Bento, Christian, Erick e Rômulo; nomes na história, nomes que dividem um sonho, nomes que têm significado
Eles colecionam obstáculos, impedimentos, campeonatos, gols, títulos e muitas histórias; eles são a história. Esse time de meninos percorreu diversas estradas: Paraná, Minas Gerais, São Paulo e Brasil afora. Agora é a vez de Guayaquil, Equador, receber esses grandes guerreiros em busca da tão sonhada conquista da Conmebol Libertadores. Bento, Christian, Erick e Rômulo, vão lutar para perpetuar seus nomes na história do futebol latino-americano.
Dono das traves do Furacão e de grandes defesas da competição, o goleiro Bento protagonizou uma trajetória curiosa até brilhar com a camisa rubro-negra. O pai queria que ele vivesse na fazendo para cuidar de cavalos, porém o pequeno Bento já era do mundo da bola. Foi lateral, zagueiro e volante, até que faltou um arqueiro e ele foi escalado no gol, de onde nunca mais saiu.
Aos 9 anos entrou para escolinha rubro-negra, aos 14 virou cria do Caju, passou por todas as categorias até que no dia 1° de dezembro de 2020, em meio ao surto de covid-19, Bento estreou no elenco principal do Athletico na partida contra o River Plate na Argentina, com grandes defesas e elogios. Em abril deste ano, com apenas 22 anos, Bento assumiu o manto número 1 e fechou o gol rubro-negro.
Orgulho da família Cardoso, o volante Christian já precisou deixar a bola de escanteio para trabalhar como mecânico, junto ao irmão. De uma trajetória humilde, o pequeno garoto saía de Marmeleiro, interior do Paraná, até Francisco Beltrão para treinar e pediu carona na estrada para voltar para casa.
Apesar das muitas dificuldades e obstáculos na vida e no esporte, Christian não desistiu. Com apenas 16 anos, após passar 2 anos trabalhando com o irmão, voltou a se dedicar aos gramados e jogou pelo Sub-17 do União-PR, onde chamou a atenção do Athletico. Contratado, passou pelas categorias de base e foi duas vezes campeão estadual, até que em 2020 integrou o elenco principal já brilhando com gol na Liberta.
No início da temporada, Christian começou com o pé direito: marcou dois gols na fase de grupos da Libertadores, diante do Caracas, da Venezuela. Entretanto, sofreu uma lesão que o deixou quase 3 meses longe de campo. Agora, à disposição do técnico Felipão, o camisa 39 quer voltar a brilhar na competição.
O futebol faz parte do DNA do volante Erick. A história do garoto de Minas Gerias, é como a de muitos meninos que sonham ser profissionais das 4 linhas para dar uma boa vida para a família. Erick cresceu com o pai, goleiro do futebol amador, sendo seu grande alicerce e incentivador no mundo da bola.
Aos 17 anos foi fazer teste no Figueirense para que não passasse frio. Seu pai, com o dinheiro que tinha para voltar para casa, comprou um cobertor para o menino e precisou pedir o valor para desconhecidos. Dificuldades somadas e suportadas por um sonho. E foi em 2017 que Erick fez um gol de cabeça pelo PSTC em cima do Athletico, chamando a atenção.
Após brilhar e ser artilheiro do Operário-PR, Erick chega ao rubro-negro para fazer história. Foi campeão estadual em 2019 com a equipe de aspirantes, seu primeiro título no Furacão. Desde então vem somando títulos e sendo peça chave para a viagem a Guayaquil! Marcador, armador, companheiro, o camisa 26 é estrela no meio de campo do elenco paranaense.
Amuleto goleador! O centroavante Rômulo tem função diferente na equipe de Felipão, mas vem fazendo história e ajudando o plantel. Chegou no time em 2018, passou pelas categorias de base até chegar a equipe titular, sendo um dos grandes nomes da campanha do Athletico em 2022.
O número 35 fez gols no Paranaense, no Brasileirão, nas oitavas da Copa do Brasil e também na Liberta – em uma noite decisiva, nas oitavas da Conmebol Libertadores, contra o Libertad, em Assunção, no Paraguai. Em lance crucial, Rômulo cabeceou e Martín Silva defendeu; ele tentou mais uma vez e, para felicidade da torcida, fez o gol que levou o rubro-negro para as quartas de final. O grupo foi iluminado e arrancou a classificação no finalzinho graças ao piá.
Ele sonhava com competições grandes, com títulos e vai a Guayaquil em busca da taça!
Nomes na história, nomes que dividem um sonho, nomes que têm significado, nomes que vão em busca da grande conquista, de mais um título, de mais uma gigantesca trajetória. Vamos, meu Furacão, por mais essa taça!
Até Guayaquil.
Por Bruna Dias
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.
