O NOROESTE É CAMPEÃO PAULISTA DA SÉRIE A3


Noroeste arranca empate no último minuto de partida e conquista o hexa campeonato da Série A3

Neste sábado (21), o Noroeste foi até o Estádio Francisco de Palma Travassos, em Ribeirão Preto, enfrentar o Comercial, pela segunda partida da final do Paulistão A3. Após vencer o primeiro confronto em Bauru por 2×1, o Alvirrubro só precisava do empate para sagrar-se campeão. A equipe saiu perdendo por 2×0, mas com Hygor Ribeiro em tarde inspirada (2x), conseguiu o empate heroico e trouxe o troféu para Bauru.

Foto: Rodrigo Corsi e Raul Ramos/Ag. Paulistão

Embora ambas as equipes já houvessem conquistado o acesso para a Série A2, engana-se quem achou que tudo foi tranquilo, tanto como para os torcedores Noroestino, como para a equipe dentro de campo.

Valia o título e a partida começou truncada, com o Noroeste segurando o jogo e o Comercial querendo logo abrir o placar e reverter a vantagem.  Não demorou para os donos da casa mexer no placar: aos 9’, Gustavo recebeu no meio da área, bateu forte e marcou, Comercial 1×0. 

A equipe Alvirrubra melhorou na partida, e foi em busca do empate, Calixto pegou uma sobra de bola e cara a cara com o goleiro, bateu em cima dele. Na sequência, aos 32’, após Maranhão perder a bola no meio de campo, Gustavo sozinho bateu firme, a bola passou por entre as pernas de Pablo e morreu no fundo do gol, Comercial 2×0. 

Tudo parecia o fim para a equipe Alvirrubra, o título não viria, mas as coisas começaram a mudar e, em menos de 3 minutos depois, a esperança voltou. Após cobrança de escanteio, Hygor de cabeça diminuiu o placar, 2×1. O gol colocou o Norusca de volta aos trilhos e manteve viva as esperanças dos torcedores Alvirrubros. 

O técnico Luiz Carlos Martins esperou 10 minutos da etapa final para realizar as alterações na equipe e surtiu efeito. O Noroeste teve muitas chances de empatar o confronto. Pereira de falta, John Egito em belo chute da entrada da área. Leléco também teve boa chance. Os donos da casa, vendo o ímpeto Alvirrubro, optaram por se fechar. Mas, com 9 minutos em campo, Maycon Douglas tomou o vermelho e deixou o Comercial com 10. 

Mesmo com o Noroeste melhor na partida e com várias chances de marcar, parecia que não tinha jeito e tudo se encaminhava para o título do Comercial, e quando a torcida Comercialina já estava até comemorando, como disse o pessoal da rádio da cidade de Ribeirão Preto: “O Leão é Campeão Paulista da Série A3”, veio a festa Alvirrubra – lembrando que só acaba quando o juiz apita. Aos 48 minutos, Luiz Thiago tocou a bola no meio da área para Hygor, que sozinho de cara para o gol, empatou a partida, para delírio da torcida Alvirrubra, que foi OBRIGADA a sair do estádio antes do fim da partida, mas que com muita emoção comemorou dentro do ônibus. 

Após o gol, a comissão técnica do Comercial invadiu o campo e foi para cima da arbitragem. O Norusca, que não tinha nada com isso, comemorou o título.

A conquista do título Alvirrubro foi linda, muito festejada pela equipe, que infelizmente não pôde comemorar com a sua torcida. Mesmo depois de percorrermos 180 km até Ribeirão Preto, fomos OBRIGADOS a sair do estádio antes do fim da partida. A Polícia Militar, disse que não garantia nossa segurança (relato completo abaixo).

No domingo (22), já em casa e em segurança, coisa que não aconteceu no Estádio Palma Travassos, aí sim o Noroeste pôde comemorar o título juntamente com seus torcedores, que lotaram as ruas, tiraram fotos com os jogadores, com o Taça de Campeão, e saíram em carreata pelas ruas da cidade. 

