Empate com gosto de derrota no confronto esmeralda


Com pênalti canalha, Juventude conquista apenas um ponto na estreia no Brasileirão A1

Neste sábado (22), as gurias do Juventude receberam as meninas do Coelho na Montanha dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, para o jogo de abertura do Brasileirão de 2025. A partida, que se mostrou bastante equilibrada, quase viu a primeira vitória jaconera na elite do futebol brasileiro. Contudo, a falta de critério na hora da marcação de pênalti se mostrou tremenda – mais uma vez – e ajudou o Coelho na conquista do empate. Não importa a modalidade, a arbitragem sempre está na cena do crime. 

O primeiro tempo teve mais chances para o time das visitantes, que aproveitaram o espaço concedido e deram bastante trabalho para a goleira Renata. A partir dos 5 minutos, as meias Lara e Rafa Levis desperdiçaram alguns chutes em direção à meta jaconera, mas nada conseguiram tirar dali. Aos 6 minutos, Lara cruzou na entrada da pequena área para a finalização da camisa 10, porém o chute acabou nos braços da defensora do Juventude. O bombardeio seguiu, sempre morrendo nas luvas de Renata ou saindo pela linha de fundo.

O ataque do Papão foi protagonizado pela meia Flávia Pissaia e a centroavante Kamile Loirão. Independente de estarem finalizando, farmando uma assistência ou armando o contra-ataque a partir de uma roubada de bola, as duas sempre estavam tentando formas criativas de trazer o primeiro gol do Juventude na elite. Aos 46 minutos, na última chance de fazer alguma coisa no primeiro tempo, Pissaia finalizou com o pé esquerdo, fazendo a bola tirar uma lasquinha da trave. 

A conversa com o professor Luciano Brandalise durante o intervalo resultou em um time mais agressivo que se infiltrou na marcação e pressionou todas as saídas de bola do Coelho. Aos 12 minutos da etapa complementar, em uma cobrança de falta, Eduarda Tosti alçou a bola na área e, depois de um bate rebate, Kamile Loirão acabou com a gorduchinha nos pés e PIMBA! A camisa 9 finalizou sem muita força, mas com o jeito certo para que seu chute ricocheteasse na trave e acabasse no fundo da meta da goleira Tainá. Muito simbolicamente, todas as Gurias Jaconeras se juntaram em um abraço recheado de orgulho pelo seu esforço estar sendo recompensado com o primeiro gol na elite.   

Mas, como a alegria do interiorano dura pouco, aos 17 minutos, a atacante do América Emily Arias invadiu a área e, ao ser levemente encostada pela volante Alice, embolou um pé no outro e acabou no chão. Em busca do seu DRT, a camisa 14 seguiu no gramado com expressão de dor, mesmo depois de a árbitra já ter apontado ao centro da área, marcando o pênalti. Eu não tenho porque achar que a árbitra Jenifer Alves de Freitas tenha algo contra o Ju, então só posso chegar à conclusão de que nossa arbitragem segue cometendo os mesmos erros de sempre e custando vitórias aos times que melhor estão desempenhando nas partidas. 

Depois disso, o jogo perdeu um pouco da intensidade, resultando em poucas finalizações. Quando acionadas, as duas goleiras, boas como são, desempenharam muito bem os seus papeis. Aos 34 minutos, a meia Jaielly ainda tentou ampliar para o Juventude, mas a espalmada de Tainá não permitiu. Perto do apito final, a camisa 11 do Coelho, Radija, chutou no canto para sacramentar a virada, porém Renata foi rápida para defender. O resultado: um gol para o Juventude e um gol para a arbitragem amadora que conduziu o jogo na Montanha dos Vinhedos. 

Mesmo assim, as Esmeraldas seguem para a próxima fase com a certeza de que conseguiram segurar um dos melhores projetos de futebol feminino do país com a bola no pé e muita vontade. A próxima parada das Gurias Jaconeras é em São Paulo, onde pegam o Corinthians fora de casa na quinta-feira (27), às 16h. Desde já, precisamos nos preparar para a pressão da torcida alvinegra e para a condução da arbitragem durante a partida. Se contra o América já foi assim, quem dirá contra as atuais campeãs do Brasileiro…

Por Luiza Corrêa

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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