Com um a menos? Aqui é Botafogo!



Na marra, Glorioso elimina a Universidad de Chile e segue firme na Liberta

O Botafogo mostrou mais uma vez que sabe lidar com pressão. Com um jogador a menos desde os 27 minutos do primeiro tempo, após a expulsão do zagueiro Jair, o time carioca venceu a Universidad de Chile por 1 a 0 nesta terça-feira (27), no Estádio Nilton Santos, diante de mais de 36 mil torcedores. Em um jogo decisivo onde só a vitória interessava, o Glorioso cumpriu a missão e carimbou sua vaga nas oitavas da Libertadores.

FOTO: VITOR SILVA

SOBRE A PARTIDA

A Universidad de Chile não começou o jogo como se esperava, recuada, e tratou de tentar ficar com a bola e atacar o Botafogo. Mas o Glorioso, empurrado por seu torcedor, se saiu bem na defesa e teve a volta de talentos no ataque. Aos 13 minutos, a primeira grande chance: Vitinho cruzou da direita, o zagueiro da La U não cortou e Cuiabano, livre e de frente para o gol, acabou pegando errado na bola e escorando para fora, desperdiçando uma oportunidade incrível.

Aos poucos, a Universidad de Chile foi esfriando o jogo, e a situação ficou ainda mais nervosa quando Jair foi expulso, deixando o Botafogo com dez, aos 27 minutos. O zagueiro adiantou a bola, deu um carrinho e acertou em cheio o volante Aránguiz. O árbitro inicialmente deu cartão amarelo, mas o VAR recomendou revisão e aí veio a expulsão.

Mas jogar com 10 na Libertadores não parece ser uma notícia ruim no Botafogo, não é mesmo? Os jogadores se reuniram, o técnico Renato Paiva não mexeu e o Glorioso seguiu, tomou conta do jogo e conseguiu abrir o placar aos 38 minutos. Savarino recebeu de Artur na direita, cruzou com a já conhecida precisão e Igor Jesus, se antecipando ao goleiro, testou para as redes, sob os olhares de Carlo Ancelotti: 1 a 0.

O segundo tempo começou com a Universidad de Chile assustando: Aránguiz chutou de fora da área e a bola explodiu no travessão. Mas a partida estava desenhada para um contra-ataque do Botafogo. E foram alguns. Aos seis, Artur puxou em velocidade, foi desarmado pelo zagueiro e Marlon Freitas, na sobra, chutou por cima. Aos 10’, Igor Jesus deu uma linda arrancada desde o meio e serviu Artur, que chutou na saída do goleiro para fazer 2 a 0. O VAR, no entanto, voltou a aparecer, recomendou revisão e o árbitro deu toque de mão de Igor.

Aos 15’, outra boa jogada: Artur deu um bonito drible na ponta direita e chutou de longe em curva, tentando surpreender o goleiro, mas Castellón espalmou para o lado, meio que no susto. Com um a menos, o cansaço começou a pesar, e o técnico Renato Paiva foi renovando o fôlego e a marcação, com as entradas de Allan e depois de Danilo Barbosa, nos lugares de Cuiabano e Savarino, respectivamente.

Nos minutos finais, a Universidad de Chile foi para o abafa, e o Botafogo se segurou como pode. Só houve uma chegada de fato perigosa, em uma cabeçada de Guerra. Com a torcida jogando junto e sendo a 11ª jogadora, o Glorioso sustentou o placar e garantiu a classificação. O Fogão segue na luta defendendo o título histórico conquistado em 2024 na Argentina.

Foto: Vitor Silva 

Que noite!
Mais uma vez o Botafogo escreveu uma página inesquecível na Libertadores. Em um jogo que exigia mais do que futebol, nossos jogadores mostraram entrega, coragem e alma. 

Eram mais de 33 mil vozes empurrando, acreditando e segurando na arquibancada o que o time sustentava em campo.

A missão era clara: vencer ou vencer. E quando Jair foi expulso ainda no primeiro tempo, parecia que tudo ia se complicar. Mas quem é Botafoguense já viveu isso. Quem viveu o 30 de novembro de 2024 sabe: esse time cresce na dificuldade. A expulsão virou combustível. O grupo se uniu, o técnico confiou, e o gol veio — como tinha que ser. É impossível não se emocionar.

O adversário tentou pressionar no fim, mas o Botafogo resistiu como só o Glorioso sabe. Na garra. No coração. Na força de um escudo que carrega história. E agora, classificados, esperamos um dos líderes do grupo nas oitavas. Que venham. Porque ninguém quer pegar esse Botafogo.

Cada jogador merece ser exaltado. Cada torcedor que cantou até o último segundo também. Somos diferentes. 

DESTAQUES DA NOITE

Em uma noite de superação e alma alvinegra, três nomes brilharam com força no Nilton Santos: Igor Jesus, Barboza e Alex Telles. Em meio ao sufoco, à expulsão e à pressão de um jogo decisivo de Libertadores, esses caras mostraram por que vestem a camisa do Botafogo com tanto orgulho.

Igor Jesus foi decisivo. Gol de centroavante, de quem sente o momento, de quem não treme. Mais uma vez, provou que é o cara que aparece quando a gente mais precisa.

Barboza, que voltou agora de lesão, foi simplesmente impecável. Entrou como se nunca tivesse saído, segurou a defesa com categoria, inteligência e raça. Passou tranquilidade mesmo quando o jogo ficou tenso. Voltou no momento certo e foi um dos grandes da noite.

E não tem como não falar de Alex Telles. O atleta literalmente deu o sangue em campo. Se machucou, sangrou, mas seguiu na raça, com alma, com o coração pulsando no escudo. É disso que o Botafogo é feito. É disso que a Libertadores precisa saber: aqui ninguém recua. Aqui se entrega até a última gota.

PRÓXIMO CONFRONTO

Agora, o foco do Botafogo se volta para o Brasileirão. Antes de pensar nas oitavas da Libertadores — que só acontecem em julho —, o Glorioso tem dois compromissos importantes pela frente: encara o Santos neste domingo (1/6), às 16h, na Vila Belmiro, e depois recebe o Ceará na quarta-feira (4/6), às 20h, no Nilton Santos, em jogo adiado da 10ª rodada.

Tudo isso antes de encarar o maior desafio de todos: o Super Mundial de Clubes

Por Rafaela Esteves

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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