Com gol de Yuri Alberto, Corinthians coloca fim a jejum e garante vantagem para duelo de volta do Paulistão
A Fiel não cansa de repetir “o Corinthians é para quem acredita”, e contra tudo e contra todos que apontavam favoritismo do rival e diziam que o Coringão não tinha a menor chance de vencer no Allianz, lhes digo: vencemos! Vencemos na raça, no corinthianismo e mais do que a vantagem para o jogo de volta, garantimos o fim de um incômodo jejum de vitórias no chiqueiro.
O domingo (16) foi especial para os alvinegros. Após mais de cinco anos de jejum, o Corinthians voltou a vencer no Allianz Parque. 1 a 0 no placar, com gol de Yuri Alberto.
Desde criança se há algo que me tira do eixo e acelera o coração é o clássico contra o time da Barra Funda. É um jogo à parte, uma guerra. Conto os segundos, oro agarrada aos meus patuás. Quantas vezes não olho para o céu e solto: “oi Deus, sou eu de novo”. Nesse ritual, a ansiedade toma conta, dita o ritmo do dia. Ansiolíticos não fazem efeito e por vezes descontei o nervosismo nos objetos a frente. E às vésperas do meu aniversário, não foi diferente.
Nessa loucura de ser Corinthians, é o alvinegro quem determina o meu humor. A semana dependia dele, e o meu aniversário, no próximo dia 18, também. Ajuda ai Corinthians!
O primeiro tempo foi bem disputado. O rival começou melhor e levava perigo com Facundo, Estevão e Vitor Roque. Além das defesas do paredão Hugo Souza, o Corinthians contou com a consistência de Angileri e Matheusinho. O camisa 2, inclusive, salvou em cima da linha o que seria o primeiro gol do adversário.
Depois do abafa, o Timão começou a respirar e esfriou o ímpeto do time da casa. Mesmo com a bola, a equipe de Ramón mais rodava do que qualquer coisa, não oferecendo perigo à meta de Weverton.
Em um jogo duro, de domínio do adversário, mais uma vez brilhou a estrela do protagonista do Time do Povo, brilhou a estrela de Yuri Alberto. Já no segundo tempo, Memphis recebeu de Carillo, superou a marcação de Rios e Mayke e rolou para Yuri. O camisa 9 driblou a marcação e finalizou no cantinho. Gol, gol do Coringão! 7 gols de Yuri, com 7 assistências de Memphis.
Não pude conter as lágrimas. Agradeci a Deus, a meu pai Ogum e ao Corinthians. Um gol suado, que nos dá uma pequenina e importante vantagem para o jogo de volta. O curioso – ou não, Yuri também comemora aniversário no dia 18 de março. Presentão adiantado, para mim, para ele e para a Fiel.
Era claro que Ramón fecharia a casinha e que Abel partiria para o “tudo ou nada”. Aos trancos e barrancos, nos seguramos. Pontos para Matheusinho, Felix Torres e Hugo Souza. Para se ter uma ideia, o adversário chutou em direção ao gol 22 vezes, em 7, Hugo trabalhou.
Agonia. Porque o relógio não anda? Fechando os olhos a cada lance de perigo, vibrando a cada bola afastada, a cada defesa ou quando a bola saia pela linha de fundo. Contei os minutos. 6 minutos de acréscimos e mais nervosismo. Claus sinalizou mais um minuto, meu Deus! Ufa, fim de jogo, 1 a 0 Timão e grito a plenos pulmões: AQUI É CORINTHIANS!
Reina a paz no coração alvinegro, mas não se encerra a ansiedade. Não há nada decidido e teremos pela frente 10 dias de agonia aguardando o fim da data FIFA e a grande final em Itaquera. Haja coração.
Por Mariana Alves
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo
