Termina empatado o primeiro Clássico Rei da Final do Campeonato Potiguar

Com festa nas arquibancadas da Arena das Dunas, América de Natal e ABC se enfrentaram neste sábado (22), em partida válida pelo confronto de ida da final do Campeonato Potiguar. O confronto teve início às 16h e, após dois tempos opostos para as equipes, terminou em 1 a 1. O espetáculo esperado em qualquer Clássico na Final de um Campeonato Estadual aqui ficou por conta das torcidas, que se fizeram presentes e apoiaram as equipes durante os 90 minutos de jogo.
O início da partida foi bem truncada. As equipes se estudavam e buscavam espaços, tentando dominar o meio de campo e a posse de bola. A primeira boa oportunidade foi do Alvirrubro, aos 12 minutos, quando Davi Gabriel chutou bonito para o gol, mas esbarrou na boa defesa do goleiro Felipe Garcia. Depois disso, o show de horrores começou.
Aos 18 minutos, a zaga do Mecão fez uma lambança e não conseguiu apertar a marcação numa jogada aparentemente tranquila. Após perder o tempo da bola, Iran Sidny derrubou Wallyson na área e o juiz marcou pênalti para o Alvinegro. Particularmente, achei o pênalti bem duvidoso, já que há contato de ambos os jogadores, mas o juiz marcou a penalidade e o VAR não chamou para verificar. Wallyson cobrou, Renan Bragança defendeu, mas a defesa americana, novamente completamente desorganizada, permitiu que Wallyson pegasse o rebote e, de forma quase surreal, fizesse o primeiro gol da partida.
O gol deixou clara a ineficiência e fragilidade da defesa do América. A impressão é de que não existia zaga e arrisco dizer que dois dos três piores jogadores da partida eram componentes deste terço do campo. Para a nossa sorte, Renan Bragança estava em mais um dia inspirado e evitou a elasticidade no placar ainda no primeiro tempo. Não sou de fazer críticas individuais, mas está mais do que claro que Iran Sidny ainda não se encontrou na equipe. Lento, displicente e frágil, o completo oposto do zagueiro que ele substitui: Rafael Jansen (volta, Jansen! Cuida, DM!).
No segundo tempo e após algumas substituições, o Alvirrubro voltou mais disposto, aparentemente tentando espantar a preguiça do primeiro tempo. Como de costume, o time de Moacir Júnior se transformou. Novamente, se no primeiro tempo o time foi um gatinho, no segundo virou um leão – ou pelo menos tentou.
Foram inúmeras as oportunidades de empatar a partida, já que o Mecão controlava o meio de campo e a posse da bola, enquanto o Alvinegro estava retrancado e sentado no placar – apostando na cera de vez em sempre. Mas o ataque simplesmente não conseguia acertar o alvo. A defesa do ABC estava bem fechada, mas, em boa parte, o problema estava na falta de efetividade do ataque do Mecão. A intensidade existia, o poder de reação também e até a querência estava em alta, mas o time falhava no toque final.
Foi somente aos 40 minutos que o gol de empate saiu, após um bate-rebate na área, a bola terminou nos pés de Souza, que não perdoou. Se teve gol do destaque do lado de lá, não poderíamos deixar barato. O gol do nosso destaque tinha que sair também. E assim o jogo acabou, 1 a 1 no placar, com atuações individuais preocupantes.
E, no fim das contas, o empate pareceu o resultado mais justo para o que foi visto em campo. Por poder decidir em casa, já que o próximo jogo da final será no Estádio Maria Lamas Farache, o adversário do Mecão tem certa vantagem, mas o resultado está aberto, já que nenhum dos dois times está apresentando um futebol digno de encher os olhos.

Mas nem tudo é perda. Há que se valorizar os destaques positivos desta partida. Moacir Júnior fez uma jogada arriscada e certeira escalando Davi Gabriel como atacante. Na zaga ele deixava a desejar, embora fosse um ótimo criador de jogadas, por isso se encaixou tão bem na nova posição. Ponto positivo para o treinador.
Henrique, nosso cria, fez uma de suas melhores partidas até aqui, apesar de não ter sido coroado com um gol. Era o melhor jogador do primeiro tempo, junto com Renan Bragança. O que mais tinha garra e determinação, o que mais buscava as jogadas e pesava na marcação. Merece todo reconhecimento e mais espaço no time. E, claro, não posso deixar de mencionar Renan Bragança, que fez uma ótima partida, defendendo um pênalti e se mostrando um salva-vidas do Mecão, quando o desespero teimava em bater.
Agora, o América volta a campo no sábado, dia 29, às 16h, para o jogo de volta desta grande final. Que o time aprenda com os erros e, finalmente, mostre a garra do segundo tempo desde o primeiro minuto. A torcida está na expectativa, e, se depender do coração, a chance de reverter essa situação existe. Só falta o time acreditar!
Por Carmen Gabrielli
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.