Bola no pé, olhos pra frente, Chuva na cabeça


Gabriel Taliari marca duas vezes e mantém a invencibilidade do Ju em estreias jogando casa pelo Brasileirão

Ju Papão larga na frente e vence o Leão da Barra com 3 gols… Opa, quê? O Ênio tava impedido, não? Não? Ah, mas teve falta no lance? Do Ênio? Não também? Então a falta foi na jogada logo antes do gol, né? Também não? Foi uns três lances antes da finalização, isso? Ah, perfeito. Não, precisa me mostrar a imagem, não, seu VAR! Eu acredito! Eu já apontei gol aqui, mas pode deixar que eu corrijo. 

Depois da interferência levemente irregular do VAR, eu posso dizer que o Ju Papão largou na frente e venceu o Leão da Barra com 2 gols, ambos do Gabriel Taliari. O jogo ocorreu na tarde deste sábado (29), no Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul. 

Mais um início de Brasileirão e mais, pelo menos, dois erros de arbitragem contra o Juventude. Normal, porém bastante incômodo. Apesar da atuação questionável do árbitro da partida e da sua equipe, o Ju teve uma estreia bastante otimista, que mostrou que o tempo entre o Gauchão e o Campeonato Brasileiro só fortaleceu a liga entre os Jaconeros e os colocou muito a par de como se portar em uma competição tão importante. A postura do elenco no jogo deste sábado foi muito superior ao que eles mostraram na eliminação para o Maringá, na Copa do Brasil. 

Fernando Alves

O jogo começou mostrando a intensidade no ataque dos comandados de Thiago Carpini e obrigando os donos da casa a fecharem os espaços na sua área de defesa. Mesmo assim, aos 7 minutos, o zagueiro Abner alçou uma bola longa em direção a Gabriel Taliari nas costas da zaga e o camisa 19 estufou as redes do adversário. A finalização foi diagonal, tirando completamente o goleiro Gabriel – ex-Juventude – da jogada. Taliari aproveitou as câmeras para homenagear Chuva, figura antológica do Alfredo Jaconi que nos deixou mais cedo neste mês de março. O jogador comemorou tapando e mostrando a boca, gesto que Chuvinha fazia para cumprimentar o elenco quando chegavam ao estádio para treinar. 

As próximas movimentações do Leão da Barra depois da abertura de placar foram bastante confusas. O gol claramente mexeu com as estruturas do time, que não esperava sair atrás tão cedo. Depois de recuperados, os jogadores do Vitória aproveitaram a posse de bola e começaram a trabalhar mais suas jogadas, mas não deram quase trabalho nenhum ao goleiro Marcão. Do outro lado, os alviverdes jogavam com fome de bola, fazendo que qualquer posse chegasse à área do Vitória.

Numa dessas, Gabriel Taliari saiu praticamente de frente para a meta, em chance clara de gol. O centroavante teria atingido o ângulo perfeito para ampliar, porém o rubro-negro Claudinho chegou cortando a jogada e atingindo o atacante na mesma tacada. Tailiari, nesse momento, precisou sair do jogo por conta da dor muito forte em seu ombro, causada pelo choque com o lateral do Leão e terminou a primeira etapa sendo atendido. Muita reclamação depois, o árbitro entendeu que o lance foi normal, mesmo que a regra diga o contrário e jogo que segue. Como sempre se faz contra o Juventude. 

Aos 42 minutos, Mandaca lançou uma bola baixa aos pés do recém oficializado Ênio e o camisa 97 não pensou duas vezes antes de escorar a bola no canto inferior da meta de Gabriel. Este gol de 1,2 milhões de reais foi extremamente comemorado após confirmação imediata do árbitro, contudo o VAR chamou para indicar uma falta do próprio Mandaca, uns 3 passes antes da finalização. Pela regra, esse tipo de lance precisa ser avisado por algum componente de linha ao árbitro principal ou, se avisado pelo VAR, necessariamente precisa que o juiz cheque a imagem. Nada disso foi feito e jogo que segue. Como sempre se faz contra o Juventude, que terminou o primeiro tempo com um jogador a menos. 

Como a justiça tarda, mas não falha, com 11 em campo novamente após o retorno de Taliari,, o Papão ampliou logo no início do segundo tempo. Emerson Batalla limpou uma jogada promissora e fez com que a bola acabasse novamente nos pés de Gabriel Taliari. Toca no meu centroavante que é gol! Menos um ombro, mais dois gols. 

Fernando Alves

Com mais esse jogo fica claro que o que vimos na temporada passada vai se repetir. Faltas absurdas contra o Juventude receberão vista grossa, enquanto qualquer toque vindo da defesa jaconera se transformará em um lance agressivo nos olhos da arbitragem. O Juventude fechou o ano de 2024 sendo a equipe que menos teve decisões a seu favor no Campeonato Brasileiro. Enquanto certos grandes garantem pênaltis ilusórios, o Gigante do Interior segue reclamando sobre as mesmas coisas. Independente das reclamações, jogo que segue. Como sempre faz o Juventude porque é o que a gente sabe fazer. Bola no pé, olhos pra frente, Chuva na cabeça. Pra sempre e sempre. 

Que o grande Rosalvo Moreira de Castro tenha assistido a essa partida sorrindo ao presenciar do lugar mais alto uma vitória estilo “contra tudo e contra todos” do nosso Ju! Este texto, assim como a faixa de capitão usada por Alan Ruschel, foi uma homenagem ao Chuvinha. Eterno nas arquibancadas do Jaconi, eterno em todos os corações Jaconeros!

Por Luiza Corrêa

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo


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