MULHERES QUE FAZEM FUTEBOL


Ainda que machista e misógina a esfera do futebol tem visto nascer a crescer a cada dia mais a força de mulheres na gestão de grandes clubes 

No Brasil, na América do Sul a frente de um dos maiores clubes do país, Leila Pereira, hoje presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras empilha conquistas que começaram ainda quando a mesma chegou ao clube paulista como patrocinadora.

Leila nasceu em Cabo Frio, em novembro de 1965, a única filha mulher da família era “destinada” a ser uma boa dona de casa e mãe de família. 

A mulher que hoje é conhecida por suas decisões fortes e rigidez já havia decidido aos 14 anos que tinha seu próprio destino a construir, Leila mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro onde terminou o ensino médio e ingressou na faculdade de jornalismo.

Ainda estagiando pela carreira na comunicação, chegou a participar da cobertura da Copa do Mundo de 1990, pela TV Manchete, mas não chegou a seguir a carreira, no meio desse caminho decidiu pelo curso de Direito e foi ali que o caminho começou a cruzar com o Verdão.

Foto: Reprodução internet

Trabalhando nas empresas do esposo Beto, Leila Pereira chegou à presidência da Crefisa em 2008, vinda de uma família de torcedores vascaínos, foi com o marido que o amor pelo Palmeiras surgiu e foi alimentado.

Em 2015, a frente da Faculdade das Américas (FAM) e da Crefisa, viu suas marcas tornarem patrocinadoras do Alviverde, desde então a pilha de conquistas do clube torna-se maior a cada temporada, desde a sua chegada o Palmeiras conquistou: Copa do Brasil (2015 e 2020), Campeonato Brasileiro (2016 e 2018), Copa Libertadores (2020 e 2021), Campeonato Paulista (2020), e agora no começo da temporada 2022 como presidente da instituição tornou-se a primeira mulher a conquistar um título internacional no cargo mais alto de um clube sul-americano.

Leila Pereira está na história não só do Palmeiras, mas do futebol na América do Sul. Saindo da América do Sul e indo para a Europa também há nomes de mulheres em evidência na gestão de Futebol.

Quando se fala do Leicester, não tem como não se lembrar de toda campanha do time na conquista da Premier League na temporada 2015/16.

O que quase ninguém sabe é que quem estava atrás de todo o crescimento do time nos últimos quatro anos era uma mulher, mais precisamente Susan Whelan. A irlandesa chegou na equipe como diretora executiva alguns meses após o clube ser comprado pelo grupo asiático Asian Football Investments, ainda em 2010.

Susan não tinha nenhuma ligação com o futebol, e antes mesmo da sua contratação, a administradora cuidava da joalheria de sua família, em Dublin. E logo após entrou em um grupo ligado a gestão de free-shops em aeroportos.

A chegada de Susan no Leicester era vista com bons olhos, levando em conta que a mesma tinha um amplo domínio em gestão de pessoas e recursos.

“…Ela não seria a melhor pessoa para ensiná-los a chutar uma bola, mas sabe muito bem desenvolver as finanças”, opinou Liam Skelly, antigo chefe da dirigente, em entrevista ao jornal Independent.

Susan Whelan tinha a missão de cuidar de uma equipe recém promovida a terceira divisão, com um bom poder aquisitivo mas que contava com algumas contas no vermelho, além dos investimentos para chegar à Premier League o mais rápido possível.

Foto: Leicester City Football Club

Na sua chegada ao clube, Whelan falou sobre não ser especialista, mas gostar da atmosfera dos dias de jogo e que queria garantir a euforia dos torcedores, e foi exatamente isso que ela fez, seja com eventos do clube junto à comunidade, as cervejas gratuitas e a manutenção no preço dos ingressos, além da doação de £2 milhões aos hospitais da cidade feita pelos tailandeses após o título.

Com toda certeza, Susan tem seu nome gravado na história do Leicester. Ela chegou em um clube que possuía muitos débitos a serem pagos e logo depois seu “desafio” passou a ser com o registro de maior lucro do time, de manter a equipe na elite da Premier League, e claro, da conquista do título.

No mês da mulher e diante de muitos exemplos de machismo que rodeiam aquelas que sejam mas arquibancadas, nos gramados, nos microfones ou a frente de clubes é importante que se fale e celebre a força dessas mulheres.

Por Jéssica Salini e Thais Santos

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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