AMÉRICA VERDE: INVICTAS, PALESTRINAS FATURAM LIBERTADORES PELA 1ª VEZ


Superação. Talvez essa não seja a melhor e nem a única palavra que possa resumir a campanha irretocável do Palmeiras até o título inédito da Copa Libertadores Feminina. No entanto, é um quesito que não pode ser ignorado e vem à tona devido ao cenário que antecedeu o torneio sul-americano. Mas primeiro vamos à grande conquista das Palestrinas.

Foto: Staff Images Woman/Conmebol

A conquista

Nesta sexta-feira (28), o Verdão faturou a Libertadores feminina após golear o Boca Juniors por 4×1, em duelo duro. Os gols do título foram marcados por Ary Borges, Byanca Brasil, Poliana e Bia Zaneratto.

Sabendo do tamanho do jogo, o Palmeiras começou em cima do Boca Juniors e logo aos 4 minutos balançou a rede. Em cobrança de falta, Andressinha lançou na área, Ary Borges dominou e mandou uma bomba para abrir o placar. As argentinas não se deixaram abalar e deixaram tudo igual ainda no início, aos 14, com Priori.

O segundo gol alviverde veio da cabeça de Byanca Brasil aos 3′, da etapa final. Bruna Calderan cruzou na área e a camisa 12 venceu a marcação e ampliou o placar. Superando as dificuldades e cera do jogo, o Verdão fez mais um aos 12, com a senhora Libertadores: Poliana, que chega ao seu quinto título da competição. 

Em cobrança de escanteio, Andressinha levantou na área e Poliana subiu para cabecear no canto esquerdo de Oliveros. E, claro, a Imperatriz não podia deixar de fazer o dela na decisão. Aos 43, superando uma reta final um pouco nervosa, a camisa 10 recebeu marcada, limpou a marcação e bateu com categoria para decretar a vitória alviverde. Daí foi só correr para o abraço e esperar o apito final para comemorar o título inédito.

Foto: Staff Images Woman/Conmebol

No torneio, o Palmeiras venceu todas as partidas – seis, ao todo – marcou 19 gols e sofreu apenas três, sendo um deles de pênalti.

Na primeira fase, o Verdão venceu as três partidas. Na estreia, bateu o Libertad-Limpeño por 3×0 debaixo de forte chuva, que interrompeu a partida por um bom tempo. Os gols foram marcados por Duda Santos, Byanca Brasil e Bia Zaneratto.

Em seguida, as Palestrinas não tomaram conhecimento do Independiente Dragonas, do Equador, e golearam por 7×0 com gols de Ary Borges, Andressinha (duas vezes), Byanca Brasil, Bia Zaneratto e Bruna Calderan (duas vezes).

Para fechar a fase inicial, a equipe venceu o Universidad de Chile por 2×1. Carol Rodrigues e Poliana balançaram as redes para o Alviverde. 

Classificado às quartas de final, o Palmeiras teve um pouco mais de trabalho no duelo contra o Santiago Morning. Depois de sair atrás no placar, o Verdão virou no fim da partida e avançou à semifinal. Os gols foram de Katrine e Day Silva.

Por último, na semifinal, em duelo duro e muito disputado, Ary Borges foi a heroína da noite e da cabeça dela saiu o gol classificatório para a grande decisão. Esta última, a história já foi contada: vitória palmeirense.

A superação 

Depois de uma boa campanha no Brasileirão, chegando à semifinal, o Palmeiras tomou um banho de água fria ao ser goleado por 4×0 pelo Corinthians, em pleno Allianz Parque. Mesmo sabendo da grande qualidade e história das rivais na competição, havia a sensação que poderia se chegar à grande decisão. Mas, quis o destino que a eliminação viesse dessa forma. 

O duelo do Allianz Parque também ficou marcado por uma confusão que até agora não ficou muito clara. As ausências das zagueiras Thaís e Agustina no segundo jogo geraram questionamentos, já que essa era a zaga titular. Ao fim da partida, o diretor Alberto Simão alegou indisciplina das jogadoras e por isso foram desfalques. 

Durante aquela semana, ambas divulgaram suas versões, que conflitavam com a do diretor. O Palmeiras precisava superar essa história antes de dar o pontapé inicial à Libertadores e assim o fez.

Além de escreverem um importante capítulo na história da modalidade do clube, as Palestrinas foram as primeiras a receberem o novo prêmio pela conquista, que foi a premissa de 1,5 milhão de dólares (quase R$ 8 milhões)

Da diretoria, esperamos ainda mais respeito com as atletas e investimento à altura do que a equipe merece. Esperamos que esse título, que deve e precisa ser muito comemorado e exaltado, não ofusque as deficiências da administração.

Cadê o apoio, presidente?

Mesmo sabendo da presença das Palestrinas na final da Libertadores, a presidente do clube, que há um tempo alegou que o público precisava “se animar” para apoiar o futebol feminino, não esteve no Equador para prestigiar a grande conquista da modalidade, a primeira na história do futebol feminino. O máximo que teve foi uma postagem em seu Instagram, parabenizando a equipe pela conquista. 

Para continuarmos vencendo e fazendo boas campanhas nas competições disputadas, precisamos do apoio de quem preside o clube.

Por Victória Amorim

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo


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