Tempestade Azul: Cruzeiro atropela e avança para próxima fase 


No calor do Serra Dourada, Cruzeiro mostra que a camisa pesa e muito em jogo grande

Na noite desta quinta-feira (22), às 19h, no calor do estádio Serra Dourada, em Goiás, o Cabuloso deu mais uma prova da evolução que a torcida tanto esperava. Fora de casa e com personalidade de gente grande, o Cruzeiro assinou uma atuação de autoridade, maturidade e eficiência, daquelas que fazem o torcedor sonhar alto com a Copa do Brasil.

Como tantas outras ao longo da história, o Maior de Minas fez valer seu nome. Com uma vitória incontestável por 3 a 0 sobre o Vila Nova, a Raposa garantiu sua vaga nas oitavas de final. E como se não bastasse, confirmou a classificação com autoridade, após ter vencido por 2 a 0 no jogo de ida, no Mineirão.

Mais uma vez, o time mineiro deixou claro porque carrega, com justiça, a coroa de Rei da Copa do Brasil. Esse título não é só estatística, é alma, é história, é a camisa que pesa e se impõe nos palcos decisivos. São seis conquistas que não cabem apenas em números: elas vivem na memória, na mística, na confiança de quem já nasceu sabendo jogar esse torneio.

Em campo, essa tradição vira combustível. Ela move os jogadores, inflama a arquibancada e silencia os adversários. Porque quando o Cruzeiro pisa no gramado da Copa do Brasil, não entra apenas um time.  Entra uma lenda com a responsabilidade de honrar cada estrela bordada no peito. O time celeste segue em frente. E a Copa do Brasil segue tendo dono.

Foto: Heber Gomes





Sobre o jogo 

Primeiro tempo: Suor, suspense e silêncios no Serra Dourada

O primeiro tempo entre Vila Nova e Cruzeiro foi como acender um fósforo perto de um barril de pólvora: o fogo não pegou, mas a ameaça esteve no ar o tempo todo. Mesmo com o placar em branco, o duelo teve tudo o que um bom jogo de Copa do Brasil pede: tensão, nervos à flor da pele e chances que tiraram o fôlego de quem assistia.

Com a vantagem construída em Belo Horizonte, o Cruzeiro entrou em campo com a serenidade de quem sabe que o tempo joga a seu favor. Mas isso não significou passividade, pelo contrário, contou com sua história e estrelas em campo, Matheus Pereira comandou o time com personalidade e obrigou o goleiro Halls a operar um milagre no ângulo. Kaio Jorge apareceu como um raio, buscando o gol em pelo menos três oportunidades. E essas oportunidades acabaram parando na defesa. 

O Vila Nova, por sua vez, fez valer o fator casa. Empurrado por um Serra Dourada pulsante, foi à luta com coragem, mas pecou na ansiedade. Finalizou bastante, especialmente com Júnior Todinho e Guilherme Parede, mas não conseguiu transformar pressão em precisão. 

A defesa celeste, sempre atenta, abafava as investidas como quem dissipa incêndios. Com destaque para Cássio que fez boas defesas que impediram o adversário de abrir o placar. 

Mas, o jogo foi também uma colcha de retalhos de faltas e cartões. A cada interrupção, crescia a impressão de que o confronto não era apenas técnico, mas também mental. Os jogadores entraram em modo batalha, e os árbitros trabalharam dobrado para manter a ordem em campo.

A primeira etapa terminou  0 a 0, mas o silêncio das redes foi só uma pausa dramática. O segundo tempo tinha tudo para esquentar ainda mais esse clima, criar o enredo que todo cruzeirense espera o time que brilha e domina o campeonato.

Foto: Heber Gomes

Segundo tempo: Cruzeiro encanta no segundo tempo e constroi uma vitória de alma e autoridade

O relógio marcava zero minuto do segundo tempo em Goiânia quando o Cruzeiro voltou ao campo. O placar ainda apontava 0 a 0, mas algo havia mudado. Era como se o vestiário celeste tivesse sido tomado por uma centelha de coragem, um pacto silencioso entre os jogadores: vencer não era uma opção, era destino do maior vencedor da competição. 

E então, com a bola rolando, o Cruzeiro passou a comandar o jogo com a serenidade de quem sabe o que faz e a intensidade de quem tem fome. Aos 11 minutos, Eduardo, com a frieza de um veterano e a alma de um camisa 10, acertou um chute seco de fora da área, com a assistência de Gabi, que conhece muito bem o que é ser vitorioso. O gol que rasgou o céu de Goiás e abriu os caminhos da noite estrelada.

O Vila até tentou resistir. Chegou com perigo, arriscou de longe, testou a defesa azul. Mas o que se viu foi um Cruzeiro maduro, que soube absorver a pressão e responder com controle, como se dançasse no meio da tormenta.

E nesta noite estrelada, brilhou forte a estrela de Eduardo. Aos 30 minutos, ele apareceu no lugar certo, na hora certa, para aproveitar a bela assistência de Bolasie e marcar o segundo gol do Cabuloso, o golpe final que carimbou a classificação para a próxima fase.

A partir dali, não restavam dúvidas: o Cruzeiro voltou do intervalo com uma missão clara e estava executando-a com autoridade. O torcedor sentiu no peito que o time queria a vitória e estava construindo-a com maestria.

Mas não parou por aí, nos minutos finais em forma  de festa e afirmação. Jonathan, zagueiro, símbolo de força, subiu mais alto que todos aos 41 minutos para fechar a conta com um cabeceio imponente após um belo escanteio cobrado por Matheus Pereira, o nosso garçom gelado. Assim, novamente o  grito de gol ecoou como um hino: o Cruzeiro não apenas venceu,  ele impôs, convenceu, emocionou.

Foi um segundo tempo de alma celeste. De um time que soube esperar, soube reagir, e no momento certo, mostrou por que carrega no peito uma história feita de luta, técnica e paixão.

A vitória por 3 a 0 foi mais do que uma vitória e uma classificação,  foi um recado. O Cruzeiro está vivo, pulsando e com sede de muito mais. E quem ousou duvidar do Cabuloso agora deve estar se revirando de raiva.

Próximo desafio 

Na Copa do Brasil, ainda não temos definição de adversário ou data do jogo. A CBF ainda não divulgou quando será realizado o sorteio dos confrontos das oitavas de final. As partidas estão previstas para acontecer entre os dias 30 de julho e 6 de agosto, logo após a disputa do Mundial de Clubes.

Enquanto isso, o próximo desafio do Cabuloso é pelo Brasileirão: no domingo, 25 de maio, às 20h30, contra o Fortaleza, na Arena Castelão.

Por Mury Kathellen

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo


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