional. Quando o relógio der meia noite e o dia 03 de outubro finalmente se tornar o tão esperado 04 de outubro, a história do Inter entrará em um capítulo novo. Ainda que a história não seja dourada como se imagina, que todos saibam que não haverá uma única batida de um coração Colorado que não baterá pela Glória Eterna.
Por Jéssica Salini
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.
