Corinthians sela a melhor campanha do Paulistão, “barra” o rival e volta a ser campeão após quase 6 anos de jejum
O dia amanheceu e na mente ainda passam incansavelmente lances do Dérbi da noite de quinta-feira (27). Impossível esquecer a bola na trave de Garro, a agonia com cada lance perdido, a sinergia entre o time e a Fiel, e claro, as lambanças de Felix Torres, que quase estragaram os nossos planos. Mas nenhuma imagem é mais importante do que a defesa de Hugo Souza… no um contra um, cara a cara com Veiga na marca da cal, o goleiro alvinegro foi gigantesco e tenho certeza, garantiu o título para o Corinthians. Assim, em um enredo digno do maior clássico do Brasil, o alvinegro quebrou o jejum de títulos e conquistou o 31º Paulistão. É FESTA NA FAVELA!
É difícil descrever o sentimento desta manhã. Não é só felicidade pela taça, é algo inexplicável, confuso. Vivemos uma noite de Corinthians, com todas as caractéristicas de um bom Corinthians: garra, catimba, vibração, provocação e principalmente, de colocar o rival em seu lugar, deixar claro que “aqui não”! Na minha casa, não! Então, imperam em nossos corações o orgulho, o êxtase, o alívio…
Os dias que antecederam a final foram de ansiedade. Não havia um torcedor envolvido no duelo que não contasse os minutos para o fim da data FIFA. Além disso, vivíamos a insegurança acerca de como os atletas voltariam de suas seleções. Do lado alvinegro, Memphis, Félix Torres, Martínez e Carrillo, titulares por suas seleções, foram a campo também como titulares pelo Timão. Já no rival, Richard Ríos, que atuou pouco menos que Memphis na data FIFA, foi poupado.
Em campo vimos um Corinthians raçudo, com todos apoiando defensivamente. Ponto para os laterais: Angileri, que freou o ímpeto de Estevão, e Matheusinho, que mais uma vez deu a vida em campo. Garro, que treinou em turno duplo, corria como se não estivesse tratando lesão, enquanto Martínez e Carillo, que 48h antes estavam em campo por Venezuela e Peru, entregaram tudo.
Foi um jogo truncado, quase que uma partida de xadrez. Muito estudo, poucas chances. De positivo a imposição do Corinthians, que não se escondeu e dominou a posse de bola. Tivemos a chance de abrir o placar com Garro, mas a bola caprichosamente morreu na trave.
Na segunda etapa, subiu a tensão e os nervos estavam à flor da pele. O rival pressionou e começou o show de se jogar e pedir pênalti. E ele foi assinalado. Felix Torres dormiu no ponto, perdeu a passada e cometeu falta em Vitor Roque. O lance começou fora da área, mas Vitor, mais uma vez, cavou a penalidade. Depois de muita polêmica, principalmente pelo fato de que o zagueiro alvinegro não foi advertido com cartão amarelo, Veiga foi para a bola. Frente a frente com Hugo, brilhou a estrela do arqueiro corinthiano! O camisa 1 pulou certo e fez a defesa no canto esquerdo. Gigantesco e que tem tudo para se tornar ídolo!
A Fiel foi a loucura. Neste momento sabíamos que nada tiraria o nosso título. Ainda em êxtase, assistimos à segunda lambança de Torres. Em nova falta em Vitor Roque, o equatoriano foi mais cedo para o vestiário.
Dali pra frente foi só faísca, tapa na cara, provocações e confusão. Depay assumiu o papel de provocador, e após a sequência de faltas na lateral, o holandes subiu na bola. A ação irritou os rivais, e após o empurra empurra, Martínez, literalmente, deu na cara do adversário e acabou expulso, assim como Lomba. Em meio às bombas e sinalizadores, o jogo seguiu para a agonia da Fiel. No fim, por pouco Yuri Alberto não marcou, após tapa de Memphis.
Tivemos mais longos minutos pela frente, e assim como o nosso camisa 9, a Fiel chorava, enquanto soltava o grito que a tanto tempo estava preso: é campeão! 0 a 0 em Itaquera, e o 1 a 0 no chiqueiro garantiu nossa taça. Um título para lavar a alma do torcedor, brecar o rival e mostrar que São Paulo tem dono! São Paulo é do Corinthians!
Por Mariana Alves
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo
