No embalo da torcida e com a vontade de ganhar, o Cruzeiro vence com veneno e ironia: Gabi decide para o Cabuloso, empurrado pela força das arquibancadas
Com um jogo intenso, emocionante e recheado de simbolismo, o Cruzeiro venceu o Flamengo por 2 a 1 neste domingo (4), no Mineirão, pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro.
Em um duelo de gigantes, o Cabuloso mostrou garra, personalidade e qualidade para bater de frente com um dos elencos mais fortes do país, e ainda teve a “Lei do Ex” como aliada, com Gabigol decidindo nos minutos finais.
Foi uma noite em que o Cruzeiro provou que está em reconstrução, e essa crescente é sólida, vibrante e cheia de identidade. O time celeste foi valente, se impôs mesmo diante da maior posse de bola do adversário e soube transformar a vontade em resultado.
A vitória colocou o time de Léo Jardim no G-4, agora com 13 pontos, ocupando a 4ª colocação e reforçando a ideia de que o time mineiro quer, sim, brigar na parte de cima da tabela.

O jogo
Primeiro tempo: jogo bem jogado por ambas as equipes
O Flamengo começou a partida com mais posse e volume ofensivo, pressionando a saída de bola do Cruzeiro e tentando impor seu ritmo desde os primeiros minutos, mas a resposta celeste foi letal. Aos 15 minutos, Kaio Jorge arrancou do meio-campo, deixou Léo Pereira para trás e acertou um belíssimo chute no canto, sem chances para Rossi. Um golaço digno de quem vem se consolidando como referência ofensiva da equipe mineira.
Três minutos depois, o Flamengo quase empatou com Léo Ortiz, que subiu bem após cruzamento e obrigou Cássio a fazer uma defesa espetacular. O Cruzeiro seguiu perigoso, e aos 31’, Kaio Jorge voltou a assustar: acertou o travessão em mais um arremate de média distância. O camisa 9 brilhou mais uma vez, mostrando por que ganhou a titularidade.
O empate do Flamengo veio aos 44 minutos. Após bate-rebate na área, Gerson achou Arrascaeta, que bateu colocado para marcar sem comemorar, em respeito ao clube que o projetou e onde foi campeão com a camisa mineira. A famosa “Lei do Ex” parecia castigar o Cruzeiro. Será que no segundo tempo ela seria a favor do Cruzeiro?
Segundo tempo: pressão celeste e estrela de Gabigol
Na segunda etapa, o Cruzeiro voltou com ainda mais fome. Matheus Pereira assumiu o protagonismo e levou perigo duas vezes: primeiro aos 23, obrigando Rossi a fazer boa defesa, e depois aos 30, em chute forte de fora da área. No rebote, Kaio Jorge quase marcou o segundo, mas parou no goleiro rubro-negro.
O time celeste mostrava mais intensidade, finalizava mais e fazia Rossi trabalhar. A torcida, que empurrava o time o tempo todo, pedia por Gabigol e o destino reservava um roteiro de cinema para o atacante.
Aos 43 minutos, Gabi entrou em campo e, logo depois, brilhou. Após o pênalti sofrido por Eduardo, ele cobrou firme. Rossi até defendeu, mas o próprio Gabigol pegou o rebote e mandou para o fundo das redes. Virada do Cruzeiro no apagar das luzes, explosão da torcida no Mineirão e quebra da invencibilidade do Flamengo no Brasileirão.
Para quem duvidava, a “Lei do Ex” voltou só que, desta vez, a favor do Cruzeiro.

Mais que três pontos: uma afirmação
Com o resultado, o Cruzeiro chega aos 13 pontos e permanece firme no G-4. O Flamengo, que tinha 14, caiu para a segunda colocação e sentiu o gosto amargo da primeira derrota no campeonato.
Mais do que a vitória, o torcedor celeste viu um time com alma, entrega e futebol de alto nível contra um dos favoritos ao título.
Foi um daqueles jogos que mexem com o coração. Desde o apito inicial, a arquibancada pulsava junto com o time. E o Cruzeiro respondeu com coragem, personalidade e um futebol envolvente. Um verdadeiro espetáculo celeste daqueles que fazem história.
Próximos desafios
Na próxima quarta-feira (7), o Cruzeiro viaja até o Equador para enfrentar o Mushuc Runa, líder do grupo na Sul-Americana, em jogo crucial para manter viva a esperança de classificação.
No domingo (11), o desafio será contra o Sport, fora de casa, pela oitava rodada do Brasileirão. Com o embalo da vitória sobre o Flamengo, o Cabuloso vai em busca de mais.
Por Mury Kathellen
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