A história da competição mundial e seus mascotes
No dia 1° de abril de 2022, a FIFA e a comitiva organizadora da Copa do Mundo do Qatar apresentaram La’eeb, o mascote da competição que acontece entre 21 de novembro e 18 de dezembro.
La’eeb que traduzido do árabe significa “jogador muito habilidoso” foi inspirado no tradicional lenço típico da cultura.
Além do gentil lenço voador, o vídeo de apresentação trouxe outros personagens de copas anteriores e resolvemos falar sobre os 14 personagens que trouxeram a evolução da Copa do Mundo até aqui.
A primeira aparição de um mascote na competição aconteceu na edição de 1966, na Inglaterra surgiu Willie. O leão grandalhão e charmoso foi inspirado no símbolo da Grã Bretanha.
A partir de então, a expectativa pela próxima Copa do Mundo também incluía o personagem que viria com as características do país sede e a ligação emocional que criaria com aquela edição.
Em 1970, a Copa do México trouxe um garoto rechonchudo e com um grande sombreiro para fazer parte de sua história. Juanito, representou a copa de 70 docemente.
Com a edição de 70 veio uma grande polêmica entre ingleses e mexicanos. Os donos da casa descobriram que a delegação inglesa trazia ao país uma seleção de alimentos e água para a temporada que passaria no país, até então não houve problemas. Os ingleses se justificaram como uma forma de proteger o elenco contra o “Mal de Monzetuma”, uma espécie de intoxicação alimentar que geralmente acomete turistas no país.
A água, no entanto, foi levada para evitar não se “contaminar com alguma peste mexicana”, o que causou mal estar entre as comunidades.
4 anos mais tarde, a Alemanha sediou a Copa de 1974. Os germânicos foram representados por dois irmãos de bochechas rosadas e traços típicos do país.
Tip e Tap foram caracterizados por camisetas que remetiam a edição de 74 e representavam a Alemanha Oriental e Ocidental.
Em 1978, a Copa da Argentina trouxe o primeiro mascote dentre os da América do Sul. Gauchito, o garoto vestido de celeste, com um lenço amarrado no pescoço e um chapéu característico dos homens do Pampa, além de uma espécie de facão.
Quando chegou a Copa na Espanha, em 1982, tivemos o primeiro mascote diferente, que não representava um animal.
O Naranjito, que como o nome já entrega era uma laranja, uma fruta bem tradicional na Espanha, vestia as cores vermelha e amarela, representantes na bandeira da seleção, e é claro, carregava uma bola embaixo dos seus braços.
Em 1986 a Copa voltou para o México, e o Juanito foi trocado pela pimenta Pique, que remetia a tradicional culinária mexicana. Pique além de lembrar a comida “caliente” do país trazia o característico e famoso sombrero.
Em 1990 a Copa da Itália trouxe Ciao, um boneco representado pelas três cores do país. Ciao que teve o nome originado de uma saudação italiana era composto por blocos em verde, branco e vermelho.
A final da copa em terras italianas trouxe um repeteco da edição de 1986, quando novamente Argentina e Alemanha chegaram a disputa do primeiro lugar. Novamente a taça Jules Rimet ficou com os germânicos.
A Copa de 1994, nos Estados Unidos, foi representada por um cachorro. Apelidado de “artilheiro”, o dog vestia as cores da seleção americana.
Striker, o cão vestido em vermelho, azul e branco foi escolhido por ser o animal de estimação mais comum do país e buscar trazer uma conexão com os lares americanos.
Em 1998, a França não surpreendeu na sua escolha, Saeu como apelidado chegou para representar o país. O galo Footix (foot, de futebol, e ix de Asterix).
O país da torre mais famosa do mundo é representado oficialmente por um galo.
Em 2002, a Copa de “dois países”, pela primeira vez a sede da competição saiu de um roteiro pré programado entre europeus ou americanos.
A primeira copa na Ásia foi dividida em dois anfitriões que não souberam chegar a um acordo em quem deveria levar a competição para casa, assim João Havelange, presidente da FIFA desde 1974 decidiu que Japão e Coreia do Sul sediariam juntos a edição.
Depois de animais, bonecos e “comidas”, o mascote de 2002 foi representado por 3 alienígenas jogadores de Atmobol, um futebol de ficção científica.
Ato, Kaz e Nik foram as caras da Copa da Japeia, como ficou conhecida a edição que também será lembrada por um “futebol anormal” do artilheiro Ronaldo que na final derrotou o escolhido como melhor jogador da Copa do Mundo Kahn, o goleiro alemão.
Em 2006, a Alemanha trouxe o Leão Goleo, uma junção de gol com leo (leão em Latim), junto com Pille, sua bola falante. A dupla não está entre os mascotes mais “simpáticos” da lista, assim como outro alemão era “assustador”.
Miroslav Klose se tornou o artilheiro da edição com 5 gols em 7 partidas pela equipe germânica.
A Copa da África foi memorável, pela música, pela dança, pela cultura e também por Zakumi, o mascote simpático e bastante gentil da edição.
O leopardo símbolo do país e de cabelos verdes trazia a bola da copa e um uniforme remetendo ao país.
Em 2014 a Copa do Brasil foi representada por Fuleco, o Tatu-bola que foi escolhido em votações públicas onde eliminou outros dois candidatos: um tigre e um gato. O nome do tatuzinho foi escolhido pela união das palavras futebol de ecologia, uma forma de representação da fauna rica do país.
Na Copa de 2018, realizada na Rússia, tivemos o lobo Zabivaka como o mascote da competição.
Seu nome significava “aquele que marca o gol”, e o animal vestia uma roupa com as cores da Rússia, e a sua camisa com o nome do país e o ano.
Os mascotes se tornaram uma forma de também criar uma identidade visual e emocional com as edições, os símbolos dos países caracterizados por suas cores, culinária ou animais de identificação e estimação remetem a lembranças que se tornam ligadas às edições.
La’eeb vem para criar uma identidade com uma edição que ficará por si só marcada na história das copas. O lenço voador será o mascote da primeira Copa do Mundo na Arábia e deve ser sempre lembrado junto a cultura de uma copa que já vem cheia de polêmicas.
Por Jéssica Salini e Thais Santos
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.
Um comentário sobre “A COPA E SEUS MASCOTES”
Só um detalhe: a palavra. mascote em português é feminina. Portanto, são as mascotes da Copa. No mais, parabéns pela pesquisa.