Foto: Arquivo Pessoal

Parabéns, Comercial pelo acesso, pela melhor campanha no campeonato e assim tornar o nosso título tão especial.

PARABÉNS, NOROESTE por mais um título, por tanta garra e vontade, por nos encher de orgulho e mostrar que somos gigantes!

Agora segue o relato do que NUNCA deveria ter acontecido em Ribeirão Preto na tarde de sábado, que mostra o quanto a Polícia Militar foi despreparada e agiu com intimidação e até irresponsabilidade para com a torcida Noroestina, em como uma tarde que era para ser de festa, se tornou de medo e insegurança.

“Chegamos em Ribeirão Preto por volta das 15h, estávamos em 4 ônibus, e disponibilizaram apenas 7 ROCAM para fazer a escolta. Achamos estranho porque em outras partidas, não com a mesma grandeza e importância, foi disponibilizado um maior contingente de Policiais. Enfim, seguimos caminho e chegamos ao Estádio Francisco de Palma Travassos, qual foi nossa surpresa, que os PMs nos ordenaram a descer dos ônibus, em meio a torcida do Comercial e de bares, repletos de torcedores da equipe da casa. 

Começamos a ser hostilizados ali, xingamentos, gritos, provocações, mas tudo dentro do normal, estou acostumada a viajar para assistir jogos e sei bem como funciona, mas a Polícia, que devia estar ali para ajudar ambos os lados, piorou a situação. Quando um rapaz, torcedor do Comercial, veio nos informar que nosso lugar de entrar no estádio não era ali, ele foi retirado pelo policial pelo pescoço, e claro que com os demais torcedores vendo isso, o clima foi piorando. 

Fomos encaminhados ao local de entrada no estádio, uma porta ao lado de um bar, com muitos torcedores do Comercial, onde mais ou menos entrava uma pessoa por vez, mais xingamentos e ofensas e de repente uma cadeira voando. Como tinha um torcedor Comercialino na frente, a cadeira acertou nele e não chegou em nós. A partir daí, começou a voar garrafas, pedras entre outras coisas. Tínhamos em nossa torcida idosos, mulheres e crianças. Entramos no estádio como deu, empurra-empurra, porque o medo era grande. 

No estádio, tudo correu normal, cada torcida apoiou seu time, xingou, provocou, mas nada que beirasse a violência. Para nossa surpresa, após viajarmos 180 km para ver nosso time na Final do Campeonato, fomos avisados que deveríamos deixar o estádio aos 30 minutos da segunda etapa. Segundo o Capitão da PM que lá estava, eles não tinham condições de garantir nossa segurança. Como assim? Não é para isso que eles estavam lá? 

Começamos a arrumar nossas coisas para sair do estádio, aos 38 minutos.  E quando achamos que não podia piorar, piorou. Na minha frente, um casal com uma criança, os PMs gritando para que saíssemos rápido, o Policial agrediu verbalmente o homem, que respondeu e sem nem pensar o Policial com o cassetete o acertou por 2 vezes. Vendo isso a esposa olhou ao PM e falou: “como vocês são despreparados”. E o mesmo PM, que havia acabado de agredir o marido, por nada, a agrediu da mesma maneira, covardemente. Eles estavam com uma criança.

Agora o questionamento que fica é: cadê a preparação da PM de Ribeirão Preto? Em nenhum momento eles garantiram a nossa segurança, em nenhum momento eles tentaram fazer com que nos sentíssemos seguros. E no momento em que mais precisávamos deles, da proteção, um casal foi covardemente agredido. 

É inaceitável o que aconteceu sábado em Ribeirão Preto, é inaceitável a atitude da PM do início ao fim da partida. O que era para ser festa, terminou em pesadelo.

Avante Noroeste! Hexa Campeão Paulista A3.

Por Kelly Cristine Janiro – Torcedora do Noroeste

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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