O futebol carrega consigo várias máximas. “Quem não faz toma”, “a vida é uma partida de futebol” e “o futebol é uma caixinha de surpresa”, são algumas delas. Essa última nunca fez tanto sentido como na noite desta quarta-feira (23), no primeiro Clássico Athletiba da semifinal do Paranaense.
De um lado, um time ascendente. Vitorioso a cada dia, conhecido e respeitado em toda a América, surpreendendo os torcedores com contratações importantes e valiosas e discutindo, nos bastidores, a busca pelo Campeonato Brasileiro de 2022.
De outro, um time inconstante, sem destaque algum. Conhecido pelas “glórias do passado”, mas sem qualquer vitória, quanto mais de expressão no presente. Enfrenta crises e mais crises e busca apenas a sua manutenção na Série A do Campeonato Brasileiro de 2022.
Nada disso interessa para a lógica do futebol. Na Arena da Baixada, mais de 22 mil atleticanos viram o seu maior rival abrir o placar dentro de casa, e ao final sair com uma vitória por 2 a 1. O que doeu mais? Perder no resultado, ou perder dentro de campo?
O Athletico, comandado pelo adorado ídolo e contestado técnico Alberto Valentim, entrou em campo com um time misto. Entre jogadores principais e aspirantes, o Furacão mostrou superioridade técnica, imprimiu ritmo nos primeiros 8 minutos de jogo e Pablo quase marcou duas vezes.
Quando se achava que o Athletico só perderia se estivesse em um dia muito ruim, se tivesse muito azar ou se o juiz colaborasse, não se imaginava que os três aconteceriam de uma vez.
Foi um erro na saída de bola que possibilitou o primeiro gol deles, dos pés de Alef Manga. Thiago Heleno até tentou tirar, mas o erro do Santos custou caro.
A partir dali, quem não queria ver, percebeu que o time do Athletico era uma bagunça só. O jogo ficou lá e cá, e a cada ataque atleticano era só decepção com a finalização.
Aos 14 minutos, após disputa de Pablo na área, a bola sobrou para Terans no meio, que não tomou conhecimento e estufou as redes, empatando a partida e fazendo a torcida acreditar novamente, que poderia golear o visitante.
A sensação durou pouco tempo. O Athletico não tinha meio. Os laterais não acertavam um cruzamento, e o juiz distribuiu cartão amarelo e marcou várias faltas contra o Furacão. O goleiro deles demorou para repor a bola e o juiz demorou para servir o cartão amarelo.
Enquanto a torcida comemorava o cartão atrasado, veio o segundo gol deles. Muralha bateu uma falta, a bola desviou e novamente Alef Manga marcou. 2 a 1 para os visitantes.
Sim, o segundo tempo foi todo do Athletico que pressionou e encurralou o Coritiba, de acordo com o técnico Alberto. Mas o desperdício de chances claras, bola na trave, o time perdido em vários momentos e as várias defesas de Muralha impediram que o Furacão sequer empatasse o jogo.
Para ajudar, aos 38 minutos, o técnico Alberto foi expulso, e saiu aos gritos da própria torcida: “Fora Valentim”.
Destaque para Thiago Heleno, que fez de tudo nesse jogo, cuidou da zaga, cruzou bolas na área, fez ligação direta, criou jogadas e perdeu uma chance clara de gol, quando de frente para Muralha chutou cruzado e a bola saiu pelo lado direito do arco.
O Athletico amargou a derrota dentro de casa, e a máxima “o futebol é uma caixinha de surpresas”, permanece.
O jogo da volta acontece no domingo (29), às 16 horas, no Couto Pereira, e o Furacão precisa ganhar com dois gols de diferença para chegar à final direto. O ídolo Lucho González será o técnico na partida, tendo em vista a expulsão de Valentim.
O confronto também acontecerá com torcida única, conforme acordo realizado entre os Clubes.
Vamos lutar por mais essa taça!
Por Daiane Luz, setorista do Athletico no Portal Mulheres em Campo
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna, não representam, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.