O Clássico Athletiba encerrou em 1×1 no fim da tarde deste domingo, mas o destaque não foi o resultado…
Domingo de sol e tarde/noite de clássico na capital paranaense. Tudo favorável para um grande jogo: as duas equipes na ponta tabela e quem vencesse se consolidava na liderança. Coritiba e Athletico, o maior clássico do estado, os dois times na série A e com seus respectivos elencos titulares em campo. Ingredientes propícios para um grande embate!
Neste domingo (5), o Verdão foi até a Arena da Baixada enfrentar o rival, em partida válida pela sétima rodada do Campeonato Paranaense. O duelo, que contava apenas com a torcida do time mandante, por conta das brigas entre torcedores ainda no ano passado, encerrou-se em 1×1 em campo. Mas o destaque do duelo não foi apenas o resultado, e sim uma confusão generalizada entre os jogadores, já nos acréscimos da partida.
Poderia falar sobre o jogo, que foi lindo de ver, digno de um clássico. Tanto Athletico quanto Coritiba queriam vencer, e ambos se lançavam ao ataque. Quando os gols começaram a sair, o torcedor que presenciava o confronto tanto no estádio, quanto pelas suas TVS, pensou: vai ser um jogo de muitos gols e muitas emoções. Os gols em excesso não saíram – apenas dois, um para cada lado -, mas as emoções… sobraram para ambos.
O Athletico, com sua torcida a favor, queria fazer a diferença em sua casa, e iniciou a partida pressionando o Coxa, que também queria o resultado e não só se defendia, como se lançava ao ataque. E foi em um desses lances que o gol alviverde saiu: aos 16 minutos, Kaio César, aquele, lembram? Que foi campeão da COPA DO BRASIL SUB-20 em 2021, e CAMPEÃO PARANAENSE SUB-20 contra o próprio Athletico em 2022. Aquele que duvidaram e menosprezam. Pois bem, ele mesmo. Kaio se livrou da marcação do time que disputou a final da Libertadores e mandou para o gol, sem chances para o goleiro Bento. 0x1 Coritiba (será que agora aprendem que a grama do vizinho também cresce?)
O gol fez com que o time alviverde mantivesse o ritmo e quase que o segundo veio na sequência. Gabriel encontrou Alef Manga pela esquerda, que cruzou na área para Rodrigo Pinho, mas o camisa 9 não alcançou.
Como nem tudo são flores, o time da casa logo empatou. Aos 24′, Victor Luis falhou e Terans encontrou Pablo livre de marcação. O atacante não desperdiçou e empatou o duelo, sem chances para Gabriel. Mais uma falha besta do sistema defensivo, que PRECISA de mais atenção.
Com a igualdade no placar, as equipes seguiram se movimentando bem ao ataque. O Athletico chegou a marcar novamente com Pablo, mas a arbitragem assinalou impedimento na jogada.
Fim da primeira etapa e 1×1 no placar – justo, pois o jogo era equilibrado. Já na segunda etapa, as equipes seguiram se movimentando, e ambas tiveram chances de ampliar o placar, tanto com Pinho aos 2 minutos, mas a bola foi para fora, quanto com Terans aos 20′, carimbando a trave.
O jogo começou a ficar mais pegado, com faltas e cartões a todo vapor. Tanto António quanto Turra começaram a trocar seus jogadores, e o jogo seguia com muita movimentação no ataque. O Athletico, na reta final, começou a pressionar mais, mas não conseguia furar a defesa alviverde, que ia se recompondo e se lançava nos contra-ataques.
O árbitro deu 7 minutos de acréscimos. Faltavam apenas 2 minutos para encerrar a partida quando David Terans e Márcio Silva começaram a se estranhar. Foi o que bastou para iniciar a confusão: rapidamente, vários jogadores iniciaram uma briga generalizada, com troca de chutes, socos e pontapés. Em seguida, torcedores do Athletico invadiram o gramado e a briga se tornou insana. Alguns atletas e membros das duas comissões técnicas tentavam apartar a situação, mas muitos jogadores seguiam com os ânimos exaltados e a “treta” seguiu por, pelo menos, cinco minutos.
A arbitragem decidiu encerrar o duelo, por considerar insustentável a situação construída em campo. Após as cenas lamentáveis dentro das quatro linhas, a pergunta que fica: torcida única realmente resolve? Sabemos que em confrontos de rivalidade acirrada, raramente nada acontece, mas desta vez nem podemos culpar as torcidas. Foram os atletas que brigaram. OS ATLETAS. Repensem. Será que a festa nas arquibancadas feita geralmente pelas duas torcidas, precisa se sacrificar por conta de meia dúzia de brigões, sendo que nem os jogadores dão o exemplo? Fica o questionamento…
Agora, é aguardar as decisões e punições. As expulsões foram divulgadas após o fim da partida e da confusão: do lado alviverde, Alef Manga, Marcio Silva, Fabrício Daniel e o técnico António Oliveira. Do lado do rival, Thiago Heleno, Pedro Henrique, Cristian, Pedrinho e Terans. Será que o ocorrido neste domingo passará impune, ou o clube mandante – que teve invasão de sua torcida – e o clube visitante, que também se envolveu na confusão, serão punidos? Mais um problema para os órgãos responsáveis resolverem. Esperamos que de forma correta e coerente.
Agora, enquanto a situação não se define, o Coritiba recebe o São Joseense, no estádio Couto Pereira, no próximo domingo (12), às 18h30, pela nona rodada do Campeonato Paranaense – o jogo contra o FC Cascavel válido pela oitava rodada foi adiado para o dia 19/02. Seguimos!
PRA CIMA DELES, COXA!
Por Viviane Mendes, Coxa doida de coração.
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.