Verdão vacila e sai em desvantagem no primeiro jogo da final do Paulistão

“Minha senhora, a senhora não sabe o que é um Palmeiras e Corinthians”. E aparentemente a equipa de Abel Ferreira parece ter se esquecido da importância do clássico da noite deste domingo (16), já que permitiu que o rival saísse do Allianz Parque com uma vitória por 1 a 0.
A vantagem até pode parecer pequena, mas ela cresce quando falamos de um Derby, ela cresce quando pensamos que jogando em casa o Palmeiras não conseguiu fazer valer o mando de campo e apoio da torcida. Cresce a vantagem quando a decisão é no campo adversário. A torcida que canta e vibra fez sua parte nos primeiros 90 minutos, e até mesmo antes da bola rolar. Tivemos o conhecido corredor alviverde, com os torcedores acompanhando o ônibus do time do CT ao Palestra Itália. Dentro do estádio não se parou de cantar um minuto, mas dentro das 4 linhas faltou o gol, sobrou desespero e erros individuais.
Um clássico desse tamanho se decide nos detalhes, e a desatenção do time no lance do gol nos custou caro. Abel vai precisar buscar na alma de sua equipa aquele espírito brigador, vai ter que resgatar o seu never give up, porque ainda tem 90 minutos pela frente, e por mais que ainda não esteja tudo perdido, a batalha será dura.
O Palmeiras dominou o clássico, e poderíamos ter tido um final feliz se esse domínio não tivesse durado apenas nos 15 minutos iniciais. O meio campo alviverde não conseguiu se organizar e faltou efetividade, somado a isso vieram os erros individuais, a forçação de jogadas em Estêvão e a insistência nos cruzamentos. O Verdão pecou em não conseguir a finalização certeira, mas não podemos deixar de mencionar que o goleiro adversário fez oito importantes defesas, a mais difícil delas no chute cruzado de Vitor Roque. Que o time da casa criou muito mais que seu rival é indiscutível, mas no fim das contas o que vale é bola na rede. E, para nossa tristeza e amargura, o único gol da partida foi do adversário, aos 12 minutos do segundo tempo. Absurdo pensar que foram 19 finalizações do Palmeiras contra apenas 3 do rival, porém, uma delas foi fatal.
O elenco alviverde não demonstrou falta de vontade, pois Estêvão, Vitor Roque, Facundo Torres, Piquerez, e até os zagueiros Micael e Murilo, criaram boas oportunidades de balançar as redes. No entanto, faltou pontaria e sobrou desespero, para além das boas defesas do goleiro adversário, faltou também o sangue no olho para jogar o maior clássico do Brasil. O time da casa abusou dos cruzamentos, mas quando o técnico palmeirense colocou em campo Flaco López para aproveitar os lances aéreos, o time simplesmente deixou de fazer.

Motivo de polêmica na partida da semifinal contra o rival tricolor, a arbitragem do Derby foi tão discreta que quase foi omissa, deixando de marcar diversas faltas e aplicar cartões. Inclusive, o camisa 43 do rival foi amarelado logo após entrar em campo, e poucos minutos depois cometeu falta em Murilo, deixando o braço no rosto do zagueiro alviverde. A arbitragem, além de não aplicar o segundo amarelo, nem a falta marcou.
Abel vai precisar recalcular a rota se quiser sair de Itaquera campeão. Precisa ajustar seu meio campo campo, que cria volume mas não cria jogadas ofensivas eficazes. Vai precisar ajustar o ataque, que chega com perigo mas peca no arremate final. A defesa precisa ser ainda mais sólida, para evitar sustos desnecessários e principalmente para não sofrer gol quando o meio campo falhar na marcação. Serão dias de trabalho duro, porém, além dos treinos técnicos e táticos, o comandante alviverde precisa entrar na mente de seus jogadores. Além de pensar em jogadas, precisa ter sangue no olho, precisa ter garra, pressionar e ir para cima do rival, afinal, como disse Felipão: tem que ter raiva dessa porr@ de Corinthians!
Para o jogo de volta é cabeça fria, coração quente e ódio, porque clássico se joga para ganhar, avanti Palmeiras!
“PALMEIRAS MINHA VIDA É VOCÊ!”
Por Vânia Souza
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