Cruzeiro e Portela: Tudo a ver


O cruzeirense raiz tem obrigação de torcer pela Maior do Rio

Foto: O Estado de Minas

A Portela é uma estrela de quinta grandeza e torcer por ela e uma questão de bom gosto, afinal, é a maior campeã entre as escolas da capital fluminense. Foi também a primeira a criar o Samba  Enredo e a Comissão de Frente, além de ostentar entre seus músicos grandes nomes como Paulinho da Viola e Marisa Monte.

O torcedor cabuloso tem ainda mais motivos para escolher a Portela:
Primeiro: a cor azul e a branca. Essa é  sem dúvida a mistura mais bonita e, quando veste a escola ou o time, fica esplendorosa. 
Segundo: Clara Nunes. A cantora nasceu na região de Paraoeba (MG), em   1942,  e ainda na juventude se mudou para BH onde foi trabalhar como tecelã. Nos finais de semana cantava nas quermesses e outros eventos promovidos pela igreja do bairro Renascença, onde morava. Num desses eventos conheceu Jadir Ambrósio, cantor e compositor e também o autor do  hino do Cruzeiro Esporte Clube.

O músico então levou-a para cantar nos bailes do Barro Preto (sede social do Maior de Minas). A partir daí ela passou a se apresentar também em rádios, bares e gravou seu primeiro disco tornando-se conhecida nacionalmente.

Em 1965 mudou-se para o Rio de Janeiro com o propósito de impulsionar a carreira. Depois de algum tempo  na capital carioca e, por sugestão de um radialista de nome Adelson Rodrigues, resolveu se aproximar do samba. A escola escolhida foi a Portela e, dizem,  o motivo foi as cores nobres da escola. O resultado  foi o melhor possível. A união entre a cantora e a Portela está eternizada na memória do povo brasileiro e o legado deixado por ela vai muito além da música.

Salve o samba, salve a santa, salve ela
Salve o manto azul e branco da Portela
Desfilando triunfal sobre o altar do carnaval”.
Música: Portela na Avenida. 

Terceiro: Miton Nascimento
A lenda da música brasileira nasceu no Rio de Janeiro, mudou  ainda criança para o Sul das Geraes (Três Pontas), e depois  foi tentar a vida em Beagá. Na capital mineira chegou a cantar com a Clara Nunes em barzinhos, ele no baixo e ela como Crooner,  em grupos musicais da cidade.  Bituca também animou bailes no Barro Preto e isso o tornou torcedor cruzeirense. Em 1996,  o músico foi nomeado embaixador internacional do Cruzeiro, algo que muito o orgulha.

E eis que no  carnaval desse ano a Portela vai homenagear o Milton e tinha que ser ela, por  sua grandiosidade e pelo que representa para o carnaval brasileiro.

O desfile carioca esse ano acontecerá em três dias, domingo(2), segunda (3) e terça (4). Serão quatro escolas por dia e a Portela será a última da terça. O propósito dessa escolha é  para que as escolas desfilem todas  no período noturno,  assim o brilho  das fantasias e carros alegóricos não corre o risco de ser ofuscado pelo clarear do dia.

Espero que, quando a Portela entrar na avenida, o céu esteja mais azul e também mais estrelado e que ela feche o carnaval carioca com chave de ouro. Estarei na torcida, na frente da TV, vestindo o  manto azul-celeste. Que a China Azul, nos bares da vida em Belo Horizonte ou na Sapucaí, faça o mesmo!

Dorme a maldade após o temporal
Na bandeira, a liberdade, vem Bituca triunfal
Cheguei com meu povo, mesmo sentimento
Onde Candeia é chama
Brilha Milton Nascimento”.

Por Celeste Gonçalves

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo


Deixe um comentário

Veja Também:

Faça o login

Cadastre-se