Inter vence o Maracanã-CE no jogo de volta da terceira fase e segue vivo na competição
Em uma noite que prometia ser de controle e classificação tranquila, às 19h, o Sport Club Internacional transformou a tensão em uma vitória espetacular no Estádio Orlando Scarpelli. Com uma vitória por 3 a 0 sobre o Maracanã-CE, o Colorado não apenas carimbou seu passaporte para as oitavas de final da Copa do Brasil, mas também garantiu um significativo aporte financeiro de R$3.638.250,00 aos cofres do clube.

A partida de volta da terceira fase foi um roteiro inusitado, com o Internacional precisando superar não apenas o adversário, mas também uma sequência impressionante de três pênaltis desperdiçados que testaram a paciência e a resiliência de seus torcedores e do próprio elenco.
Apesar do jogo não ser no Beira Rio, a atmosfera em Florianópolis era de expectativa e otimismo. A torcida colorada marcou presença em bom número, consciente da importância da classificação na Copa do Brasil. O Maracanã-CE, jogando longe de seus domínios (com o mando de campo vendido para Santa Catarina), e com o peso de uma derrota por 1 a 0 na partida de ida no Beira Rio, prometia uma estratégia defensiva ousada, buscando o milagre contra um gigante da Série A.
Desde o apito inicial, a superioridade técnica e tática do Internacional foi evidente. A equipe de Roger Machado impôs seu ritmo, controlando a posse de bola e buscando construir jogadas desde a defesa, com a saída qualificada dos zagueiros e a distribuição precisa de Aránguiz no meio-campo. O Colorado tentava furar a bem postada defesa do Maracanã, que se defendia em duas linhas de quatro, compactas, fechando os espaços pelo meio e forçando o Inter a explorar as laterais.
Bruno Henrique e Fernando subiam constantemente, tentando cruzar na área, enquanto Wesley e Ricardo Mathias buscavam o espaço entre os defensores, mas encontravam pouca liberdade. O goleiro Rayr, do Maracanã, já começava a se destacar com algumas saídas seguras e defesas simples, mas essenciais, antecipando que sua noite seria de muito trabalho. Apesar do volume de jogo e das poucas, mas promissoras finalizações de média distância e investidas à área, o placar não se mexeu na primeira etapa, com o Internacional esbarrando na organização defensiva adversária e na falta de um toque final mais preciso.
Aos 33’, uma falta na área sofrida por Ricardo Mathias resultou em pênalti para a equipe Colorada. O camisa 10, Alan Patrick, o cobrador oficial e um dos líderes técnicos da equipe, chamou a responsabilidade. Sua batida, rasteira no canto esquerdo de Rayr, foi defendida brilhantemente pelo goleiro, que voou para espalmar com uma agilidade impressionante. Um suspiro coletivo ecoou no Scarpelli, seguido de uma apreensão crescente.
O retorno para o segundo tempo trouxe consigo uma dose de drama que poucos poderiam prever e que entrou para a história recente do Inter.
Aos 50’, Alan Patrick ampliou o marcador para o Inter com um golaço de falta, trazendo um alívio para a equipe e torcida.
E a história ainda não terminava por aí. 9 minutos depois do gol, Wesley fez uma jogada individual envolvente pela direita, invadiu a área com velocidade e foi derrubado. Pênalti! Desta vez, foi o próprio Wesley quem assumiu a responsabilidade, ciente da importância de quebrar o “encanto” de Rayr. O atacante cobrou, mas o goleiro do Maracanã, em uma noite simplesmente inspiradíssima, fez sua segunda defesa de pênalti na mesma partida, levando a torcida adversária ao delírio e a Colorada à beira de um ataque de nervos.
Aos 69’, a história se repetiu de forma ainda mais dramática. Em uma nova infiltração colorada na área, mais uma infração foi marcada! O árbitro apontou para a área novamente, e a torcida colorada, incrédula, viu Alan Patrick se apresentar para a cobrança uma segunda vez. Em busca da redenção pessoal e do alívio para a equipe, o camisa 10 bateu forte, no mesmo canto, mas a sorte (ou a aura que Rayr começava a criar) estava com o Maracanã: o goleiro saltou novamente, tocou na bola que ainda caprichosamente beijou o travessão antes de sair pela linha de fundo. Inacreditável!
Em uma trama envolvente pela esquerda, com troca de passes rápida no meio-campo, Alan Patrick, que teve a chance de pênalti, se redimiu com uma assistência precisa. Ele notou a movimentação de desmarque de Wesley dentro da área e lançou um passe açucarado, no tempo certo, por entre a defesa. Wesley executou uma cavadinha perfeita, um toque sutil de canhota, vendo a bola flutuar sobre o goleiro Rayr e morrer no fundo da rede.
Com a vantagem no placar e a confiança renovada, o Internacional continuou buscando o gol, aproveitando que o Maracanã, para tentar algo, precisava sair mais de sua casca defensiva e ceder alguns espaços. Aos 40 minutos, a vitória foi selada em grande estilo, apagando qualquer dúvida que pudesse restar. O atacante Óscar Romero, que havia entrado no decorrer da partida, recebeu a bola na entrada da área com domínio orientado, deu uma arrancada curta e soltou um chute rasteiro, cruzado, milimetricamente colocado no canto inferior, sem chances para o goleiro Rayr, que, apesar de sua noite de gala e das defesas espetaculares, nada pôde fazer desta vez.
A partida terminou em 3 a 0, e somado ao 1 a 0 da partida de ida, totalizava um tranquilo 4 a 0 no agregado, confirmando a superioridade Colorada e o merecido avanço.
Com a classificação assegurada, o Internacional aguarda o sorteio da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para conhecer seu próximo adversário nas oitavas de final da Copa do Brasil. A vitória, apesar dos sustos e do enredo dramático com os pênaltis, reforça a capacidade de superação do elenco colorado e a profundidade do banco de reservas, que entrou em campo para decidir a partida.
Antes do próximo desafio no mata-mata, o foco do Colorado se volta para o Campeonato Brasileiro diante do Sport no próximo domingo (25), onde terá a chance de manter o ritmo e a consistência que o levaram a esta importante classificação. O Internacional segue firme em busca dos seus objetivos na temporada, e a Copa do Brasil se mostra um caminho promissor para o clube.
Por Larissa Ferreira
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo