Palmeiras mostra que é o time da virada, vence Derby no tempo normal e nos pênaltis, e conquista o tri do Paulistão Feminino
A tarde desta quarta-feira (20) teve um final muito feliz para a torcida palmeirense. No estádio Brinco de Ouro, em Campinas, as Palestrinas reverteram a desvantagem do jogo de ida da final do Campeonato Paulista Feminino, venceram as Alvinegras por 2 a 1 e nos pênaltis garantiram o título do estadual. Amanda Gutierres e Dudinha foram as responsáveis por balançar as redes a favor do Verdão.
Nem mesmo o revés da primeira partida ou o histórico negativo contras as rivais foram capazes de paralisar as Palestrinas, que entraram em campo para mostrar resiliência, força de vontade e, principalmente, ausência de medo. A equipe comandada por Camilla Orlando sabia que o objetivo não seria fácil de alcançar, mas brigou por ele a cada minuto jogado, a cada bola disputada e a cada chute em direção ao gol.
Nos pênaltis, brilhou a estrela de Kate Tapia, que foi gigante embaixo do gol e defendeu três das quatro batidas. A goleira alviverde foi consciente e precisa em suas defesas, que garantiram o título do estadual.
Diante de todo histórico do Derby feminino, onde o time alvinegro tem grande vantagem em mata-mata, as Palestrinas escreveram um roteiro diferente na tarde desta quarta-feira de feriado. O time alviverde não teve medo e foi superior durante toda a primeira etapa, pressionando a saída de bola e sufocando as tentativas do rival. O Palmeiras abriu o placar aos 12 minutos, quando Brena deu uma bela assistência para a artilheira Amanda Gutierres finalizar no canto e marcar.
As Palestrinas seguiram na pressão e Brena chegou a marcar o segundo gol, que acabou sendo anulado. No entanto, Dudinha balançou as redes, aos 41’, e desta vez valeu, o Palmeiras estava com a vantagem e uma mãozinha na taça, mas precisava de mais para colocar as duas mãos no caneco. Infelizmente esse mais não veio, e logo no início da etapa complementar as adversárias diminuíram o prejuízo com gol de Yaya.
O gol deu uma leve desestabilizada nas alviverdes, e o ritmo da partida diminuiu bastante. Claro que o calor deu sua colaboração para desacelerar o jogo, porém, o gol sofrido foi muito sentido pela equipe de Camilla. Ingryd teve a chance de colocar o Palmeiras à frente do placar outra vez, mas não conseguiu concluir a finalização. Com 2 a 1 no placar da partida e 2 a 2 no agregado, a decisão foi para os pênaltis.
Quem disser que não teve a confiança abalada nesse momento, está mentindo. Além do retrospecto negativo em mata-mata diante das rivais alvinegras, veio na mente outros retrospectos negativos: os de decisões de título nas penalidades. Nessa hora com certeza não teve ateu e todo mundo rezou por um milagre. E ele veio.
As Alvinegras começaram as cobranças, Kate Tapia defendeu o chute de Duda Sampaio. Amanda Gutierres carimbou a trave, Eudimilla também. Fe Palermo converteu para o Verdão enquanto Tapia defendeu mais uma, dessa vez a cobrança de Millene. Ingryd cobrou e converteu mais uma. O título foi garantido na terceira defesa de Kate Tapia, que parou o chute de Carol Nogueira e sagrou as Palestrinas campeãs paulistas de 2024.
Por mais que muitos já dessem o time alvinegro como campeão, e apesar do retrospectos o fazerem favorito, Camilla Orlando e sua equipe mostraram resiliência e capacidade de superação. Todas as atletas se entregaram e deram o seu melhor, honraram a camisa e brigaram rodada a rodada, minuto a minuto por essa taça. Kate Tapia foi fora da curva e coroou a ótima atuação do time com três belíssimas defesas.
Apesar das incertezas, da falta de apoio por parte do clube (que tem condições de fazer muito mais pela categoria) e das desconfianças, o título veio para mostrar que esse grupo é sim competente e forte, e que agora tem à frente uma comandante capaz de extrair delas o seu melhor.
Bora para a próxima temporada, que 2025 seja muito melhor!
AVANTI PALESTRINAS!
Por Vânia Souza
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.