Em jogo que teve até pênalti perdido por Messi, a Argentina vence, convence e avança às oitavas de final da Copa
“Demonstramos que temos muito caráter e personalidade. Tem que dar valor por se terminar em primeiro no grupo e a maneira que jogamos” -Rodrigo De Paul.
Que jogo memorável entre Argentina e Polônia pela terceira rodada da fase de grupos da Copa do Mundo. A Argentina já entrou pressionada, precisando vencer para depender somente dela mesma para avançar às oitavas de final da competição. O adversário também precisava somar pontos, mas a Albiceleste sabia o que precisava fazer e fez o dever de casa, muito bem por sinal.
Scaloni surpreendeu na escalação, mudando alguns jogadores, o que deu muito certo. O primeiro tempo foi de puro ataque argentino contra uma Polônia que tinha em seu goleiro um verdadeiro escudo. A Argentina insistia, mandando chute de longe, chegando dentro da área e mandando a bola em direção ao gol, cobrando escanteio e de todas as formas, todos paravam no goleiro polonês. Eram os jogadores lutando em campo e a torcida com o coração na mão, na expectativa de gritar gol. Em um lance onde a redonda foi disputada no alto, o goleiro atingiu Messi, que caiu com a mão no rosto. O juiz foi consultar o lance e assinalou um pênalti (que para mim não existiu).
O camisa 10 pegou a bola, colocando-a na marca do cal. Messi se concentrou e cobrou e adivinhem? Parou o paredão polonês, que mais uma vez nessa Copa defendeu uma penalidade máxima. Ainda na primeira etapa, tiveram mais lances com chances de gol, mas o placar ficou mesmo em 0x0.
Já a etapa complementar foi de grande emoção e explosão para o torcedor e também para jogadores, como Alexis Mac Allister, que gritou como nunca, pois marcou seu primeiro gol com a camisa Albiceleste. Era só o primeiro minuto daquele tempo e com uma jogada boa de Molina, que cruzou para ele, Mac Allister venceu o goleiro Szczesny e abriu o placar no Estádio 974, para delírio dos argentinos.
O segundo gol não tardou em ser marcado. Enzo Fernández, que estava inspiradíssimo, acionou Julián Álvarez, que não teve dó nenhuma, mandando um balaço em direção ao gol, quase furando a rede. A vitória estava decretada, assim como a primeira colocação no grupo.
“Essa equipe joga de uma maneira e não íamos mudar isso por ter perdido um jogo” -Lionel Scaloni
Messi bate recorde
Ao entrar em campo, Messi quebrou um recorde. É o jogador argentino que mais jogou em Copas do Mundo, passando o ídolo Maradona, que disputou 21 partidas em mundiais. Somando desde a Copa do Mundo da Alemanha, em 2006, Messi marcou 8 gols, deu 5 assistências e recebeu 1 cartão amarelo.
O título deste texto: Nunca dejé de creer, diz muito sobre o que eu sentia antes do jogo. Quando a Argentina perdeu o primeiro jogo, muitos riram, zombaram e colocaram em xeque se ela venceria o segundo jogo. A partida contra o México serviu para calar alguns que chegaram a apostar na derrota, pois dominou, venceu e convenceu, chegando à última rodada dependendo dela mesma para se classificar. Diante da Polônia jogou bonito, dominou, fez tudo o que quis, convenceu e chegou a mais uma oitavas de final.
Scaloni vem surpreendendo com modificações na escalação, o time vem dando resultado, Messi chama a atenção para si e faz o que tem que fazer, De Paul comanda o meio campo com maestria, Acuña fez um jogo excelente diante da seleção européia e o jogo coletivo, pelo menos diante dos poloneses, foi impecável.
E agora? No sábado (3), às 16h, a Argentina enfrentará a Austrália, nas oitavas de final da Copa, no Estádio Ahmad Bin Ali Stadium.
Por Adriene Domingos
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo
*Trechos das entrevistas retirados do Twitter da Seleção Argentina.