Construindo páginas heróicas e imortais
Um time se constrói através de conquistas e o Cruzeiro tem uma sala de troféus abarrotada, afinal são 58 títulos oficiais, entre estaduais, nacionais e internacionais.
Quatro Campeonatos Brasileiros
O primeiro deles diante do Santos de Pelé, em 1966, quando venceu o primeiro jogo, no Mineirão, pelo placar de 6 a 2 e o segundo, no Pacaembu, 3 a 2.
Ganhar do peixe era algo inimaginável. O Cruzeiro tinha no seu elenco o craque Dirceu Lopes. Dizia-se, na época, que se Pelé era o Rei do futebol, o Dirceu era o Príncipe. Vestiam também o uniforme azul Tostão e Piazza, ambos titulares da seleção canarinho em 1970. O primeiro teve uma carreira curta em função de uma contusão no olho. Hoje é um dos nossos melhores cronistas esportivos.
O segundo Campeonato Brasileiro veio em 2003, sob a maestria do excepcional Alex 10, o talento azul. Durante sua passagem por “Beagá”, o craque marcou 55 gols em 112 jogos, além das inúmeras assistências.
O terceiro e quarto títulos nacionais vierem “casados” em 2013 e 2014. O esteio do time era o Fábio. O craque, em sua passagem pelo Cruzeiro, fez 976 jogos, e é o recordista do clube nesse critério. Na linha, a dupla Everton Ribeiro e Ricardo Goulart comandaram o time.
Seis Copas do Brasil
O Cruzeiro, mesmo longe da vitrine do futebol brasileiro, é o recordista do torneio.
Foram quatro títulos em casa (1993-2000-2003 e 2017) e dois fora (1996 e 2018).
Em 1993, a conquista foi diante do Grêmio que também é um time copeiro; em 1996 o time venceu o Palmeiras, no Parque Antártica. O time paulista tinha Cafu, Rivaldo, Luisão e Djalminha. O Cruzeiro tinha o Dida; em 2000, a vitória veio diante do São Paulo, de virada, nos minutos finais da partida. Muller, ex São Paulo foi um dos nomes da decisão; em 2003, a vítima foi o Flamengo. Alex foi o nome dos dois jogos da decisão; em 2017 o derrotado foi novamente o rubro negro. Tanto a semifinal, diante do Grêmio, como a final, foram para a decisão por penais. O cracaço Fábio pegou um penal em cada jogo; em 2018 o título veio diante do Timão, na Neo Química Arena, com uma partidaça do Arrascaeta que marcou o gol do título.
Duas Libertadores
A primeira, em 1976, diante do Ríver Plate (Argentina) foi uma decisão em três jogos, o terceiro no estádio Nacional do Chile. O time tinha o Piazza, Palhinha, Jairzinho (artilheiro do Brasil na Copa de 70), Nelinho (lateral que jogou na Copa de 1974 e 1978) e Joãozinho. Este último marcou o gol decisivo, de falta. O batedor oficial era o Nelinho, mas, num ato de “molecagem,” o nosso ponta esquerda antecipou e bateu a falta. Dizem que quase apanhou do técnico depois do jogo.
Em 1997 veio a segunda Libertadores, em casa, diante do Sporting Cristal (Peru). Mais uma vez o Dida foi o nome do time. O gigante fechou a meta azul. O gol do título foi marcado por Elivelton, ex São Paulo. Vale lembrar que a semifinal, diante do Colo Colo, foi decidida nos penais e o nosso goleiro defendeu dois.
Duas Supercopas
No final dos anos 80, a Conmebol criou a Supercopa dos Campeões da Libertadores. O Cabuloso ganhou duas, 1991 e 1992. A primeira foi conquistada em casa, diante do River Plate, pelo placar 3 a 0, após perder o primeiro jogo por 2 a 0. O elenco da época tinha Adilson Baptista que depois se tornou técnico. A segunda foi conquistada na Argentina, diante do Racing. O Cruzeiro ganhou a primeira em casa por 4 a 0. O placar do segundo jogo foi 1 a 0 para o Racing. Nesse time de 1992, o melhor foi o Renato Gaúcho que foi também artilheiro do torneio com seis gols.
38 Campeonatos Mineiros
Vale lembrar o campeonato de 1994, o único conquistado pelo Ronaldo Fenômeno vestindo o Manto Azul. O garoto estreou no time na preparação para o Brasileiro de 1993 (final de maio) e ficou até julho de 1994. Foram 58 gols em 55 jogos. Para mim é o maior jogador do futebol brasileiro, depois do Pelé.
O último título do clube foi o mineiro de 2019 com excelente atuação do centroavante Fred, artilheiro do campeonato, com 12 gols em 12 jogos.
Pouco tempo após esse título, o Fantástico exibiu uma reportagem que mostrou os desmandos que acontecia no clube. O principal, foi a diretoria ter feito um empréstimo bancário e usado como garantia o passe do Estevão Messinho. O jogador é esse que está no Palmeiras. Essa reportagem foi o início da derrocada azul e ainda perdemos o Estevão. Saiu sem custos para o Palmeiras em função da ilegalidade cometida pela diretoria. Já foi vendido pelo verdão por um valor que pagaria a metade das dívidas do clube.
Outros títulos conquistados são de Taça Minas Gerais, Copa Sul Minas, Recopa Sulamericana, Copa Ouro e etc…
Essa história de títulos dá forças para persistimos na torcida pelo Maior de Minas.
Celeste Gonçalves
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.