Do risco de rebaixamento no Brasileirão ao título baiano e à fase de grupos da Libertadores


Quando chegou ao Bahia em setembro de 2023, Rogério Ceni, logo de cara, encarou a missão de afastar o Tricolor Baiano da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. O clube encontrava-se na 16ª colocação com 22 pontos e enfrentava o medo de cair para a segunda divisão logo no ano em que havia retornado para a série A.

Além da tarefa difícil que lhe já estava posta, era também o primeiro ano da gestão do Grupo City no time. Então, diante de tais fatos, Ceni tinha em suas mãos a responsabilidade de manter a equipe na elite do futebol e ainda mostrar serviço para os novos donos do clube, e sua estreia mostrou que missão dada é missão cumprida.

Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

Na primeira partida sob o comando do treinador, o Bahia venceu o Coritiba, de virada, pelo placar de 4 a 2. Tudo bem que aquele era só o primeiro jogo e que era cedo demais para avaliar o trabalho do professor, mas não tinha como não nascer uma esperança no coração do torcedor.

Conforme as rodadas foram avançando, Rogério foi desenvolvendo seu trabalho e mesmo com os altos e baixos conseguiu fazer o time escapar do rebaixamento na última rodada. A partida eletrizante contra o Atlético-MG foi teste para cardíaco, mas terminou com o placar de 4 a 1. O resultado deixou o Tricolor na 16ª colocação e garantiu sua permanência na série A.

Se 2023 terminou com fortes emoções, a temporada de 2024 foi uma montanha russa para Ceni e seu elenco. No Campeonato Baiano o time conseguiu chegar à final, mas perdeu o título para seu maior rival, o Vitória. Na Copa do Nordeste, o Esquadrão parou nas semifinais diante do CRB, e na Copa do Brasil encerrou sua participação nas quartas de final diante do Flamengo.

Em contrapartida, para surpresa de muitos, a equipe começou o Campeonato Brasileiro figurando os primeiros lugares da tabela de classificação. O bom desempenho no início do Brasileirão não resultou em título para o Tricolor no final da competição, mas garantiu a 8ª colocação que levou o time à fase preliminar da Libertadores.

O ano de 2025 começou com as expectativas em alta. Em seu primeiro confronto na Pré-Libertadores, o Bahia encarou o The Strongest e avançou após empatar a partida de ida em 1 a 1 e vencer a partida de volta por 3 a 0. No segundo e decisivo confronto, o time de Ceni enfrentou o Boston River. O jogo de ida encerrou com um empate sem gols, mas no jogo de volta o Tricolor triunfou por 1 a 0 e conquistou o passaporte para a fase de grupos da competição. O clube, que foi o primeiro time brasileiro a participar do torneio, retornou após 36 anos.

Foto: Letícia Martins/EC Bahia

Se a torcida já estava em festa com tal feito, a cereja do bolo veio quando a equipe conquistou o Campeonato Baiano vencendo o seu grande rival em sua própria casa. O primeiro título de Ceni no Bahia veio logo depois dele completar 100 jogos no comando do time. Que presente!

Fazendo parte do grupo que é considerado o mais difícil da atual edição da Libertadores, o Tricolor Baiano se encontra no grupo F juntamente com Internacional, Nacional do Uruguai e Atlético Nacional da Colômbia. Logo na estreia, o Bahia encarou o Inter, seu algoz na última participação na competição. Apesar dos fantasmas do passado, o Esquadrão não abaixou a cabeça e garantiu o empate em 1 a 1. Na segunda rodada, o time baiano surpreendeu ao vencer o Nacional, tricampeão do torneio, pelo placar de 1 a 0 e conquistou seu primeiro triunfo fora de casa na competição continental. Aqui, vale ressaltar o papel importante do treinador nessa conquista. Ceni estudou bem o adversário e soube fazer as mudanças necessárias no time. Mudanças essas que, mesmo sendo criticadas, foram fundamentais para bater o Nacional e levar o Bahia ao triunfo.

Foto: Letícia Martins/EC Bahia

Atualmente, Rogério é o técnico com trabalho mais longevo no Esquadrão neste século, e olha que a temporada apenas começou. Apesar dos altos e baixos, dos erros e falhas e das críticas, Rogério Ceni vem desenvolvendo um trabalho gradativo e consistente que tem levado o Bahia ao crescimento ao longo desse um ano e sete meses.

Com a Libertadores, a Copa do Nordeste e o Campeonato Brasileiro já iniciados, o Tricolor ainda tem pela frente a Copa do Brasil. São mais quatro chances de Cener continuar mostrando o seu trabalho, são mais quatro chances de levantar mais uma taça.

Vamos avante, Esquadrão!

Por Rafaela Cerqueira

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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