Com direito a pênalti perdido, Gurias Jaconeras chegam à segunda derrota no Brasileirão A1
A segunda vitória das Guerreiras do Fluzão veio, infelizmente, com a segunda derrota das Esmeraldas. Em um jogo de muita pressão, muitas finalizações e – principalmente – muitos erros, o Juventude foi superado pelo Tricolor Carioca pelo placar de 2×1. A partida foi marcada por deslizes mortais que impediram o Ju de se colocar como o adversário a altura que poderia surpreender o Fluminense e comemorar a vitória nos braços de seu povo. No final das contas, tudo pode servir de aprendizado.

O embate começou equilibrado, assim como prometia, com o Juventude agredindo um pouco mais as linhas de defesa do Flu e tentando mais nas finalizações. Mesmo de longe, o Papo conseguia trazer mais perigo ao adversário. Aos 11, Jaielly trabalhou a posse de bola na esquerda e se enfiou pelo meio, transpassando as marcadoras. Mesmo de fora da área, a atacante meteu uma bucha que morreu nas mãos de uma velha conhecida. A goleira Cláudia, ex-Juventude, deixou claro desde ali que seria difícil estufar as suas redes. Interferindo diretamente, ou acompanhando chutes para fora – como foi a bomba que Kamile Loirão colocou pela linha de fundo -, a defensora se manteve focada durante toda a partida.
Aos 17 minutos, assim como a primeira tentativa do Juventude, Débora Sorriso recebeu pela esquerda e levantou na área, procurando um cabeceio certeiro. A goleira Jaconera, Renata, se adiantou e não conseguiu impedir que a bola chegasse nos pés de Lurdinha, próxima ao segundo pau. A meia-atacante preparou o chute e abriu o placar para as Tricolores.
Mostrando que não estava disposta a ser vazada pela ex-equipe, Cláudia ainda defendeu uma cobrança de falta de Flávia Pissaia que foi certinha no ângulo do gol. Provando que quem não faz leva, aos 25 minutos – também em uma cobrança de falta -, Camila Xerife, volante tricolor, levantou na área esperando um resultado parecido com o primeiro gol. Uma surpresa agradou as jogadoras do Fluminense quando nenhuma finalização ocorreu. Alice, camisa 5 das Esmeraldas, escorou a bola para dentro da meta, marcando assim um gol contra e ampliando para o Tricolor.
O final do primeiro tempo trouxe mais tentativas frustradas das Gurias Jaconeras e aumentou ainda mais a confiança da goleira Cláudia. Dani Venturine bateu forte por cima do gol, Kamile Loirão recebeu um cruzamento e tentou finalizar, porém errou a meta. O intervalo chegou e com ele uma conversa dura entre o treinador Luciano Brandalise e suas comandadas. O Juventude precisava ser ainda mais agressivo e mais efetivo.
A conversa parece ter surtido algum efeito, pois as Gurias entraram em campo com mais fome, porém a mira continuava um pouco defeituosa. Aos 8 minutos da etapa complementar, a camisa 9 das Esmeraldas foi derrubada dentro da área. Talvez eu não conheça tanto o elenco quanto o treinador Luciano Brandalise, mas eu não vejo porque não entregar essa bola para que Kamile ou Pissaia batessem o pênalti. Mesmo assim, o professor designou que Milena batesse e acabou que Cláudia tirou com os olhos e a cobrança saiu rasteira e em direção à linha de fundo.
Aos 28 minutos, na hora de tentar pegar um rebote e tentar o seu gol, Duda Tosti recebeu um chute na perna, que a derrubou na grande área. Sem titubear, a árbitra da partida marcou mais um pênalti para o Juventude. Agora, a própria Duda tomou a bola em suas mãos e conseguiu vencer em um duelo contra Cláudia pela primeira vez no jogo.
Mesmo diminuindo o placar, na cobrança da penalidade, o Ju não conseguiu nem igualar, nem superar o resultado alcançado pelas Guerreiras do Fluzão. O que se tira disso é que às vezes está tudo bem mudar a sua batedora oficial para deixar que a jogadora mais confiante assuma esse papel e pegue a responsabilidade para si.

Confiança é uma das chaves principais em qualquer competição e precisa ser bem utilizada. Cláudia não defendeu todas as finalizações frustradas do Juventude, mas acompanhou todas as bolas com a confiança de uma gigante, como ela é. Às vezes o que está faltando para as Gurias Jaconeras é entender que o lugar que elas conquistaram na série A1 é delas e ninguém pode tirar isso. Se elas estão na elite é porque elas merecem e conseguem enfrentar as outras equipes de igual para igual. Elas podem bater de frente, pressionar e, sem dúvida nenhuma, podem e merecem ganhar.
O Juventude volta a campo no sábado (12), quando vai até Minas Gerais para enfrentar as Cabulosas do Cruzeiro, fora de casa. Difíceis todos os jogos são. Impossível, é questão de opinião. Confiança, minhas Esmeraldas. A nossa hora vai chegar!
Por Luiza Corrêa
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